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Agro

Combate à cigarrinha do milho deve começar na entressafra

Publicado em 10 de Agosto de 2021 ás 08:40 , por Da Reportagem
É importante que produtores adotem estratégias de manejo contra a praga – Foto: Divulgação

A cigarrinha tirou o sono de muitos agricultores nesta safra. A forte pressão da praga sobre lavouras de milho, causou grandes perdas em muitas áreas na temporada 2020/21.

O problema reforçou o alerta contra o inseto e a necessidade de adoção de medidas preventivas que ajudem a evitar que o cenário volte a se repetir nos próximos ciclos.

Entomologista e pesquisadora da Fundação Mato Grosso, a agrônoma Mariana Ortega, explica que um manejo estratégico é essencial para minimizar a presença da cigarrinha nos campos. “Uma das medidas é a eliminação das plantas ‘tigueras’ de milho durante a entressafra”, destaca.

CARACTERÍSTICAS
A cigarrinha-do-milho (nome científico Dalbulus maidis) pertence à ordem Hemiptera e família Cicadellidae. São insetos de tamanho reduzido, com 0,4 cm, de coloração branca a palha e duas manchas pretas na parte dorsal da cabeça.

Os indivíduos têm período embrionário de 5 a 10 dias, fase de ninfa de 14 a 16 dias, levando em média 24 dias para chegar à fase adulta. Essa fase apresenta longevidade média de 45 dias, que varia em uma mesma população e com a temperatura ambiente.

O QUE ELA FAZ?
Esses insetos provocam injúrias nas plantas de milho pela sucção de seiva, injeção de toxinas e transmissão de fitopatógenos, principalmente aqueles relacionados aos enfezamentos.

“A cigarrinha se torna transmissora desses fitopatógenos após se alimentar em uma planta infectada. Para isso, o inseto necessita alguns segundos ou horas de sucção para adquirir e posteriormente transmitir os fitopatógenos a outras plantas de milho”, afirma Mariana.

Os adultos da cigarrinha podem se alimentar de outras plantas da família do milho, mas só se reproduzem em cartuchos de plantas de milho. “Na entressafra, as cigarrinhas sobrevivem e se multiplicam em tigueras de milho ou outras lavouras de milho para as quais os adultos se dispersam pelo voo”, completa a agrônoma.

COMO CONTROLAR?
Por serem doenças vasculares transmitidas por D. maidis, os enfezamentos são controlados utilizando-se táticas de manejo da cigarrinha, o inseto vetor. Pode se usar controle químico foliar e biológico do vetor, rotação de culturas, tratamento de sementes com inseticidas e plantio de cultivares resistentes.

Em geral, é desafiante se determinar o nível de dano econômico ou nível de controle para insetos vetores de doenças. Muitas vezes são usadas medidas preventivas contra os vetores para evitar disseminação da doença.

Atualmente tem-se iniciado o controle da cigarrinha desde o surgimento dos primeiros indivíduos até o estágio V8 das plantas de milho.

Em estágio mais avançado do desenvolvimento da cultura, busca-se também controlar a população da cigarrinha para evitar migração dos adultos para áreas de milho em fase inicial. Procura-se assim se precaver do risco de disseminação se o vetor estiver contaminado com os patógenos.

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