INDEA: em defesa da cadeia produtiva

Responsável pela emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA), recebimento de atualizações de saldo de bovinos e demais espécies (equinos, suínos, caprinos e aves) e também recebimento de guias de vacinação, o INDEA-MT (Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso) tem outras tantas funções e responsabilidades, que se desencadeiam num trabalho cuja ponta final é a sociedade.
O trabalho desenvolvido pelo Instituto é preventivo, agindo de forma que doenças ou pragas não acometam rebanhos e plantações. Em Sinop, o INDEA tem Rodrigo Gargantini da Silva como gerente regional há cinco anos. Ainda fazem parte da área de abrangência Santa Carmem, Vera, Feliz Natal, Cláudia e União do Sul.
“Somos um órgão de defesa, que trabalha para que não haja rompimento da cadeia produtiva. É um trabalho preventivo para não chegar doenças, como por exemplo, a ferrugem asiática na soja. Os produtores convivem com ela, mas medidas são tomadas para evitá-la ou até suprimi-la das safras seguintes. Assim como nos animais com a vacinação e a educação sanitária, orientando o produtor. Buscamos diagnosticar o mais rápido possível qualquer sintoma de doença”, explica Gargantini em entrevista à Fator MT.
Em resumo: o principal objetivo do INDEA é conter, prevenir e erradicar doenças, tanto animais como vegetais. “Neste ano, estamos focados em projetos de amplo controle de defensivos, locomoção bovina, e a perspectiva é melhorar a questão da comunicação com o produtor para manter a cadeia produtiva e, assim, alcançar resultados significativos”, destacou.
De forma geral, qualquer ‘quebra’ no elo da corrente da cadeia produtiva pode levar a aumento de preços no mercado, que desencadeia no consumidor final.
“Safras que não rendem o esperado significam escassez de um produto na prateleira, e o consequente aumento de preços. A mesma coisa com as carnes (bovina, suína, aves e peixes). O trabalho do INDEA é justamente prevenir, em um trabalho desenvolvido diariamente, que haja controle de pragas e infestações no campo”, afirma o gerente regional do INDEA.
GTA
A Guia de Trânsito Animal é um documento oficial e de emissão obrigatória para o transporte intradistrital e interestadual de animais para qualquer finalidade (abate, recria, engorda, reprodução, exposição, leilão, esporte e outros).
Sua solicitação só pode ser realizada pelo próprio proprietário ou representante legal, seja o requisitante pessoa física ou jurídica.
“Mato Grosso tem um rebanho bovino de aproximadamente 34 milhões de cabeças. É preciso o rastreamento para um efetivo controle sanitário. Isso existe porque se caso houver a disseminação de uma doença em uma determinada propriedade, nós conseguimos rastrear desde origem ao transporte, detectando onde e quando iniciou e realizar barreiras sanitárias”, completa.
NOVA SEDE
A regional de Sinop inaugurou neste ano sua nova sede, em prédio próprio, localizado entre as ruas Alberto Baranjak e Manacás, no Jardim Santa Mônica. Foram investidos R$ 2,8 milhões, oriundos do Fundo Mato-grossense de Apoio à Cultura da Semente (FASE MT), além da doação do terreno feita pela Prefeitura.
Os atendimentos eram feitos há quase 30 anos em um prédio alugado. A área total é de 1,6 mil m², com área de construção de 350 m². Essa nova estrutura possui sala de reunião (para até 12 pessoas), novos equipamentos, computadores e climatização, além de estacionamento próprio.
OUTROS TRECHOS DA ENTREVISTA
TECNOLOGIA:
“O campo é o espaço ideal para observar o avanço da tecnologia. Se a agricultura já foi lugar de colheita manual, feita por centenas de trabalhadores, hoje um maquinário de alta tecnologia realiza o serviço de plantio ou colheita em poucas horas ou dias, e com uma quantidade muito menor de mão de obra”.
“Para utilização desse maquinário, é preciso qualificação. E esta é uma das agruras do produtor. Máquinas autônomas, drones, reivindicam gente que saiba manusear corretamente, e tudo passa pela profissionalização e treinamento”.
“O INDEA utiliza drones para inspeção. Através das imagens geradas, os próprios softwares fazem a contagem de animais, por exemplo, isso agiliza o trabalho”.
SUCESSÃO FAMILIAR:
“Para muitos produtores, esse ainda é um desafio, enquanto para outros é algo natural, os filhos já estão assumindo o papel. É complicado quando há conflito de ideias, de objetivos, mas a maioria entende a importância de transmitir para a próxima geração”.
PRINCIPAIS RECLAMAÇÕES:
“O mundo do agronegócio é muito dinâmico, mas as principais queixas são quanto ao clima, preços e mão de obra. Realmente, a incidência de chuvas varia ano a ano, muitas vezes comprometendo a previsão de quem planta. Às vezes, produtividade além do previsto; em outros casos, abaixo do esperado. Mas é algo que eles estão acostumados. O que ‘quebra’ é o preço de grãos (no mercado), porque houve queda nesse último ano e pegou muitos produtores de surpresa”.
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