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Agro

Enfezamento do milho: como fazer o manejo efetivo e evitar prejuízos?

Publicado em 13 de Agosto de 2021 ás 15:00 , por Da Reportagem
Enfezamentos geralmente são causados por molicutes, que são bactérias sem parede celular – Foto: Divulgação

A incidência dos enfezamentos tem aumentado nos últimos 3 anos, principalmente em regiões em que se é praticado o cultivo sucessivo de milho, como Minas Gerais e Sudoeste de Goiás. Apesar de não ser algo comum em Mato Grosso, é importante deixar os produtores sempre sob alerta.

Essa ponte verde favorece a migração e desenvolvimento da cigarrinha-do-milho, principal transmissor da doença.

Neste cenário, é importante conhecer as medidas mais efetivas para controlar o complexo de enfezamentos, as quais envolvem também o manejo da cigarrinha.

ENFEZAMENTO?
Os enfezamentos geralmente são causados por molicutes, que são bactérias sem parede celular. 

Estes microrganismos infectam o milho e se reproduzem nos vasos condutores de seiva (floema), dificultando a absorção e assimilação de nutrientes pela planta, o que a torna mais suscetível a doenças secundárias como tombamentos e podridões. 

Os sintomas dos enfezamentos são mais evidentes após o estágio reprodutivo. Tanto o enfezamento pálido como o vermelho podem causar a proliferação e/ou mal granação das espigas e redução de porte e até morte prematura. 

Nos pivôs, também tem sido constatado o quebramento de plantas verdes associado ao enfezamento do milho. 

Os enfezamentos no milho podem ser do tipo pálido, causado por espiroplasma, ou vermelho, causado por fitoplasma. O pálido é conhecido por causar o amarelecimento/clorose da planta, enquanto o enfezamento vermelho no milho causa um avermelhamento ou arroxeamento.

Contudo, é difícil diagnosticar o tipo de enfezamento somente pela coloração da planta, pois outros fatores interferem, como nutrição, estresse hídrico e temperatura, etc.  Além disso, uma mesma planta pode conter o fitoplasma e/ou espiroplasma, agravando ainda mais o diagnóstico e, claro, os prejuízos.  

Em muitos dos locais em que foi verificado aumento dos enfezamentos, há a semeadura de milho tanto na safra de verão como na safrinha. Isso ocorre por conta da disponibilidade de pivôs para irrigação na produção. 
Assim, a presença das plantas de milho em safras seguidas permite a chamada “ponte verde” para pragas. Ou seja, há o alimento durante todos esses meses para a cigarrinha (Dalbulus maidis), vetor do enfezamento, garantindo a presença do inóculo da doença a ser disseminada.

Da mesma forma, a presença de plantas voluntárias de milho (de tiguera), também é um fator considerável, já que funcionam como uma ponte verde entre as diferentes épocas de cultivo de milho.

Outro fator importante é a capacidade da cigarrinha-do-milho migrar de lavouras mais velhas para aquelas mais novas, possibilitando maior tempo de desenvolvimento da praga e maior disseminação da doença.

A redução de aplicação de inseticidas para lagartas, devido ao uso de cultivares transgênicas (milho Bt), bem como a própria diminuição da população de lagartas, diminuindo a competição, também pode ter favorecido o aumento da população das cigarrinhas-do-milho.

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