Boa tarde, Segunda Feira 16 de Setembro de 2024

Sinop 50 anos

Talento para transformar história em arte

Publicado em 03 de Março de 2024 ás 07:29 , por DA REPORTAGEM
É das mãos da artista mato-grossense Ana Vitória que nascem as capas dos 5 livros que estão sendo produzidos no projeto “Sinop 50 Anos” – Foto: Divulgação

O projeto “Sinop 50 Anos: a História de Nossa Gente” está sendo desenvolvido multiplataforma pela Fator MT. Jornalistas, redadores, editores, filmmakers, entre outros, estão empenhados em narrar, através de vídeos, fotos e textos, o pioneirismo de tantas famílias que chegaram à região a partir da década de 1970.

Além deste Museu Virtual e da Linha do Tempo, um dos atrativos do projeto são os 5 livros, que retratarão meio século de história desta cidade. Em cada um deles, uma década de memórias.

Apesar daquele velho e conhecido jargão “não julgue o livro pela capa”, neste caso a premissa não é verdadeira. As narrativas que estão em produção são tão boas quanto as capas que ilustram as 5 obras.

A responsável por isso é a talentosa Ana Vitória Ávila Vian, artista mato-grossense de apenas 19 anos e muito conhecimento para conciliar arte e história.

Tudo começou com o incentivo da família, especialmente da mãe, que estimulou na jovem trabalhos manuais de artesanado, costura e pintura em tecido. “Percebi que podia transformar essa habilidade em uma profissão, e foi durante o período de pandemia que eu realmente me empenhei”, conta.

Os primeiros desenhos eram produzidos de forma simplificada, feitos no papel, mesmo. As publicações foram parar no Instagram pessoal, e de lá os rascunhos viraram quadrinhos. “Depois painéis para aniversário, em papel pardo, e em seguida nas paredes”, completa Ana.

Até que a veia artística e o mundo tecnológico se encontraram. Seguindo diferentes artistas pelas redes sociais, Ana Vitória se deparou com aplicativos e programas que poderiam facilitar ainda mais o desenvolvimento dos desenhos. O talento nas mãos passou do papel para a tela de um iPad.

“Com o Procreate, consigo criar animações e artes digitais, mas uso especialmente para rascunhos. É por ele que eu faço os rascunhos para encaminhar aos clientes”.

Para as obras, a artista cita quatro inspirações: Karol Stefanini, Jhenny Keller, Lígia Ramos e Bia Daga. “Cada uma delas tem um estilo diferente de arte, são pessoas nas quais eu mais me assemelho e que eu gosto de acompanhar o conteúdo”.

Confira outros pontos da entrevista que a artista concedeu à Fator MT:

DO RASCUNHO NO IPAD AO “OK” DO CLIENTE

Assim como em áreas como engenharia e arquitetura, a artista e o cliente precisam chegar a um consenso entre desejo e execução.

“Quando o cliente chega até mim é porque ele sabe que tipo de trabalho eu executo, então não há tanta dificuldade em chegarmos num meio-termo. Apresento uma lista de itens necessários para o trabalho, fotos e inspirações. No iPad, eu faço o rascunho, apresento e, com o ‘ok’ do cliente, dou início ao trabalho. É tudo muito tranquilo, e o importante é a satisfação dele, porque eu, enquanto estou ali pintando, também me sinto realizada”, confessa.

ESTILO MÃO LIVRE

Quanto às técnicas, Ana Vitória dá preferência ao floral, em estilo livre. Porém, também tem executado trabalhos em aquarela e desenhos em grafite. “Mas o que eu mais uso mesmo é pincel e tinta, com rascunho feitos a giz”.

ALTOS DESAFIOS

Nesta – até agora – curta carreira artística, Ana Vitória apontou três trabalhos como sendo os mais desafiadores e marcantes.

“Fiz uma pintura em parede inspirada no filme da Disney, Rapunezel, especialmente para uma garotinha de 6 anos chamada Alice. Foram duas semanas pintando. Foi a que exigiu mais técnica e atenção a detalhes. Tinha 6 metros de altura, e pintei inteiramente com referências da Disney. Isso para mim é muito gratificante”.

Além deste, outros dois trabalhos foram desafiadores para a artista. Um para uma casa de carnes, cuja parede tinha 14 metros de comprimento, e para as três unidades de uma rede de postos de combustíveis. “Fiquei bem conhecida por conta deles”, lembra.

VEIA ESPORTIVA

A arte em paredes chegou ao futebol. Coube à artista a pintura do escudo do Primavera Atlético Clube, que disputou a elite do futebol mato-grossense nessa temporada. Entretanto, o esporte não é uma novidade na vida dela.

“Quem me acompanha há mais tempo sabe que eu pratico vôlei. Joguei a minha vida inteira, e mesmo depois de iniciar nas artes, concilio com o esporte. Treino diariamente, faço academia, viajo, participo de competições nacionais. Ainda não sou remunerada no vôlei como sou na arte, mas é uma meta de vida ser uma atleta profissional”, conta.

FUTURO

Família, filhos, esportes. Ana Vitória tem muitas pretenções, sem abandonar a arte, responsável por trazer mais de 137 mil seguidores somente na sua conta do Instagram.

“Fiz alguns vídeos que viralizaram, e isso atraiu muita gente. Eu ainda não me dava conta da importância da divulgação nas redes sociais. A arte está na minha vida, mas eu ainda almejo ser jogadora profissional de vôlei, poder ter oportunidades em clubes de outros estados e até de fora do país. Desejo constituir uma família, quero ter filhos. Ah, e quero ter uma Kombi também!”, descreve Ana, que com suas primeiras economias adquiriu outro clássico da Volkswagen: um Fusca branco.

São as decisões de uma jovem da Geração Z, que precisa lidar com o peso de tomar decisões em meio a desejos e responsabilidades. Com certeza, o caminho é brilhante, seja na arte ou no esporte. O sucesso é ela mesma quem desenha.

Acompanhe o trabalho de Ana Vitória pelo Instagram.

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