Folha destaca ‘boom’ econômico de MT e a vinda de trabalhadores de vários estados

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo, na última semana, destaca a relevância econômica de Mato Grosso e a “importação” de mão de obra vinda de vários estados.
Segundo a publicação, grande parte dos pioneiros do Sul do Brasil que chegaram ao Mato Grosso na década de 1970 em busca de terras não tinha escola ou hospitais próximos.
“Muitos dos adultos de hoje foram alfabetizados em casa pelos pais, e dependiam de remédios caseiros”.
A Folha ainda destacou que, em menos de 50 anos, a realidade dessas cidades – e das segunda e terceira geração dos pioneiros – não é diferente da de brasileiros do Sul e do Sudeste, vivendo em municípios modernos e organizados, com rodovias asfaltadas para suas caminhonetes e SUVs, escolas e hospitais bem montados e campos de pouso para pequenos aviões.
Confira alguns trechos da reportagem.
O Mato Grosso concentra o 1º, o 3º e o 4º lugares entre os municípios que mais produzem grãos no Brasil. Outras sete cidades do estado estão na lista dos 20 mais importantes.
São municípios que se tornaram polos de atração de investimentos para além do agronegócio, com expansão imobiliária acelerada e criação de empregos para migrantes de outros estados. O setor de serviços também tem boa qualidade e diversidade nessas cidades.
Em 16 anos, o PIB do Mato Grosso cresceu 121,3%, segundo a MB Associados. Como comparação, a evolução do paulista foi de 41,5%.
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, Sorriso, Sapezal e Campo Novo do Parecis encabeçam a lista dos maiores produtores no estado.
Segundo o prefeito, Ari Lafin, desde que assumiu Sorriso, em 2017, a população cresceu de 85 mil para 110 mil habitantes; e o PIB da cidade saltou de R$ 3,9 bilhões para R$ 14 bilhões com a chegada de novas empresas e sedes contábeis de fazendas de várias partes do Mato Grosso.
MÃO DE OBRA ‘IMPORTADA’
Apesar do crescimento populacional, um dos problemas de Sorriso é conseguir mão de obra para a construção de novas moradias, comércios e silos para armazenamento de grãos, o que leva construtoras a importar trabalhadores.
“Tenho 150 vagas para contratação imediata, mas consegui só 50 pessoas nos últimos dias”, diz a catarinense Claudiane Guerrini, radicada há 16 anos em Sorriso e gerente de recursos humanos da construtora Escal.
Quando a reportagem esteve na cidade, Guerrini fechava a contratação de 18 trabalhadores do Maranhão, trazidos por Janildo Soares, que costuma arregimentar mão de obra em seu estado.
A riqueza de Sorriso, assim como de cidades vizinhas, vem principalmente de plantações de soja, milho, feijão e algodão —além de outros negócios que crescem na cidade. A nova febre na região são as usinas de etanol de milho, que se espalham ao longo da BR-163.
A reportagem da Folha ainda cita a expansão de Campo Novo do Parecis, emancipada em 1988, e que entre o final de 2016 e maio deste ano, o total de empresas saltou de 1.454 para 5.518.
Sapezal também é apontada como uma fronteira agrícola. A população local chegou a 29 mil pessoas no censo de 2022, com aumento de 60% em comparação a 2010.
Diferentemente de outras fazendas da região, são grandes grupos do agronegócio que dominam as terras e a produção no entorno.