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1985
Osvaldo Reiners

PIONEIRO DE PAPEL PASSADO
Conheça a história do portador do primeiro carimbo que autenticou os imóveis em Sinop, assegurando com sua assinatura a propriedade de quem dedicava sua vida sobre essas terras. Mais do que um tabelião, Osvaldo Reiners emprestou sua fé pública para ajudar a cidade a crescer
O homem que cuidou do registro dos imóveis de Sinop por mais de 3 décadas veio ao mundo em uma matrícula especialmente bela. No dia 29 de agosto de 1939, na casa da família na Fazenda Pouso Lindo, nascia Osvaldo Reiners, o 4º dos 14 filhos de Carlos Reiners. Em 1948, Antonieta, mãe de Osvaldo, faleceu, deixando 7 filhos (Osvaldo à época tinha 9 anos de idade). Três anos depois, o pai contraiu novo casamento.
O nome da fazenda foi escolhido por Carlos, num dia em que trabalhando com gado para seu progenitor (Dom Jorge, avô de Osvaldo), parou para dormir às margens de um pequeno córrego, e na manhã seguinte achou o “pouso lindo”, daí o nome da propriedade. A área fazia parte do pagamento que o avô de Osvaldo recebeu pelo seu trabalho na construção de uma usina de açúcar. O patriarca, Karl Heinrich Georg Reiners, alemão, era engenheiro mecânico, e por uma dessas coincidências do destino, estava no navio que trouxe o maquinário da Alemanha. Como todos os manuais para montagem eram em alemão, ele foi convidado pelo dono da usina para trabalhar na montagem. Ali ficou, se casou e naturalizou-se brasileiro com o nome de Jorge Reiners, dando origem à família Reiners em Mato Grosso.
A propriedade ficava em Santo Antônio do Leverger, no Sul de Mato Grosso. Nas extensas pastagens a família criava gado de corte. Em um dos seus muitos partos, Maria, a mãe de Osvaldo, acabou morrendo. Em algum tempo, Carlos encontrou uma nova esposa – que se tornou uma verdadeira mãe para Osvaldo. Quando ele tinha 7 anos de idade, passou a viver em Cuiabá.
Por volta dos 13 anos de idade Osvaldo foi estudar na capital, como interno no Colégio São Gonçalo. Após a conclusão do então ensino médio, prestou serviço militar, já essa época morando na casa da família. Após o término do serviço militar, trabalhou com seu pai num frigorífico por um tempo. Então, prestou um concurso para a PRF, que na época era Patrulha Rodoviária Federal, sem o status de polícia como conhecemos atualmente. Ele ingressou no cargo público, trabalhando na função por alguns anos.
Em 1965, Osvaldo se casa com Sulamirtes Santiago, uma jovem, na época com 19 anos de idade, nascida em uma família cuiabana tradicional. Um ano depois, em 13 de dezembro de 1966 nasce Andrea, a primeira filha do casal, e em 28 de dezembro de 1974, Adriana, a caçula.
Incentivado pela esposa, que trabalhava como secretária do reitor da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), Osvaldo começa a cursar Direito. Concomitantemente, ele abre uma autoescola, prestando também o serviço de despachante, em 1978. Em 1981, com 42 anos de idade, ele conclui a faculdade de Direito e começa a atuar como advogado.
Ele abre um escritório de advocacia especializado em Direito da Família. Mas a atividade não era tão lucrativa. “Os casais chegavam para fazer o divórcio e meu pai os convencia a reatarem o casamento. Ele tinha esse perfil conciliador”, conta Andrea.
Por isso, a autoescola continuava sendo o principal negócio de Osvaldo. O comércio ficava em um prédio de dois pisos, perto da Assembleia Legislativa de Mato Grosso. No térreo ficava a autoescola e em cima a residência da família.
No ano de 1982, Osvaldo trabalhou também como assessor do deputado estadual Benedito Santiago – lembrado em Sinop com o nome de um antigo ginásio de esportes, na esquina das avenidas das Embaúbas com Jacarandás. Benedito era irmão de Sulamirtes e convidou o cunhado formado em Direito para trabalhar em seu gabinete.
Embora fosse nascido em Cuiabá, Benedito chegou a Assembleia Legislativa como um representante do “Nortão”. Sua base política foi erguida na cidade de Alta Floresta. Em 11 de abril de 1984, o deputado fez uma viagem com avião fretado para visitar seu eleitorado. Era para Osvaldo estar nesse voo, mas ele foi no aeroporto errado. Benedito, cansado de esperar pelo seu assessor que confundiu os aeródromos, decolou em ele. O avião acaba caindo após apresentar falhas mecânicas e no acidente Benedito fratura a coluna vertebral e fica paraplégico.
No mesmo pleito que Benedito se elegeu, em 1982, Osvaldo disputou sua primeira eleição, como vereador por Cuiabá. Não venceu, mas o aproximou da política, principalmente de uma dupla de irmãos que lideravam o grupo que estava no poder: Júlio e Jayme Campos.
Júlio Campos era o governador de Mato Grosso entre 1983 e 1986. No ano de 1985, Júlio decide que iria abrir um cartório em Sinop e anunciou para Osvaldo que o nomearia como Oficial de Cartório. Em agosto daquele ano, o advogado vem para Sinop a fim de implantar a serventia.
Na jovem cidade do Norte de Mato Grosso, Osvaldo começa a preparar o seu cartório. Ele aluga uma sala comercial na Avenida das Figueiras e recruta 3 funcionários. As primeiras são Dirce Faccio, que já havia trabalhando em cartório, Marli Hara e Magary Sanches. Osvaldo leva sua equipe para um estágio no Cartório do 6º Ofício, em Cuiabá.
Com o time treinado, o Cartório do 1º Ofício de Sinop é inaugurado no dia 16 de setembro de 1985, dois dias após o aniversário da cidade. Cabia à serventia realizar o registro de imóveis e títulos em um município com pouco mais de 33 mil habitantes, cujos terrenos até então eram registrados no Cartório de Cuiabá. “No começo era uma luta para convencer as pessoas a trazer o registro das suas escrituras para o Cartório de Sinop. Não havia interesse. O comércio de terrenos era muito informal, praticamente apenas trocavam contratos de compra e venda, sem efetivar a transmissão na escritura do imóvel”, explica Adriana.
A matrícula de número 1 que o cartório fez foi de um imóvel de Alcides Shimizu, empresário do ramo de confecções. Nos primeiros meses, os únicos interessados que passavam pela porta da serventia eram proprietários de áreas rurais buscando o registro de autorização de desmate, emitida pelo Ibama.
Em dezembro de 1985, Osvaldo traz o restante da sua família para morar em Sinop. Sulamirtes, Andrea e Adriana foram abrigadas pelo então prefeito Geraldino Dal’Maso, que compartilhou a morada da sua família com Osvaldo. O noivo de Andrea ainda permanece mais um tempo em Cuiabá, vindo pra Sinop algum tempo depois. Após um mês acolhidos pelo prefeito, Osvaldo aluga uma casa na Avenida dos Tarumãs, perto do Hotel Garcia. “Quando a gente chegou em Sinop, entrando pela Avenida Júlio Campos, me assustei. Tinha água cobrindo a rua. Diziam que tinha asfalto, mas não dava para ver. O que eu vi foram galinhas ciscando na avenida principal da cidade. Para quem cresceu em Cuiabá, foi um choque”, comenta Adriana, que na época tinha 11 anos de idade.
Andrea, a mais velha, veio para Sinop em fevereiro de 1986 com o propósito de trabalhar no Cartório. “O movimento era muito fraco. Tinha dias que não aparecia ninguém”, lembra Andrea. Pelo fato dos registros de imóveis de Sinop estarem originalmente em outro cartório e não haver um interesse da população local em escriturar seus bens, o Cartório que Osvaldo “ganhou” estava longe de ser uma mina de ouro. Quando saiu de Cuiabá, a família tinha uma casa, um carro e uma vida confortável. Um ano depois de se mudar para Sinop, moravam de aluguel, o veículo foi vendido e a vida exigia resiliência. Demorou para que Sinop fosse uma cidade próspera o suficiente para manter com folga um cartório.
Mas Osvaldo não desistiu. Ele se mantinha comprometido com a missão que lhe foi dada, de ser a testemunha documental inconteste dos bens que as pessoas adquiriram. Ele dizia para todos os funcionários, com certa frequência, que o maior bem que uma pessoa pode ter é a sua casa e que os papeis que se acumulavam dentro daquele escritório eram a garantia desse precioso bem. A exigência de igual compromisso e responsabilidade não poupava nem as filhas.
Logo, Andrea é nomeada oficial substituto, assinando os documentos na ausência de Osvaldo. Com 14 anos de idade, Adriana começa a trabalhar no cartório de office-girl. Nessa mesma época, Osvaldo passa a integrar mais a sociedade do qual fazia parte. Ele ingressa no Rotary Clube, onde foi presidente, na Maçonaria e também faz a função de escrivão eleitoral, no pleito de 1988. Voluntariamente Osvaldo passa a fazer as atas e registros de documentos para a Fundação de Saúde Comunitária de Sinop, organizada para viabilizar a implantação do Hospital Filantrópico Santo Antônio.
Com seu envolvimento na comunidade, Osvaldo acaba ocupando espaços também dentro da política. Em 1992 ele é convidado para disputar a prefeitura de Sinop, na condição de vice-prefeito, na chapa encabeçada por Paulo Abreu. A veia de Osvaldo latejava pela política, mas Sulamirtes, que tinha familiares dentro da vida pública, preferia ver o marido distante dessa atividade. Aliás, um fato curioso do casal é que, todos os dias, às 15 horas, Osvaldo fazia um intervalo no seu trabalho e ia para casal, ver a sua esposa e tomar sua dose diária de guaraná em pó. Era um costume quase sagrado.
A campanha como vice foi aguerrida, mas no fim o adversário, Antônio Contini, ganhou com folga, anotando mais de 70% dos votos válidos. A proximidade com Paulo Abreu, que foi presidente da Acrinorte (Associação dos Criadores do Norte de Mato Grosso), fez com que Osvaldo ingressasse na entidade. Nessa época ele comprou um sítio na Comunidade Selene, onde criava alguns animais.
Ainda em 1992, o patriarca emancipa sua caçula, permitindo assim que Adriana assumisse a função de oficial substituta no Cartório. Osvaldo sempre quis integrar a sua família no trabalho. Foi também em 1992 que a serventia se mudou para um novo endereço, na Rua das Nogueiras, ao lado da Lotérica, ocupando um imóvel alugado.
No ano 1995, uma forte crise recaiu sobre a agricultura. Mudanças na cambio e na valorização do Real frente ao Dólar, associado a uma queda brusca no preço de commodities como soja, milho e arroz, aplacaram ao setor produtivo uma dívida gigante com as instituições financeiras. Os antigos contam que nessa época o dinheiro simplesmente desapareceu de Sinop e boa parte dos negócios era feita usando madeira como moeda de escambo. No cartório do 1º ofício, produtores se acotovelavam para fazer o registro de Cédulas de Crédito – uma espécie de “promessa de pagamento em dinheiro” que os produtores oficializavam ao banco. O documento era necessário para os produtores que tentavam renegociar suas dívidas. Nesse período, que se alongou por quase dois anos, Osvaldo fez algo inédito para um cartório. Na regra, todo serviço prestado por uma serventia segue uma tabela de preços, que leva em conta os valores que serão transmitidos para o Tribunal de Justiça e a parte que vai bancar os custos operacionais do Cartório. Sensibilizado com os produtores rurais, em especial os menores que estavam mais endividados, Osvaldo passa a dar desconto no registro das Cédulas de Crédito, abatendo a parte que ficaria em seu caixa.
Nos anos seguintes, o cartorário compra um terreno na mesma Rua das Nogueiras com o propósito de erguer sua primeira sede própria. Ousado, constrói um prédio grande, com 10 salas comerciais. O cartório cabia em apenas uma. “Um dia o cartório vai ocupar todo esse espaço”, previa Osvaldo.
Para fazer a pintura do imóvel, o cartorário contrata a empresa de Gláucio Leitão, que trabalhava com seu irmão Nilson. A sede própria é inaugurada em 1998 e a serventia continua no mesmo endereço desde então, ocupando mais salas do prédio com o passar do tempo.
Dois anos depois, em 2000, o pintor virou candidato a prefeito de Sinop. Osvaldo oferece uma das salas do prédio que construiu para ser o escritório da campanha do jovem Nilson Leitão, que pretendia ser prefeito da 4ª maior cidade de Mato Grosso aos 31 anos de idade. “Osvaldo acompanhou e apoiou toda minha carreira política, foi um incentivador, conselheiro e torcedor. Uma honra para mim!”, escreveu Nilson Leitão.
Foi na sala acima do cartório que o grupo acompanhou a apuração dos votos em uma eleição acirrada, vibrando quando viu que o ex-pintor havia sido eleito com uma diferença de 4 pontos percentuais.
Leitão se abraçou ao grupo que o ajudou a chegar na cadeira de prefeito. De pronto, convidou Osvaldo para ser o seu Secretário de Governo. As habilidades de mediar conflitos, de unir pessoas em prol de uma causa e a conduta ilibada faziam do cartorário a pessoa ideal para o cargo. Dentro dos corredores da prefeitura, Osvaldo conteve crises e organizou o fluxo de documentos, garantindo a ambiência ideal para o jovem prefeito governar.
Osvaldo atuou no cargo público de 2001 a 2003. Se desligou da função após a morte da sua amada esposa. Mesmo fora da prefeitura, Osvaldo continuava envolvido com Sinop, sendo um grande entusiasta da cidade, participando das discussões e oferecendo seus serviços. Em 2005, ele fez parte do Conselho Comunitário de Segurança, ajudando a atrair avanços para a segurança pública do município em um momento que uma nova crise se abateu sobre Sinop, dessa vez, esmigalhando o setor madeireiro.
À medida que a cidade que tanto amava crescia, seu cartório se tornava cada vez mais necessário. Em 2009, com o advento do programa Minha Casa Minha Vida, Sinop atingiu seu apogeu na construção civil. Com o financiamento do Governo Federal, a cidade se tornou um canteiro de obras civis, alcançando recordes de construção que só seriam quebrados 10 anos depois. As regras do programa exigiam que a documentação dos imóveis passasse pelo cartório. “Nesse período, a Caixa Econômica Federal, que geria o Minha Casa Minha Vida, enviava para o cartório lotes com 200 contratos por vez. Foi um período de crescimento frenético da cidade. Até então, a maioria dos imóveis de Sinop não era escriturada, porque as pessoas que tinham casa não viam a necessidade de fazer o documento. É nesse momento que vira uma chave, porque para fazer o financiamento era preciso escriturar o imóvel, não importava se fosse construído ou se era um terreno para construir e vender através do programa”, conta Andrea.
Nesse intervalo de 3 anos, a partir de 2009, o número de matrículas de imóveis cresceu o equivalente ao registrado ao longo dos primeiros 24 anos de existência do cartório. “O pai não viajava com a família de férias para não deixar o cartório sozinho. Nunca fizemos uma viagem juntos porque sempre tinha que ficar alguém para assinar os registros. Ele entendia que a serventia tinha que ser tão dinâmica quanto a cidade de Sinop era”, comenta Adriana.
No ano de 2010, Osvaldo sepulta seu pai, Carlos Reiners, que morreu aos 103 anos de idade. “Osvaldo assumiu as funções de pai para todos nós. Eu sentia isso. Depois que papai morreu, ele foi um pai, irmão, amigo e confidente. Era meu tudo. E achava lindo o amor dele pela mamãe, não passava uma semana sem ligar para perguntar como ela estava, se precisava de algo. Foi educado por Carlos Reiners e tornou-se um verdadeiro exemplo”, disse a irmã de Osvaldo, Esmeraldo Reiners.
Até então, as burocracias do Brasil eram um serviço de balcão. Com o cartório não era diferente. Para registrar um documento, o cidadão precisava ir presencialmente no balcão. Mas em 2020 o mundo foi acometido por uma pandemia que colocou à prova as tradições burocráticas dos tabelionatos. Em abril de 2020, o Cartório do 1º Ofício registra seu primeiro funcionário a contrair Covid-19. No dia 17 de maio, a serventia fecha as portas, paralisando o atendimento ao público. “A gente pedia para o pai, que já tinha certa idade, ficar em casa. Ele respondia para a gente: ‘vocês querem me matar?’. Ele não aceitou parar. Ele acordava todos os dias e ia trabalhar. O cartório era a vida dele”, revela Adriana.
Para manter o Cartório funcionando, Andrea e Adriana implantam novos protocolos de atendimento. As medidas de proteção mantêm os registros em atividade, mas não são suficientes para blindar completamente. Na noite do dia 7 de dezembro de 2020, Osvaldo acordou com uma aguda falta de ar. Com a ajuda de Adriana, que morava próximo à sua casa, ele é levado para o Hospital Santo Antônio. O médico que o atendeu, um dos muitos que Osvaldo convenceu a vir para Sinop, reconhece a gravidade do seu quadro de saúde e o leva para a UTI, onde é entubado. O exame confirma a infecção por Covid-19.
Ao longo dos dias que passou internado na unidade que ajudou a construir, o organismo de Osvaldo consegue se livrar do vírus, mas no 13º dia ele teve uma parada cardíaca que colocou fim a sua vida. “Ele morreu trabalhando. Partiu no tempo dele, deixando um vazio enorme”, relata Andrea. “Perdemos o nosso pai e tudo que ele construiu”, completou Adriana.
No dia 20 de dezembro de 2020, aos 81 anos de idade, morria Osvaldo Reiners. Assim que seu corpo é sepultado, a família deixa o Cartório, e um tabelião concursado do município de Cláudia é designado para assumir o 1º Ofício de Sinop. Ver o legado construído com tanto carinho e esforço pelo pai nas mãos de outras pessoas é algo que as irmãs têm dificuldade para assimilar. Elas sabiam que seria assim, que aquele não era um negócio familiar. Ainda assim, ver outra pessoa sentada no escritório que seu pai construiu e passou tantos anos trabalhando causa uma sensação de que as coisas não estão no lugar que deveriam. “A gente compreende, não quer dizer que não sinta pela forma como as coisas terminaram”, comenta Andrea, que por 34 anos passou seus dias dentro daquele cartório.
Como bom planejador que era, Osvaldo se preparou para morrer. O oficial de cartório deixou imóveis e bens para as filhas e organizando tudo para que elas pudessem prosseguir quando ele já não estivesse presente. Deixou inclusive a oportunidade para que as filhas recomeçassem onde ele nasceu, na Fazenda Pouso Lindo, onde as irmãs passam a empreender desde que saíram do cartório.
Embora já tenham se passado quase 4 anos da partida de Osvaldo, Andrea e Adriana ainda encontram com frequência pessoas demonstrando gratidão pelo seu pai, reconhecendo que ele foi mais do que um carimbo em uma folha de papel. Ele passou para a história de Sinop.
1985
Instalação da Comarca de Sinop

COMARCA DE SINOP
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No dia 13 de setembro de 1985, ocorreu a instalação da Comarca de Sinop, mais um grande presente que a cidade recebeu na semana em que comemorava 11 anos de fundação
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Toma posse o 1º Juiz da Comarca, Dr. Antonio Paulo da Costa Carvalho, e o 1º Promotor Público, Dr. Hélio Fridolino Faust
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A solenidade contou com a presença do governador Júlio Campos, do presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Ernane Vieira de Souza, do prefeito Geraldino Dal'Maso, do presidente da Câmara, José Roveri, do colonizador Enio Pipino e de outras autoridades convidadas
AS MADEIREIRAS
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Após o asfaltamento da BR-163, a indústria madeireira de Sinop passou por grande desenvolvimento, especialmente com a chegada de novas madeireiras e ampliação das que já estavam instaladas
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A maior concentração de pequenas, médias e grandes madeireiras ocorreu nas margens da BR-163, no bairro São Cristóvão; a madeira foi o primeiro grande ciclo econômico de Sinop
CULTURA
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Na área cultural, dois grandes eventos ocorreram no ano de 1985: o 1º Baile de Debutantes e a 1ª Noite Cultural de Sinop