Projeto de gestão ajuda Hospital Santo Antônio a zerar infecções hospitalares na UTI Geral

Após 14 meses de participação no projeto “Saúde em Nossas Mãos: Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil”, o Hospital Santo Antônio, de Sinop, chegou a zerar as taxas de infecções hospitalares nos leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Geral, gerando uma economia de R$ 5.846.
A iniciativa é do Ministério da Saúde, realizada no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS) pelos hospitais Alemão Oswaldo Cruz, BP - a Beneficência Portuguesa de São Paulo, Hcor, Einstein, Moinhos de Vento e Sírio-Libanês.
A instituição filantrópica é referência no Nortão para atendimentos de alta complexidade, reservando 60% de sua capacidade para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
A administradora do hospital, Andréia Queiroz, afirma que os 10 leitos da UTI Geral possuem uma taxa média de ocupação de 80%, sendo a maior demanda referente ao serviço de emergência e centro cirúrgico e atendimentos de câncer.
“Embora nossa unidade já contasse com uma sólida estrutura e muitos processos em andamento, avançamos muito com o apoio da iniciativa. O Saúde em Nossas Mãos padronizou processos, integrou as equipes multiprofissionais, aproximou a alta liderança de quem está no dia a dia do paciente e nos ajudou a estabelecer rotinas que permitem analisar cada acontecimento”, relata.
De acordo com a enfermeira líder do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), Eva Bruna Mendes Valério dos Reis, 100% das metas de redução de Infecções Relacionadas à Saúde (IRAS) foram alcançadas. PCSL, cuja média era de 3,66 casos por mês, apresentou seis meses consecutivos de zero registros; o mesmo impacto foi apresentado em PAV, que apresentava uma média de 6,54 registros por mês; enquanto o hospital conquistou 13 meses consecutivos sem registros ITU, que apresentava uma média de 2,2 ao mês.
“Acabam ocorrendo infecções em casos mais graves, muito específicos, mas o projeto proporcionou zerar todos os índices, inclusive de PAV, que era o nosso principal problema, assim como a maioria dos hospitais, por estar relacionado ao tempo de internação e de ventilação mecânica. Vale mencionar que o tempo de uso da ventilação mecânica também foi reduzido, sendo um destaque principalmente quando comparado com a média nacional”, explica.
As conquistas estão relacionadas a diversas mudanças de protocolos e rotinas, incluindo a cultura de trabalho. Para aprimorar as visitas dos profissionais aos pacientes, foram implantados quadros individuais, onde são registradas as principais informações sobre cada caso, os respectivos objetivos em relação à saúde e o que foi possível alcançar, de forma a esclarecer quais medidas devem ser tomadas.
Para a coordenadora do Saúde em Nossas Mãos do HUB Oswaldo Cruz e responsável pelo acompanhamento do Hospital Santo Antônio, Karen Cristina da Conceição Dias Silva, o projeto atua fornecendo práticas seguras relacionadas às principais infecções hospitalares, metodologias e ferramentas para o uso do modelo de melhoria, análise de indicadores, análise de diagnósticos, tudo em busca da melhoria da qualidade e segurança dos pacientes e dos profissionais que prestam a assistência.
O trabalho inclui a aproximação com familiares e acompanhantes dos pacientes, informando-os sobre como contribuir para a prevenção das infecções durante a permanência no hospital.
“O objetivo é fortalecer a gestão dos hospitais públicos por meio das melhores práticas em saúde, de modo a reduzir óbitos por infecções, reduzir infecções através do trabalho qualificado e, ainda, garantir economia aos cofres públicos. O resultado é nítido em cada instituição participante, que tem mérito pelo empenho de seus profissionais, que acolhem nossas recomendações e colocam em prática todo o aprendizado adquirido”, diz.
Faça parte do nosso grupo de notícias no WhatsApp. Clique aqui.