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Agro

Altas temperaturas exigem mudanças no manejo da irrigação com pivô

Publicado em 08 de Fevereiro de 2024 ás 07:39 , por ASSESSORIA DE IMPRENSA
Produtores irrigantes precisam alterar alguns hábitos para evitar a perda de produtividade das lavouras – Foto: Assessoria

A safra atual de grãos se iniciou e segue sob olhares de incertezas. A instabilidade climática tem desafiado até os mais experientes agricultores.

O ano de 2023 foi o mais quente registrado da história do Brasil e do planeta, segundo dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM) e ainda estão previstas novas ondas de muito calor.

Com isso, as produções agropecuárias expostas o tempo todo ao sol intenso tiveram impactos severos e perdas de produtividade.

Muitos produtores foram obrigados a mudar de estratégia.

Alguns tiveram que refazer o plantio, outros arriscaram e correram para não perder a janela da semeadura e teve gente que nem conseguiu plantar.

Em Mato Grosso, por exemplo, principal estado produtor de grãos do Brasil, as chuvas se adiantaram no início de setembro, o que não é normal e já indicava problemas.

Para os agricultores que fariam o plantio em sequeiro, o normal seria em meados de outubro, momento no qual as chuvas deveriam estar regulares, mas não foi o que aconteceu.

“A gente não teve nada de regularidade de chuva até o final de 2023, agora em janeiro, está chovendo bastante”, diz Rodrigo Borges, diretor de Irrigação na Águia Representações Comerciais, de Sorriso.

Com essa variação climática muitas lavouras de soja não se desenvolveram bem. Assim, em decorrência do excesso de calor e da falta de chuva, o ciclo se adiantou e muitos produtores acabaram colhendo soja mais cedo com baixa produtividade.

“Já aqueles que optaram por esperar, sofrem com o excesso de chuva na colheita”, complementou.

Já os que já fazem o uso correto de sistemas de irrigação com pivôs, os impactos foram menores.

“Um exemplo da vantagem da irrigação foi que tivemos produtores que colheram 20 sacas de (60kg) soja no sequeiro e 80 sacas sob os pivôs, ou seja, o equipamento salvou a safra deles”, disse Borges.

Mas, essa não foi a realidade de todos, teve muito produtor que não se atentou a mudança de manejo diante dos fatores climáticos extremos e mesmo com os equipamentos de irrigação tiveram a produtividade comprometida.

De acordo com o professor, Fernando Tangerino, especialista em irrigação e professor da Unesp, de Ilha Solteira/SP, com essa nova realidade de temperaturas elevadas por dias seguidos, os agricultores irrigantes precisam mudar alguns hábitos, indo além da necessidade de recompor o armazenamento de água no solo e repor as perdas por evapotranspiração.

Tradicionalmente fornecer água para a planta, via pivô, sempre ocorreu no período noturno e isso acontece porque se paga 30% da energia elétrica e de certo forma há uma maior eficiência da irrigação.

“Até hoje essa é a cartilha que seguimos, porém temos observado que mesmo produtores que fazem irrigação tiveram prejuízos na safra e isso acendeu o sinal de alerta, ou seja, foi preciso pensar em um novo manejo de irrigação diante de recordes de temperatura máximas como vimos em 2023”, disse o professor.

Essa situação se agravou ainda mais em áreas recém-plantadas e não havia palhada no solo. Por exemplo, se o termômetro indica 40º graus no ar, o solo pode atingir até 70ºC.

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