Audiência pública em Novo Progresso discute Ferrogrão

A Ferrovia EF-170, a Ferrogrão, foi tema de audiência pública realizada nesta sexta (15) em Novo Progresso.
O “Encontro Regional do Ferrogrão: Desafios e Soluções” foi proposto pela Comissão de Desenvolvimento Regional (CDR) do Senado Federal.
O objetivo foi debater os detalhes do empreendimento, que ligará Sinop ao porto de Miritituba, distrito de Itaituba.
A audiência foi realizada a pedido do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), com apoio da Frente Parlamentar Mista de Logística e Infraestrutura (Frenlogi). Lideranças dos estados do Mato Grosso e do Pará participaram.
A escolha de Novo Progresso para sediar o encontro ocorre porque o município concentrará grande parte da ferrovia.
A Ferrogrão prevê investimentos de R$ 24,2 bilhões para a construção. Ao todo serão mais de 930 km de trilhos ligando Sinop até Miritituba.
A estimativa é que a produção de grãos do Centro-Oeste, que atualmente é transportada majoritariamente pela BR-163, seja escoada pela ferrovia, reduzindo em até R$ 19,2 bilhões o custo do frete.
IMBRÓGLIO
O empreendimento esteve com seus estudos paralisados desde 2021. Uma ação foi proposta, na ocasião, em razão da redução do Parque Nacional do Jamanxim por meio da Medida Provisória 758/2016.
Por isso, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a suspensão dos estudos. Porém, a ferrovia foi inserida no Novo Projeto de Aceleração do Crescimento (PAC) pelo governo federal e está entre as prioridades do agro.
“A Ferrogrão tem esse efeito positivo de reduzir o custo do frete. Mas os benefícios da ferrovia vão muito além. Ela vai gerar cerca de 373 mil empregos diretos e indiretos e reduzir em 800 mil toneladas por ano a quantidade de CO² que hoje é gerada pelo transporte rodoviário”, argumentou Zequinha.
O senador é vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e um dos defensores da construção da ferrovia.
PROTESTO
Lideranças indígenas dos povos munduruku e caiapó fizeram uma manifestação na chegada de Zequinha Marinho. O protesto é porque a Ferrogrão, segundo eles, afetará pelo menos 6 terras indígenas, 17 unidades de conservação e 3 povos isolados, conforme estudo.
A obra, prioridade do agronegócio, deve transportar toneladas de soja e consta no PAC (Plano de Aceleração do Crescimento).
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