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Reportagem Especial

Um legado para a nova era das indústrias

Publicado em 21 de Outubro de 2024 ás 14:21 , por DA REPORTAGEM
Las Industriale é o primeiro loteamento empresarial desenvolvido pela Lascito Urbanismo

O ano era 2005. O agronegócio no Norte de Mato Grosso atravessava uma severa crise. Com a economia essencialmente primária, a região sofria com a falta de logística, oscilação nos preços das commodities e a política cambial. Lucas do Rio Verde era um pequeno município agrícola, com 27 mil habitantes e um PIB (Produto Interno Bruto) na casa dos R$ 600 milhões, mas que em meio à turbulência, traçou um plano gigante: focar na indústria. O resultado foi que a BRF Brasil instalou uma grande planta frigorífica na cidade e com ela uma série de pequenas e médias indústrias se estabeleceram, gerando uma onda de progresso. Três anos depois, em 2008, o PIB de Lucas passava de R$ 1,3 bilhão e atualmente é maior que R$ 7 bilhões.

A postura adotada há quase 20 anos deixou um legado que consolidou Lucas do Rio Verde como a Capital da Agroindústria. Agora, o município cravado no meio do Mato Grosso, que se aproxima da marca dos 100 mil habitantes, também será o ponto de conexão de duas ferrovias, o que fará de Lucas um dos maiores entroncamentos ferroviários da América Latina – cenário que pré-anuncia uma nova era de expansão industrial. O momento cobra um novo legado.

Na primeira fase da expansão industrial, com a BRF/Sadia, Lucas do Rio Verde sofreu os impactos do crescimento repentino, principalmente na área urbana. Para o próximo pico de industrialização a cidade estará mais preparada.

Esse é o objetivo de um grupo de empresários tradicionais do agronegócio que estão dispostos a traçar um novo legado na expansão urbana do município. Formado por pioneiros de Lucas do Rio Verde, o Grupo GGF fundou a Lascito Urbanismo, um braço dedicado a projetos imobiliários. E a primeira semente plantada pela Lascito é o Las Industriale – um loteamento industrial especialmente projetado para ser um referencial para os próximos empreendimentos urbanos do município. “Lascito vem da palavra ‘legado’ em italiano. Meus avós e meus pais são fundadores de Lucas do Rio Verde e hoje meus filhos moram aqui. Há um compromisso com essa cidade que atravessa gerações. A GGF tem como princípio a busca por tecnologia, o compromisso com a transparência e a premissa de fazer sempre da melhor forma. Com a Lascito vamos aplicar esses valores na expansão urbana de Lucas, dando passos sólidos na mudança do conceito de urbanização, esperando que eles sejam permeabilizados no futuro”, explica André Ferrarin, diretor executivo da Lascito.

O Las Industriale deflagra o processo de transformação que seguirá com a Fazenda Palmeira, uma área de 1.320 hectares que por anos foi uma lavoura de soja e milho, mas que acabou sendo abraçada pela cidade. Na propriedade a Lascito está desenvolvendo um Masterplan, que virá na sequência do Las Industriale, urbanizando toda a porção de terra.

Para desenvolver seu Loteamento Industrial, a Lascito recrutou uma equipe de profissionais e empresas que são referência em seu segmento. O projeto foi elaborado pelos arquitetos Fernando Teixeira e Sérgio Matia Leite, do Grupo Quatro, que tem em seu portfólio o Plano Urbano que implantou Palmas, a capital do Tocantins, bem como os projetos da maioria dos prédios públicos daquela urbe. “Nesse projeto, o que nos chamou a atenção foi a visão da Lascito, primando por tecnologia e qualidade no projeto. Não é algo comum em empreendimentos imobiliários. O normal é o investidor querer tirar leite de pedra”, revela Teixeira. “A qualidade em infraestrutura aplicada ao Las Industriale é superior à vista em loteamentos residenciais fechados e estamos falando de um loteamento industrial aberto”, completa Matia Leite.

O Las Industriale tem uma área total de 48,6 hectares, de frente para a MT-449, a Rodovia da Mudança. O loteamento tem uma localização privilegiada, estando a 350 metros da BRF, a 1,6 km do Aeroporto Municipal Bom Futuro e próximo de outras grandes indústrias como a usina de etanol da FS, a esmagadora e fábrica de biodiesel da Amaggi e a Fiagrill Biodiesel, além de estruturas de apoio, como a sede do SEST/SENAT (Sistema Transporte), da Fundação Rio Verde e de postos de combustível. “O Las Industriale está no coração eixo industrial de Lucas do Rio Verde”, explica Marcelo de Azevedo, diretor comercial da Lascito Urbanismo.

O empreendimento foi dividido em 212 lotes, com metragens a partir de 1.422 metros quadrados. Ao longo do loteamento foram distribuídas 3 áreas verdes, que juntas somam 47 mil metros quadrados. Estes espaços foram cuidadosamente projetados para conferir qualidade de vida, conforto e lazer para a futura população que irá ocupar o industrial. “Cada centímetro quadrado foi pensado para oferecer o melhor. Nossos estudos apontam que quando o Las Industriale estiver ativo, mais de 2,2 mil pessoas vão circular no loteamento por dia”, comenta Ferrarin.

O investimento na infraestrutura é uma das marcas do Las Industriale. Como lembra a engenheira Nanda Almeida, que atuou no projeto, a infraestrutura precisa ser funcional e robusta, afim de garantir a longevidade do loteamento. “Toda a construção do Las Industriale é compatível com sua finalidade. A infraestrutura foi feita para suportar o tráfego pesado de um loteamento industrial”, apontou a profissional.

Com ruas de 14 metros de largura e uma avenida com 17 metros, as vias do Las Industriale comportam até 4 carretas, permitindo que veículos pesados manobrem com facilidade. A pavimentação é com CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado a Quente), com espessura de 4 centímetros – é um asfalto feito para durar 20 anos. Uma das novidades aplicadas é o meio-fio extrusado “padrão americano”, que tem bordas arredondas, sem quinas. Embora seja 70% mais caro que o convencional, esse tipo de meio-fio é mais resistente, bonito e reduz as chances de cortar um pneu caso o veículo saia da pista. Além disso, as quadras são alinhadas e as esquinas arredondas, o que facilita o fluxo de veículos. Um grande esforço em terraplanagem garantiu que a topografia do loteamento fosse nivelada.

Para além do que os olhos enxergam, o Las Industriale conta com uma superdimensionada estrutura de drenagem. O empreendimento foi devidamente licenciado junto aos órgãos ambientais, conta com rede de água e rede elétrica adequadas para atividade industrial. 

A inovação proposta pela Lascito nesse tipo de empreendimento foi bem recepcionada pelo mercado. O loteamento começou a ser comercializado me junho de 2024 e na primeira quinzena de outubro cerca de 35% dos lotes estavam vendidos. Entre os investidores que aplicaram no Los Industriale estão empresas locais, regionais e também de outros estados que aguardam apenas a conclusão do loteamento para iniciar a instalação de suas unidades. Em outubro o preço dos lotes começavam em R$ 450,00 o metro quadrado, com parcelamento próprio em até 240 meses – valores que acompanham a média dos poucos espaços industriais ainda disponíveis no mercado local. “Com o Las Industriale e outros empreendimentos que serão executados pela Lascito estamos reafirmando que os recursos necessários para a implantação de indústrias estão disponíveis em Lucas do Rio Verde”, finalizou Ferrarin.

LOCOMOTIVA DO PROGRESSO

Com apenas 36 anos de emancipação, Lucas do Rio Verde é a 6ª maior economia de Mato Grosso, registrando um alto e constante índice de desenvolvimento socioeconômico nas últimas duas décadas. O município é frequentemente posicionado pelas revistas especializadas e observatórios econômicos como um dos melhores lugares do país para se fazer negócio. 

Detentor de uma agricultura eficiente, Lucas do Rio Verde é responde por 1% da produção brasileira de grãos, tendo demonstrado sua competência na transformação dessa matéria prima através de suas indústrias. O município tem uma economia forte, com frequente oferta de emprego e bons salários. A cidade também é conhecida por oferecer qualidade de vida e pelos seus serviços públicos, em especial a educação. 

A logística, no entanto, é o que pré-anuncia uma expansão industrial vigorosa nos próximos anos. O município localizado no meio do Mato Grosso, no eixo da BR-163, rodovia federal que está em processo de duplicação. Os projetos estratégicos do Governo Federal e do Governo do Estado, posicionam Lucas do Rio Verde como um hub ferroviário de importância regional. Ou como descreveu o ex-ministro dos Transportes, Tarcísio de Freitas: “a nova Bauru” – em referência ao Estado paulista que é o maior entroncamento ferroviário da América Latina. 

Até o presente momento, dois projetos ferroviários convergem para Lucas do Rio Verde. O primeiro, de iniciativa estadual, é a Estrada de Ferro Senador Vicente Vuolo, que conectará o município a Rondonópolis, no sul do estado. O segundo é a FICO (Ferrovia da Integração Centro-Oeste), com um ramal estendido de Água Boa até Lucas do Rio Verde. Ainda existe a projeção de que um ramal da EF-170 (Ferrogrão), projetada para ligar Sinop à Miritituba (PA), seja estendido até Lucas do Rio Verde. Os projetos ferroviários, já em curso, transformarão Lucas na central para escoar a produção agropecuária, mas acima de tudo, garantirão a logística para viabilizar a expansão industrial. 

Lucas está no trilho do progresso.

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