Investimentos criam novo corredor de transporte
Investimentos que estão sendo feitos na pavimentação e na implantação de Rodovias e em uma ferrovia incrementarão a logística de Campo Verde
Um aspecto positivo e importante, que coloca Campo Verde em destaque em Mato Grosso, é a sua localização. Situada na região Sul de Mato Grosso, a cidade tem, num raio de 140 quilômetros, os três maiores centros do estado: Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis.
Além disso, o município é servido por importantes rodovias estaduais e federais que ligam Campo Verde a todas as regiões do estado. Esse aspecto é apontado pelo secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Henrique Soares, como positivo para o desenvolvimento do município porque favorece a atração de novos empreendimentos.
E a logística de Campo Verde, tende a ser ainda melhor com os investimentos que estão sendo feitos pelo Governo Estadual e também por meio de parcerias público-privadas. Um desses investimentos é a pavimentação da MT-140, entre Nova Mutum passando por Santa Rita do Trivelato, Planalto da Serra e Nova Brasilândia, ligando o Médio Norte de Mato Grosso à BR-070, no território de Campo Verde, o que fará do município um importante entroncamento rodoviário.
“Nós vamos conseguir tirar fluxo da BR-163 (na região do Posto Gil, de Nova Mutum, Lucas do Rio Verde e Sinop) através da MT-140 e isso vai passar por Campo Verde, o que nos coloca num outro status de entroncamento logístico no estado”, diz o secretário.
Além da BR-070, Campo Verde é servido também pela BR-364 e pelas MTs-140, 340, 244 e 251, o que dá ao município uma grande vantagem quando o assunto é a logística, e a construção de uma nova rodovia a partir da MT-244, ligando Campo Verde à MT-130, próximo à Paranatinga, vai incrementar ainda mais esse setor. A logística torna Campo Verde atrativo para investimentos no setor industrial.
“Com base nisso, nós já temos empresas que estão olhando para nós com esse olhar da capacidade logística do município. Temos uma empresa que recentemente esteve nos visitando e que vai instalar um Centro de Distribuição aqui, [com isso] ela vai conseguir atender mais de 200 quilômetros de raio na parte de estocagem, armazenagem e distribuição de defensivos”, informou Henrique.
Outro fator positivo, na opinião do secretário quando o assunto é a logística, é a implantação da Ferrovia Estadual Vicente Vuolo, que terá um ramal ligando Rondonópolis a Cuiabá e outro ligando com Nova Mutum e Lucas do Rio Verde. Ambos passarão pelo território de Campo Verde. Além disso, está confirmada a construção de um terminal, o que transformará o município em um grande entroncamento rodoferroviário.
“Nós vamos conseguir tirar fluxo da BR-163 através da MT-140, o que coloca Campo Verde num outro status de entroncamento logístico no estado de Mato Grosso”, Henrique Soares, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico.
Aqui poderá ser feito um mapa com essas rodovias e com o traçado da ferrovia.
Nos trilhos do desenvolvimento
Construção da ferrovia Senador Vicente Vuolo e a implantação de um terminal de cargas em Campo Verde vão alavancar ainda mais o desenvolvimento do município
Campo Verde, por sua grande produção agrícola, sempre foi um dos municípios de Mato Grosso que apresentaram, nos últimos 30 anos, um elevado grau de desenvolvimento, tanto social quanto econômico. A produtividade agrícola, especialmente no segmento soja, milho e algodão, reflete em outros setores, como o comércio e a indústria.
Com uma localização geográfica excepcionalmente favorável, Campo Verde terá, dentro de pouco tempo, mais um grande incremento para alavancar ainda mais o seu desenvolvimento: a construção da Ferrovia Estadual Senador Vicente Emílio Vuolo. Os trilhos da ferrovia, que ligarão Rondonópolis a Lucas do Rio Verde, na região Médio Norte, passarão por duas regiões de Campo Verde, onde será implantado também um terminal de embarque e desembarque de cargas.
“O fato de ter uma ferrovia em construção, significa uma mudança muito importante do ponto de vista logístico. Toda vez que você traz um modal ferroviário, você está trazendo eficiência, você está trazendo custo mais baixo para transportar os produtos, você está trazendo mais segurança”, afirma o CEO da Rumo Logística, João Alberto Abreu durante a cerimônia de início das obras da ferrovia, no último dia 7 de novembro, em Rondonópolis.
A chegada dos trilhos e do terminal representa para Campo Verde uma nova fase de crescimento e desenvolvimento econômico. Conforme analisa João Alberto Abreu, a tendência é que, com a ferrovia venham também novos investimentos, principalmente no setor industrial.
“No final das contas, o que se está agregando a Campo Verde [com a ferrovia]: emprego, desenvolvimento, oportunidade de trabalho, atração de novas indústrias e de novas atividades e, com certeza, riqueza, porque no final das contas, essas indústrias e todo esse complexo implicam em mais geração de tributos para a região”, observou Beto Abreu.
De acordo com Abreu, já existem conversações para a instalação de indústrias na área de etanol de milho, proteína animal (frigoríficos), esmagamento de soja e terminais de fertilizantes. “Enfim, são todas oportunidades que surgem e que são discutidas ao longo dos movimentos dos projetos. Uma vez a obra terminada, esses investimentos possam também ser realizados”, disse ele.
Com 211 quilômetros de extensão, a ferrovia estadual, de acordo com a Rumo Logística, deve gerar, somente na sua construção, 236 mil postos de trabalho, sendo 78 mil diretos, 38 mil indiretos e 120 mil induzidos. O terminal, segundo a concessionária, deve movimentar 30 milhões de toneladas de carga por mês e entrar em operação em 2026.
A ferrovia, que tem previsão de ser concluída em 2025, vai operar com vagões “double stack” (dois andares). De Mato Grosso, os vagões sairão carregados com produtos agrícolas, proteína animal e etanol entre outros, e devem voltar com cargas variadas, que vão de cerveja a fertilizantes. “Para Campo Verde, a ferrovia é uma grande conquista”, enfatiza o prefeito Alexandre Lopes de Oliveira.
O gestor destaca ainda que a ferrovia é um tipo de modal que o Mato Grosso esperava há muito tempo e que sua chegada é sinônimo de desenvolvimento. “Os investimentos que estão sendo feitos em infraestrutura logística, com a ferrovia e com a pavimentação de importante rodovias, vão diminuir os custos de produção, transformar nossa cidade em um dos mais importantes entroncamentos rodoferroviários de Mato Grosso e trazer desenvolvimento, progresso, geral emprego e renda”, salienta o gestor. “Virão empresas, novas indústrias, e nós, enquanto gestão, estamos nos preparando para isso, principalmente no que diz respeito à qualificação da mão-de-obra”, completa.
Dados do Município
Campo Verde recebeu status de município pela lei estadual nº 5314 de 4 de julho de 1988, com território desmembrado dos municípios de Cuiabá e Dom Aquino.[5][6]
As primeiras famílias a se estabelecerem na região que hoje forma o município de Campo Verde foram os Borges e os Fernandes. Vindas de Uberlândia (MG) em 1886 e lideradas por Diogo Borges e Zeca Camilo Fernandes, as famílias formaram a Fazenda Buriti dos Borges, que por muitos anos foi referência geográfica da região, e a Fazenda Deputado.
Em 1896 foi inaugurada na localidade de Capim Branco uma das primeiras estações telegráficas de Mato Grosso, construída sob o comando do major Gomes Carneiro, que tinha como seu ajudante de ordens o então alferes e futuramente marechal, Cândido Mariano da Silva Rondon. Tanto a casa construída por Diego Borges como algumas construções centenárias em Capim Branco ainda resistem ao tempo, destino diferente do que teve a estação telegráfica, destruída pela ação do tempo e do homem. Uma réplica da antiga construção foi construída para abrigar o Museu da História de Campo Verde, que tem um acervo formado por fotos antigas e utensílios utilizados pelos primeiros moradores da região. Por quase um século, a região viveu um período de estagnação, sem nenhuma atividade econômica de destaque. Apenas a agricultura e a pecuária de subsistência eram praticadas pelos moradores. A partir da segunda metade da década de 1960, esse cenário começou a mudar. Com a chegada das primeiras famílias vindas do Sul do Brasil, o cerrado inóspito e improdutivo ganhou um novo impulso com o cultivo do arroz de sequeiro.
Em 1974, o gaúcho Otávio Eckert instalou um posto de combustível no entrocamento BR-070 com a MT-140. O empreendimento foi e embrião da futura cidade. Visionário e confiante no potencial da região, Eckert criou o loteamento Campo Real. Com a expansão da atividade agrícola e o crescimento populacional, em 1988 o então distrito de Posto Paraná, como a localidade passou a ser chamada, se emancipou de Dom Aquino. Um plebiscito realizado entre os moradores mudou o nome do lugar para Campo Verde.