ARQUITETURA E URBANISMO

UMA CIDADE QUE ENCANTA E ACOLHE
Estrutura e mobilidade que encantam os olhos, pelo alto padrão de arquitetura aplicado, e acolhem com qualidade, com novos espaços sendo criados a partir de novos loteamentos que estão sendo implantados
A expansão urbana de Nova Mutum dá um salto em direção às tendências mundiais de cidades inteligentes que são estruturadas com base em conceitos sustentáveis, tendo segurança, tecnologia, áreas verdes, infraestrutura de alto padrão, qualidade de vida para seus habitantes, economia farta e planejamento para absorver a demanda de crescimento de 'cidade grande', mas com a sensação de 'cidade pequena', principalmente quando se pensa em estrutura e mobilidade urbana.
Estrutura e mobilidade que encantam os olhos, pelo alto padrão de arquitetura aplicado, e acolhem com qualidade, com novos espaços sendo criados a partir de novos loteamentos que estão sendo implantados.
São 9.544,574 km². Se comparado com outros municípios brasileiros, Nova Mutum ocupa a 139ª posição em extensão territorial. Das 141 cidades matogrossenses, é a 28ª maior. Uma área quase três vezes superior que Sinop ou Cuiabá. Ou seja, ainda há muito a ser explorado.
E é automático ler essa frase e pensar: explorado para a agricultura. Já que é o maior viés econômico dos municípios do interior de Mato Grosso.
Mas, não!
A semente que está sendo semeada agora em Nova Mutum não é para abastecer os silos com soja e milho, ou suprir a demanda de ração de seus frigoríficos que processam grãos para alimentar as criações que são levadas mundo a fora. Essa semente é metafórica e será cultivada a longo prazo, visando o desenvolvimento do município em seus mais diversos eixos e gargalos, mas, principalmente, o humano
Hoje com quase 70% das vias públicas arborizadas, é rapidamente perceptível o cuidado para com o mutuense, seja do poder público, do setor privado, ou mesmo entre os habitantes. A qualidade de vida é sim uma preocupação latente de todos os setores, que têm se articulado em uma reformulação do planejamento estratégico para o desenvolvimento futuro do município.
Por isso, o que ainda há de ser explorado não o será somente para a agricultura. Mas para um outro tripé que irá agregar automaticamente as demais áreas da economia e resultar em qualidade de vida para quem mora ou simplesmente investe na cidade.
PARA TRABALHAR E MORAR
O que começou como uma grande fazenda no meio do Estado do Mato Grosso, ainda na década de 50, não demorou muito para começar a ser transformada em uma promissora cidade. Por enquanto ainda não explorada em sua totalidade territorial, mas caminhando para que isso aconteça, e pode ser muito antes das previsões de seus idealizadores.
Nova Mutum passou por diversos processos de transformação das suas extensas fazendas para grandes loteamentos onde são disponibilizados espaços para residências, comércios, serviços dos mais variados – escolas, postos de saúde, praças de lazer – e até áreas destinadas exclusivamente a indústrias.
Tudo começou com o registro do loteamento em 1979, implantado sobre uma área nas margens da rodovia BR-163, pela empresa Mutum Agropecuária. O projeto consistia em 116 quadras, sendo 110 com 22 lotes e seis quadras com dez lotes, totalizando 2.480 lotes urbanos, sendo 65 destes destinados à chamada área comunitária. Este plano urbanístico também contemplava 11 praças, cemitério, grande área verde, aeródromo e duas áreas compreendidas como reserva técnica, que posteriormente foram loteadas pela própria colonizadora.
Em 1988, quando a pequena vila deixou de ser o Distrito Nova Mutum e foi desmembrada dos municípios de Diamantino e Nobres, o que era conhecido como o Projeto de Colonização Mutum transformou-se no primeiro perímetro urbano de Nova Mutum, sendo que a estruturação urbana da cidade foi sendo executada no sentido Leste/Oeste da rodovia BR-163.
Dali para cá, em diversos momentos da história essa área do perímetro urbano foi sendo ampliada e o objetivo é dar condições para que o município possa no futuro abrigar com qualidade seu crescimento esperado.
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1999 - ampliação do perímetro urbano para implantação de novos loteamentos públicos e privados nas áreas habitacionais e de indústrias.
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2001 - ampliação da área do perímetro urbano com o intuito principal de fomentar novas áreas para ocupação habitacional.
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2008 - ampliação da área do perímetro urbano, fomentando a ocupação do Sudoeste da cidade com habitações, além de ultrapassar a barreira do Córrego Bujuizinho no Noroeste do perímetro urbano e a barreira Sudeste da BR-163.
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2009 - ampliação da área do perímetro urbano, buscando claramente fomentar a ocupação territorial no lado posterior da rodovia BR-163, com novos empreendimentos de comércio, serviços e indústrias.
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2013 - ampliação das áreas de ocupação às margens da rodovia estadual MT-249 e também buscando a ampliação na oferta de áreas para ocupação habitacional na Zona Residencial III.
SEM FRONTEIRAS PARA O URBANISMO
Com essa expansão urbana não foram apenas as áreas de habitação e pequenos comércios e serviços que passaram a ocupar os novos espaços. Vieram as indústrias e grandes empresas que precisam estruturar seu entorno para dar garantias e condições de uma vida melhor aos seus trabalhadores.
É nesse contexto que outras empresas loteadoras passaram a investir na cidade. Vislumbrando um boom urbano a partir de 2006, até mesmo fazendas que acabaram “invadidas” pela cidade foram aos poucos loteando suas áreas e os pastos e lavouras cederam espaço para casas, praças e prédios.
De acordo com o secretário Municipal de Planejamento e Assuntos Estratégicos, Mauro Manjabosco, hoje 11 loteamentos estão em fase de implantação, entre o status ‘aguardando aprovação’ até ‘executando infraestrutura’. Ele afirma que não é possível estimar o investimento para a implantação desses 11 loteamentos, porém, a certeza é que tudo será revertido para o desenvolvimento e benefícios do município.
“Hoje nosso Plano Diretor é bem claro sobre essa organização da distribuição dos espaços, para que no futuro tenhamos condições de absorver o crescimento com qualidade para todos, desde os que investem, até os que trabalham para os investidores. Estamos pensando em ter moradia, lazer, saúde, educação e segurança de qualidade. Se nossos moradores estiverem bem cuidados, todo o município só tem a ganhar”, salienta.
URBANIZAÇÃO DO CAMPO
Mesmo que as projeções do município não condizem com as dos órgãos oficiais, como o IBGE que prevê crescimento anual de 4% para Nova Mutum, os setores público e privado trabalham unidos e com outros números.
Enquanto o Instituto estima 45 mil habitantes, quem vive, trabalha e investe na cidade se baseia por 55 mil moradores a um crescimento anual de 10%. Ou seja, em 20 anos o município deve ter 200 mil habitantes, mais do que Sinop tem hoje e mais do que a terceira maior cidade do Estado tem, Rondonópolis.
Para o secretário, a projeção não é a curto prazo, mas a semente precisa ser semeada agora. “Por isso reformulamos o Plano Diretor. Ele era de 2001 e em 2015 o reestruturamos de maneira participativa, com todos os setores do município pensando juntos. Ampliamos e expandimos a área urbana e, com isso, empresários fizeram diversas doações para o município, já que o Plano Diretor deu finalidades específicas para cada área”.
O que confirma a fala do gestor da pasta é a visão de muitos empresários, como Ronaldo Padilha. Diretor de uma imobiliária com foco em loteamentos ele explica que o fato de Nova Mutum estar no eixo da BR-163 como um corredor de transporte de grãos e uma cidade em franco desenvolvimento traz expectativas ao setor imobiliário. “Estamos falando de uma cidade muito bem planejada que segue padrões urbanísticos de referência nacional. Isso dá a quem quer investir aqui a garantia de retorno de valorização para o investimento. Aqui começamos timidamente, com um pequeno empreendimento, e nossas expectativas foram superadas devido esse desenvolvimento da cidade. Por isso decidimos investir mais, inclusive projetamos condomínios de prédios residenciais e comerciais, pois acreditamos que haverá demanda sim”, afirma o empresário que prevê um investimento de R$ 30 milhões entre aquisição de áreas e obras de infraestrutura nos próximos anos.
Essas expectativas geradas pelo desenvolvimento influenciam, inclusive no padrão dos novos loteamentos. A sensação da população e a visão de quem investe na cidade é que Nova Mutum está saindo do patamar de cidade média para alcançar a maioridade, ser grande. E cidade grande tem padrões diferenciados de áreas residenciais, voltados para a qualidade de vida, bem-estar social e econômico e convivência. Por isso, outro empresário do ramo, que chegou em Mutum ainda em 1987, decidiu investir em loteamentos com alto padrão de qualidade. De acordo com Paulo Freitas, diretor de uma urbanizadora, o fato de Mutum fazer parte de um bloco de cidades da BR-163 que estão em franco desenvolvimento possibilita a competitividade com grandes centros, inclusive no setor residencial. “Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde e Nova Mutum estão no caminho de metrópoles, que precisam ter estrutura para atender esse novo perfil de público que é exigente e busca ter qualidade de vida. Por isso decidimos usar as áreas que já tínhamos e lotear. Mas não será qualquer loteamento. Mutum quer o diferencial e vamos trazer isso para a cidade”, explicou. Com investimentos de R$ 40 milhões, a empresa irá nos próximos dois anos implantar um loteamento com cerca de 1,5 mil lotes que formarão um bairro residencial já com sistemas de monitoramento de segurança e áreas de convivência para os moradores.
Leonardo de Oliveira administra uma empresa que acabou por lotear parte da fazenda e já investiu cerca de R$ 30 milhões para implantar dois loteamentos que ultrapassam mil lotes – o primeiro com 709 em 57 hectares e o segundo com 318 terrenos em uma área de 39 hectares. “Ainda temos cerca de 400 hectares passíveis de projetos que vão agregar valor à área urbana de Mutum, tanto para residências, como para comércios e serviços”, afirma o advogado e empresário prospectando esse crescimento para os próximos 20 anos. “Claro que vai depender do mercado, mas temos de estar preparados. Hoje Nova Mutum absorve a demanda sim e com as excelentes perspectivas de crescimento temos de estar prontos para acompanhar essa evolução”, salientou referindo-se aos 11 loteamentos em implantação, que pode parecer um ‘exagero’, mas na verdade são o que ela irá precisar no futuro.
VALORIZAÇÃO DO LEGADO
Quem enxerga Nova Mutum como uma cidade planejada hoje, talvez não imagine que a visão dessa necessidade futura de ter um lugar com mobilidade suficiente para absorver seu crescimento começou muito antes dela sequer ser uma vila...
Quando colonizou o município de Nova Mutum, José Antônio Ribeiro não era visionário somente para a economia, vislumbrando o que se concretizaria de fato: um município com papel fundamental para a agropecuária do Estado.
O colonizador não pensou pequeno. Foi mesmo audacioso. Imaginou uma grande cidade, sim! E fez o projeto para que no futuro Nova Mutum não tivesse os mesmos problemas de outros municípios que desenvolveram rápida e exponencialmente. Sim, ele tinha certeza do extraordinário crescimento da então pequena vila no meio de Mato Grosso.
Logo, o projeto da cidade, aquele idealizado ainda na década de 80, já imprimia o conceito da futura colonizadora, apresentando uma visão importante de urbanismo que pudesse oferecer segurança, beleza e mobilidade, não importando o tamanho que a cidade tivesse.
Mais de 30 anos depois e, claro, com a quantidade de habitantes quintuplicada, assim como os carros, motos, casas e prédios, é possível perceber uma organização urbanística diferente de outras cidades do Estado. “Nova Mutum teve o privilégio de ter um excelente projeto inicial, que foi respeitado ao longo do tempo e consolidado pelo Plano Diretor, que atua no sentido de melhorar adaptando às necessidades atuais, mas sem esquecer da essência do colonizador”, afirma Enio Perin.
O renomado arquiteto, com 36 anos de experiência e mais de 350 projetos nas áreas de arquitetura, urbanismo, planejamento regional, com atuação em várias regiões brasileiras, no Paraguai, Espanha e Itália, supervisionou a reformulação do Plano Diretor. Além de Nova Mutum, em Mato Grosso Perin atua com planejamento urbano em Sorriso, Lucas do Rio Verde, Sinop, Matupá, Tapurah e foi o responsável pela execução do plano urbanístico e viário do Centro Político Administrativo de Cuiabá, o CPA.
Seu trabalho é caracterizado por respeitar e valorizar áreas verdes, aliando preservação ambiental com desenvolvimento urbano organizado. “Em Mutum estamos trabalhando também para o desenvolvimento de todos os cantos da cidade. Por exemplo, na revisão do Plano, propusemos expandir o eixo da Avenida Brasil, que tem 70 metros de largura, desenvolvendo a parte alta da cidade, na intersecção com a Avenida Mutum, tendo outra região da cidade também para moradias e serviços e comércios, são novos eixos de escoamento e estruturante fazendo com que haja mobilidade dentro do município”, adiantou.
E a valorização do legado pensado e deixado pelo colonizador segue com outros três projetos audaciosos. Quase 200 mil árvores foram plantadas em toda a cidade e passa dos 15 km de ciclovia e pista de caminha sombreadas já concluídas, a meta é 30 km. Projetos que prometem dar a Nova Mutum uma mobilidade diferente de outras cidades de Mato Grosso, além de contribuir muito com a questão climática da cidade, complementada com o parque linear proporcionado pelos lagos distribuídos pela área urbana. Hoje dois lagos estão prontos e ao todo serão sete.
“Quem chega em Nova Mutum encontra uma cidade planejada, com os equipamentos urbanos bem tratados, sem dúvida um exemplo a ser seguido por outros municípios”, finaliza o arquiteto.
Dados do Município

NOVA MUTUM
Nova Mutum é um município brasileiro no interior do estado de Mato Grosso, região Centro-Oeste. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sua população foi estimada em 46.813, em 2020 – dados municipais apontam que seja mais de 60 mil habitantes.
O município possui a 8° maior economia com PIB de R$ 2.783.980.890 (R$ 2,78 bilhões).
Grande parte da sua economia é voltada para a agricultura, sendo o segundo maior município produtor de grãos de Mato Grosso e um dos maiores do Brasil. Com uma área de 410 mil hectares de soja plantada, é o 3º maior exportador do estado e 41º do país. Mutum é a 8ª cidade do Brasil no ranking indicador econômico, quesito “comercio exterior”, e 28ª colocada no indicador social, quesito “saúde”, entre os melhores municípios do Brasil para se viver com população até 50 mil habitantes.
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