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Reportagem Especial

100 novos prédios altos previstos em Sinop

Publicado em 19 de Novembro de 2024 ás 05:00 , por JOSÉ ROBERTO GONÇALVES
Porto Belo Residencial está se encaminhando para a reta final de construção – Foto: José Roberto Gonçalves

Uma centena de prédios altos, no presente e no futuro de Sinop. Em 2023, reportagem da Fator MT apontou que Sinop prospectava em torno de 60 novos prédios altos para os próximos anos.

Verificamos junto a construtoras, incorporadoras e Prefeitura que existem mais 40 solicitações em análise, resultando em até 100 edificações previstas – o que corrobora a forte tendência da verticalização.

Essa centena de prédios – acima de 12 andares – se refere àqueles que estão em diferentes fases: seja em construção (fase final de obras ou mesmo que iniciaram recentemente), ou apenas projetos protocolados na Secretaria de Planejamento Urbano e Habitação, e que aguardam os trâmites documentais para iniciarem a construção.

Para exemplificar, alguns edifícios estão em fase de:
- construção, como Cataluña Residencial (Jd. Barcelona), Porto Belo Residencial (Jd. Maringá II), Blend Home & Business (centro), Duottori (Jd. Itaúbas) e Splendido (Residencial Florença);
- na fundação, como Gran Hall (Jd. Itaúbas), Sky 360º (Av. Figueiras com Av. Magda Pissinatti) e Edifício Raízes (centro);
- liberação para construção, como Edifício Van Gogh, cujo lançamento se deu dias atrás.

No ano passado, o secretário de Planejamento Urbano e Habitação, Luiz Henrique Magnani (à época, diretor do Prodeurbs, Núcleo de Projetos e Desenvolvimento Urbano de Sinop, que “migrou” para dentro da nova Pasta), apontou o número de 60 prédios.

Agora, somente nos 10 primeiros meses de 2024, outros 40 projetos foram protocolados, totalizando 100 novas edificações de maior parte.

“Vale destacar que quando falamos de ‘prédios’ não estamos nos referindo somente a grandes arranha-céus. Dentro do Novo Plano Diretor, o termo faz referências às edificações que partem de, pelo menos, 12 andares, e que a partir de agora não há mais limite”, comentou.

Entretanto, cada projeto tem uma velocidade – desde a documentação à construção. Por isso, Magnani diz ser impossível apontar em quanto tempo todos esses prédios estarão de pé. Em muitos casos, há dependência sobre as decisões que o próprio loteador tomará.

“Quando o loteador traz a documentação e protocola na Secretaria, não significa necessariamente que ele já vá dar início imediato às obras. É preciso avaliar diferentes estudos, entre eles a viabilidade. Além disso, muitas construtoras que empreenderam edifícios altos, agora, também estão visando construções térreas”, explica o secretário.

Confira os fatores que levam a essa nova projeção.

O NOVO PLANO DIRETOR

Quanto mais alto o prédio, mais funda precisa ser sua base – e mais cara fica a obra. Em alguns casos, as perfuratrizes (máquinas utilizadas para fazer furos em terrenos ou rochas) precisam alcançar mais de 60 metros solo abaixo.

Com o limitante de 21 pavimentos (somente em algumas regiões), autorizados no antigo Plano Diretor, era natural que não houvesse tanto interesse em se investir na verticalização de Sinop. Mas as recentes alterações no documento mudaram esse cenário.

O Novo Plano Diretor de Sinop (Lei Complementar nº 218/2024, de 18 de julho de 2024) permite a construção de prédios sem limite de andares na área central e de até 25 andares em avenidas, fruto de uma mudança na Lei, de autoria do Executivo, feita em 2022.

A mudança que incentiva a verticalização de Sinop é o aumento do coeficiente de aproveitamento da área.

O Novo Plano Diretor prepara a cidade para mais de 3 milhões de habitantes nos próximos 50 anos.

Isso se dá pela possibilidade de verticalizar as construções, com um melhor uso e aproveitamento do solo, com a construção de prédios maiores em áreas menores e a reorganização do perímetro urbano.

A verticalização é um processo natural, gradual e sustentável, que atrai investidores interessados em despejar milhões – ou até bilhões – de reais em Sinop.

“Não queremos apenas atrair o investidor para construir grandes arranha-céus. Queremos tornar o município sustentável, no qual o centro antigo, composto pela Avenida Júlio Campos e vias adjacentes, continue sendo o pulmão do município, e cada região que receba uma edificação seja uma nova zona viva, pulsando, com movimento”.

CONSTRUÇÕES DIVERSAS PARA PÚBLICOS DIVERSOS

Muitos dos prédios que estão sendo erguidos em Sinop atendem a públicos, digamos, mais celetos, com melhor poder aquisitivo e capaz de adquirir imóveis com valores próximos ou superiores a R$ 1 milhão.

Nesse contexto, há investidores de olho em públicos que ficaram desassistidos. Um nicho comercial que precisa ser ocupado está na chamada Faixa Urbano 3 – de imóveis entre R$ 250 mil e R$ 499 mil, aproximadamente.

Para exemplificar: o Residencial Nico Baracat está inserido no Faixa 1 (renda bruta familiar mensal de até R$ 2.850). No Faixa 2, uma grande construtora paulistana promete a construção de moradias na cidade. Já no Faixa 3 está boa parte da população da chamda classe média. “Gente que tem condições de possuir uma residência com um bom padrão, mas não tão alto”, cita Magnani.

GARGALOS

Muito investimento está sendo e ainda será feito, porém, é preciso levar em consideração alguns aspectos que precisam e estão sendo alterados na cidade.

Por não haver 100% de rede de esgoto e saneamento pela cidade, os novos projetos de edificação precisam conter o processo de tratamento do descarte, assim como soluções para a demanda energética.

Sinop é uma cidade que já teve sua economia baseada na madeira e no agricultura, agora se destaca em serviços, saúde, educação e na construção civil – este um setor que impulsiona todos os outros.

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