Boa Esperança do Norte mira o top 30 das maiores economias de MT em 10 anos

Após decisão do Superior Tribunal Federal (STF), no último dia 6, Boa Esperança do Norte deixa de ser um distrito de Sorriso e se torna oficialmente um município, o 142º de Mato Grosso. E a meta é ser uma potência econômica, agora independente.
Ao todo, o novo município terá 470 mil hectares de área territorial, sendo aproximadamente 300 mil de área consolidada para agricultura e pecuária.
De acordo com o subprefeito de Boa Esperança do Norte, Calebe Francio, a meta é figurar rapidamente nos rankings estaduais de desenvolvimento econômico.
“Conforme projeções, nossa expectativa é estar entre as 30 maiores economias de Mato Grosso em até 10 anos. É um período que servirá para consolidar a economia local, estreitando laços com o mercado, mas desta vez sob a autoridade de ser um município”, conta Calebe, em entrevista exclusiva à FATOR MT.
“O município está localizado no entroncamento da BR-242 e da MT-140, duas rodovias muito importantes para o escoamento da produção, verdadeiros corredores para o agronegócio”, explica.
Com isso, a distância média para Rondonópolis, importante polo industrial de escoamento rodoviário e ferroviário, reduz-se a 400 km.
A região conta com uma população local de 7 mil habitantes, mas deve alcançar entre 10 mil e 12 mil ao congregar moradores de outras localidades – como o Distrito de Água Limpa – ao seu território.
Forte produtora de grãos, estima-se que a produção hoje ultrapasse 700 mil toneladas. As principais commodities são soja, milho e algodão, além da pecuária.
“O distrito já funciona com uma dinâmica de município, só não tínhamos autoridade de tal. Agradecemos a tudo que Sorriso tem feito nesse período, mas agora somos um filho que ‘saiu debaixo das asas da mãe’”, completou o subprefeito.
Para a composição do território do município, foram subtraídos 360 mil hectares de Nova Ubiratã, equivalente a 80%. O restante, de Sorriso.
AUTONOMIA
Francio acredita que as eleições para prefeito, vice e vereadores sejam realizadas em outubro de 2024, junto com as demais eleições municipais.
“A administração da cidade será mantida até 31 de dezembro de 2024 por Sorriso, o ‘município mãe’”, apontou.
Atualmente, segundo levantamento da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), o novo município já conta com aproximadamente 400 empresas, entre grandes, médias, pequenas, microempresas e MEIs.
Boa Esperança do Norte conta com somente uma unidade de saúde, que oferece diversos serviços médicos aos moradores.
Com a consolidação territorial, duas unidades de saúde de Nova Ubiratã devem ser incorporadas. A região também possui uma escola. “Teremos também mais escolas, mais postos de saúde e mais empresas”, promete Calebe Francio.
23 ANOS DE ESPERA
Boa Esperança do Norte foi criado – mas não instalado – pela Lei nº 7.264, de 29 de março de 2000.
Naquele ano, acompanhando o voto do desembargador Flávio Bertin, o TRE acolheu por unanimidade decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) que declarou, em Mandado de Segurança, inconstitucional a lei de criação do município de Boa Esperança do Norte.
A decisão implicou no cancelamento das eleições para prefeito, vice-prefeito e vereador, uma vez que Boa Esperança do Norte voltou à condição de distrito de Sorriso.
A lei de criação do município tinha sido declarada inconstitucional ainda no ano 2000, em julgamento de mandado de segurança formulado por Nova Ubiratã.
A Assembleia Legislativa recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra a decisão do Tribunal de Justiça, mas os ministros da Primeira Turma da Corte Superior, em julgamento datado de 6 de abril de 2000, decidiram não conhecer do recurso especial. Com isso, prevaleceu a decisão do Tribunal de Justiça.
Inicialmente, a denominação era Boa Esperança, sendo acrescido o termo “do Norte” para diferenciá-lo de município existente no Paraná.
Neste caso, “do Norte” localiza o município geograficamente em relação ao estado de Mato Grosso.
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