Polo de produção agrícola e de desenvolvimento
Localizado na região Sul de Mato Grosso e com 44 mil habitantes, município está entre as maiores economias de Mato Grosso
Embora relativamente novo política e administrativamente falando, Campo Verde tem uma longa história de colonização, que teve início em 1874, quando chegaram as primeiras famílias vindas do triângulo mineiro.
Depois dos pioneiros mineiros vieram os nordestinos, que em 1902 se instalaram na região da Ponte Alta, hoje pertencente à Chapada dos Guimarães. A terceira onda migratória aconteceu na segunda metade da década de 1960, quando chegaram os sulistas e deram um novo impulso à região.
Foram eles que implantaram na região o cultivo do arroz de sequeiro, cultura que por muitos anos foi o carro-chefe da economia rural do futuro município. Também iniciaram o cultivo da soja e do milho, no início dos anos de 1980. O algodão, principal lavoura cultivada no município, começou a ser plantado por volta de 1994.
Emancipado política e administrativamente em 4 de julho de 1988, e distante pouco mais de 140 quilômetros da Capital, Campo Verde, economicamente falando, é um dos grandes municípios de Mato Grosso, figurando entre os 13 maiores do Estado devido à força do agronegócio, do dinamismo do seu comércio, do crescimento constante de sua indústria e da eficiência de sua prestação de serviços.
Com localização estratégica e próximo dos grandes centros de Mato Grosso, como Cuiabá, Rondonópolis e Várzea Grande, todas localizadas num raio de 150 quilômetros, Campo Verde tem clima agradável e um dos melhores índices de desenvolvimento humano de Mato Grosso.
Entroncamento rodoferroviário - Sua localização privilegiada aponta que o município, em um curto espaço de tempo, se transformará em um dos maiores entroncamentos rodoferroviários do Centro-Oeste brasileiro. Essa transformação será possível com a conclusão da pavimentação da MT-140, ligando Campo Verde à Nova Mutum, e à implantação da Ferrovia Senador Vicente Vuolo, que ligará Rondonópolis à Lucas do Rio Verde.
Os trilhos da Ferrovia passarão pelo território de Campo Verde, onde está previsto a implantação de um terminal de embarque. Esses fatores são apontados pela Administração Municipal como importantes alavancas para um desenvolvimento ainda maior do município.
Um desenvolvimento econômico sustentável, além do setor produtivo e da industrialização, passa também por uma educação e uma saúde de qualidade. E nesses quesitos, Campo Verde tem se destacado.
Na educação, os números do último IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) apontam que o município tem o melhor indicador do estado nas séries finais e o terceiro melhor nas séries iniciais. Na saúde, o município também se destaca, tanto pela estrutura existente quanto pela qualidade do atendimento ofertado, seja no setor público ou no privado.
Agricultura e pecuária fortes - Na economia, Campo Verde se destaca por seu potencial agrícola, figurando entre os maiores produtores de algodão, soja e milho do Mato Grosso. Com uma cotonicultura forte – tem a terceira maior área plantada do estado.
Com temperatura amena proporcionada pela altitude de 745 metros, e grande oferta de matéria-prima para a produção de ração, Campo Verde tem características climáticas ideais para a criação de aves. Com três modernas granjas instaladas em seu território, tem o segundo maior plantel de aves poedeiras de Mato Grosso e é o maior produtor de ovos de codornas do estado.
Na suinocultura, Campo Verde está entre os 10 maiores criadores de Mato Grosso, com um plantel formado por 5,7 mil matrizes e um total de 65,5 mil animais. Na criação de bovinos, o rebanho do município é formado por 123 mil cabeças, entre animais de corte e leite.
Outra atividade que vem ganhando destaque em Campo Verde é a piscicultura. Em 2021 foram produzidas no município 1,4 mil toneladas de pescado em cativeiros, com destaque para a tilápia. Com 237,7 toneladas produzidas naquele ano, Campo Verde ficou em primeiro lugar entre os municípios que criam a espécie.
Segurança e qualidade de vida - Além de um desenvolvimento econômico dinâmico e sustentável, Campo Verde se destaca também na segurança e na qualidade de vida ofertadas aos seus moradores.
O município é dotado de um sistema de segurança feito por 81 câmeras de alta resolução instaladas em pontos estratégicos da área urbana e 5 câmeras OCR nas entradas da cidade, além de um efetivo que é reforçado pelo sistema de gestão compartilhada, em que policiais civis, militares e bombeiros prestam serviços ao Município durante parte dos seus períodos de folga.
Campo Verde também foi pioneiro em Mato Grosso ao criar o Observatório Municipal de Segurança, que acompanha o número de casos, quais os crimes e suas características, cometidos no município, mecanismo que permite traçar um panorama da criminalidade local e auxilia as forças de segurança.
Campo Verde, ao longo dos anos, investiu pesado na melhoria da qualidade de vida de seus moradores. Além de uma saúde e de uma educação de qualidade, o município conta com aparelhos públicos que proporcionam aos moradores o acesso à prática do esporte e ao lazer em ambientes de grande beleza cênica e com total segurança.
A cidade conta com três parques públicos, um deles em fase de finalização, dotados de campos de futebol, campos de futebol society, quadras de areias, academias ao ar livre, lagos artificiais com pedalinhos, playground e pistas para caminhada. Conta também com praças amplas, bem cuidadas e com praça de alimentação, além de avenidas bem planejadas que oferecem segurança e tranquilidade aos pedestres e aos condutores de veículos.
Outro setor de destaque no cenário econômico local é o comércio. Com centenas de estabelecimentos que atuam nos mais variados segmentos, o comércio de Campo Verde permite aos consumidores o acesso a todos os tipos de bens de consumo. Além disso, o setor é um dos grandes geradores de empregos e renda no município.
Na industrialização, o município experimenta um crescimento gradativo do setor, principalmente no têxtil. Com 4 fiações e 15 usinas de beneficiamento de algodão, o município é o maior polo têxtil de Mato Grosso, e com a chegada da ferrovia e a consolidação dos investimentos em logística, a perspectiva é que o setor, que já é forte no município, cresça ainda mais.
“Expectativa é que a produção de fios em Campo Verde salte de 2,5 mil toneladas/mês para 5 mil toneladas mensalmente”
Além disso, investimentos que estão sendo feitos por empresas de fiação instaladas em Campo Verde, vão dobrar a capacidade de produção de fios de algodão, que atualmente está em torno de 2,5 mil toneladas/mês. No município estão instaladas também empresas que atuam na fabricação de produtos químicos, adubo foliar, biocombustível, confecção, artefatos de concreto, metalomecânico e alimentos.
Todo esse conjunto de atividades resulta em um PIB que em 2019, de acordo com o IBGE, chegou à casa dos R$ 2,3 bilhões e em 2020, a soma de tudo que foi produzido no município chegou a R$ 2,7 milhões, o 13º maior de Mato Grosso. Em 2021, de acordo com a Federação do Comércio de Mato Grosso (Fecomércio), o PIB foi de R$ 3,4 milhões. No setor agropecuário, Campo Verde tem o 7° maior PIB do estado e o 12° maior do Brasil. Em uma década, a soma de tudo que foi produzido no município cresceu a uma média de 9,7% ao ano. Todo esse cenário faz de Campo Verde um dos mais importantes polos de desenvolvimento de Mato Grosso.
Para onde vão as commodities produzidas em Campo Verde? A resposta é simples: para vários países mundo afora. A soja, o milho e o algodão produzidos em Campo Verde, além de abastecer o mercado interno brasileiro, são exportados para mais de 20 países da América do Sul, Europa, América do Norte, América Central, Ásia e Oriente Médio.
Em 2020, de acordo com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Campo Verde exportou o equivalente a U$ 534,77 milhões, respondendo por 3,2% das exportações de Mato Grosso.
Em 2021, entre janeiro e dezembro, os embarques feitos pelo município somaram U$ 608,59 milhões, valor que correspondeu a 3% das exportações do estado. Os embarques com maior representatividade foram o algodão, com 84% a soja, com 11% e o milho, com 5%. Os Estados Unidos são o maior parceiro comercial do município.
Em 2022, as exportações deram um salto, chegando a US$ 1,20 milhão entre janeiro e novembro, o que corresponde a 4,3% dos embarques feitos por Mato Grosso.
Exportações
2020: US$ 534,77 milhões
2021: US$ 608,59 milhões
2022: US$ 1,20 milhões
(Fonte: comextat.mdic)
“Uma cidade que tem luz própria”
Prefeito Alexandre Lopes de Oliveira destaca que o município vive momento de transformação, trazendo para si protagonismo que lhe pertence
Eleito em 2020 para um mandato de quatro anos à frente do município, o prefeito Alexandre Lopes de Oliveira destaca que Campo Verde tem se despertado para o crescimento, reunindo esforços e recursos, objetivando diversificar sua economia, especialmente no que diz respeito à verticalização de sua produção. O prefeito ressalta que o processo de industrialização caminha para sair da teoria e ser efetivado na prática.
“O processo de verticalização, de industrialização demanda de ações”, frisa o gestor. “Ações do ponto de vista de buscar novas empresas, mas também reunir condições para que os investimentos se concretizem. Uma visita, por si só, não caracteriza na totalidade a condição de buscar empresa. A empresa vive de negócios, então temos que ter mecanismos de operação, mecanismo de estrutura e, acima de tudo, de incentivos fiscais e tributários para que isso se concretize”, completa.
Alexandre comenta também que durante muito tempo, o processo de industrialização de Campo Verde ficou somente na área do debate, da discussão, da teoria e que isso é preciso mudar. Ele ressalta que um dos entraves que sempre dificultou a verticalização da economia local é a logística, que dependia exclusivamente do modal rodoviário. Esse fator, aponta ele, está sendo superado com os investimentos que estão sendo feitos pelo Governo do Estado e pela iniciativa privada na pavimentação de importantes rodovias e na implantação de uma ferrovia ligando a região Sul ao Médio Norte.
Incentivos fiscais
De acordo com o prefeito, outro ponto importante no processo de verticalização da economia é a implantação de uma política de incentivos fiscais que estimule a criação de novos negócios no setor industrial. “Isso já está sendo feito”, frisa o prefeito. “Inclusive Campo Verde acaba de participar da mesa estadual que debate os novos cenários de tributação fiscal e de incentivos, principalmente para a produção de fios”, informa. Essa participação confirma o protagonismo do Município no processo de industrialização do estado. Campo Verde ocupa lugar de destaque no setor têxtil, sendo o maior polo do Mato Grosso, com 14 usinas de beneficiamento e 4 grandes fiações em atividade, que produzem mensalmente em torno de 2,5 mil toneladas de fios. A expectativa é que com os investimentos que estão sendo feitos, essa quantidade seja dobrada.
Capacitando a mão-de-obra
Outro fator que é considerado como de extrema necessidade para que Campo Verde não fique apenas no setor primário, ou seja, sendo apenas fornecedor de matéria-prima, e passe a processar aquilo que é produzido pelo agro, é a capacitação da mão-de-obra, o que está sendo feito com a implantação, em parceria com a Prefeitura, de uma unidade do SENAI, que já está capacitando 200 trabalhadores em cinco cursos e no próximo ano vai ofertar 800 vagas para cursos em 10 áreas do conhecimento, todos voltados à realidade local.
“Com a vinda do SENAI, com o aumento da nossa oferta de qualificações densas, nós estamos tendo condições de poder fazer com que a Prefeitura participe disso de uma maneira mais arrojada. Então, isso aí sim, é um momento que a gente vê em Campo Verde. Outra coisa que tem chamado muito a atenção é que nós estamos conseguindo oferecer para a população um momento diferenciado no tocante a entrega de políticas públicas”, diz o prefeito.
Políticas públicas
Além do crescimento industrial, que, concretizado, vai interferir positivamente na geração de renda da população, é preciso também que o Município esteja atento às certas necessidades dos moradores. E isso está sendo feito. Como exemplo, o prefeito cita o que está acontecendo na Educação, que está vivendo uma verdadeira transformação estrutural, com reformas e conclusão de escolas tanto da Rede Estadual quanto da Municipal. “Mas isso não é o bastante. Eu sempre comento que a renovação estrutural tem que estar alinhada a um bom aparato pedagógico. Aí, sim! Aí você torna a escola atrativa, que é o nosso grande interesse: fazer com que o aluno tenha vontade de ir para a escola”, diz.
Outro setor que é um dos “gargalos” de todas as administrações públicas é a Saúde. Em Campo Verde, de acordo com o prefeito, o setor vem recebendo investimentos, por meio de políticas públicas, que a estão transformando dia após dia. “Num passado próximo, nós estávamos com problema quanto à oferta de atendimento”, reconhece o gestor. “Graças a Deus isso já foi resolvido ou caminha para que seja totalmente resolvido com o aumento de médicos no nosso atendimento, com o aumento de médicos nos nossos programas de atendimento à saúde. Com a transformação, que eu digo, empresarial e industrial, também estamos fazendo isso na cidade”, completa.
Alexandre Lopes também aponta que Campo Verde tem recebido atenção especial na sua infraestrutura, com investimentos que estão sendo feitos na recuperação da pavimentação asfáltica na área urbana e implantação de pavimentação em estradas e comunidades rurais. “Campo Verde passa por essas mudanças, está sendo perceptivo. Isso que eu estou falando, qualquer um pode, na prática, perceber. É uma coisa que pesa muito: Campo Verde está tomando para si um protagonismo que é seu, protagonismo esse de participar das mais variadas rodas de debates em nível estadual, em nível federal. Campo Verde é uma cidade que tem luz própria”, diz.
Protagonismo
Devido ao seu potencial econômico e sua importância no cenário estadual, o prefeito Alexandre Lopes de Oliveira frisa que nada mais justo do que o Campo Verde participar de forma direta e efetiva dos debates sobre políticas públicas voltadas ao desenvolvimento regional, educação, segurança pública, infraestrutura. “Hoje Campo Verde tem ocupado seu espaço e isso a gente chama de protagonismo regional”, destaca o prefeito. “[Com o Município] sendo procurado não só pelas nossas lideranças políticas, como também, por nossas lideranças empresariais para poder fazer daqui um local de um amplo desenvolvimento”, completa.
Do fio ao tecido
No que tange ao desenvolvimento econômico, o prefeito Alexandre Lopes reconhece que os investimentos dado pelo município tem participação pequena na redução dos custos de produção, principalmente no setor industrial. “Por mais que a gente tenha a boa vontade de oferecer o incentivo municipal, ele não é totalmente decisivo para poder atrair empresas. O incentivo municipal é importante, mas não é o mais importante. Se não tiver a participação do Estado nesses incentivos, a cidade não se torna atrativa”.
O gestor entende que o Município de Campo Verde tem várias vocações e que o setor industrial pode ir muito mais além que apenas o da produção de fios e verticalizar ainda mais essa cadeia produtiva. “Nós sabemos que atrelado à produção de pluma, de fios, tem a produção de tecido e malha e, por fim, a produção da confecção, que é o sonho de qualquer cidade. Hoje nós produzimos pluma e fios e nós queremos produzir mais fios para que no futuro a gente possa pensar em malha ou tecido”, diz ele.
Incentivos fiscais
De acordo com o prefeito, uma das propostas do Governo do Estado, a qual o Município participou efetivamente do debate, é a retirada do Fethab (Fundo Estadual do Transporte e Habitação) do algodão que será direcionado a produção de fios. “Outra coisa: nós trabalhamos e fizemos com que o incentivo do Prodeic (Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso), passasse de 85% para 90%. E também atuamos para reduzir a participação das taxas de contribuição do FUNDES de 6% para 1%. Essas três frentes farão com que a produção de fios dentro do estado de Mato Grosso seja competitiva”, observa.
A competitividade, de acordo com o prefeito, é um dos grandes motivadores do processo industrial. Ele também comenta que a adoção dessa política de incentivo, com a isenção do Fethab, redução do percentual das taxas e o aumento do incentivo por meio do Prodeic, vai deixar a produção de fios em Mato Grosso mais atrativa que nos estados do Sul e em pé de igualdade com os estados do Nordeste.
Esmagamento de grãos
Outro segmento em que Campo Verde pode se tornar grande e que pode compor o cenário industrial no município, é o esmagamento de soja e de caroço de algodão, que podem ser processados em uma planta industrial híbrida. Esse tipo de matéria-prima é abundante em Campo Verde, detalhe que pode ser preponderante na atração de empresas que atuam nessa atividade. “Quando se olha para o processo de verticalização das nossas commodities, eu vejo a pluma para fabricar fios e eu vejo soja e eu vejo o caroço de algodão para a fabricação de óleo. Estão aí as três vertentes do nosso processo industrial nas quais podemos alcançar resultados positivos”, observa o prefeito.
Políticas Públicas
O crescimento do setor industrial, da verticalização da produção primária, implica também na implementação de políticas públicas voltadas às áreas sociais, como saúde, educação, segurança. Essas questões, de acordo com o prefeito, estão no radar da administração municipal e deverão receber atenção especial. Além disso, o gestor enfatiza que a própria geração de empregos e de renda farão com que, automaticamente, a população possa ter acesso a uma melhor qualidade de vida. “E quando se tem um processo industrial difundido faz-se com que a máquina pública tenha condições de oferecer políticas públicas que melhorem ainda mais a vida das pessoas, melhorando o ambiente de uso comum: praças, ruas, melhorando o ambiente escolar oferecendo uma melhor educação; melhorias no ambiente da saúde para se ter um atendimento médico hospitalar de alta e média complexidade bom, como também o atendimento na saúde de atenção básica”, observa o prefeito.
Na segurança pública, Alexandre Lopes é consciente de que o crescimento da cidade acarreta problemas ao setor, e, destaca ele, foi justamente por esse motivo que foi criada a Secretaria Municipal Integrada de Apoio à Segurança Pública e o reflexo dessa implantação, pode ser visto nos investimentos que são feitos para melhorar cada vez mais esse setor da Administração Pública. “Campo Verde hoje tem uma das maiores quantidades de câmeras que fazem o monitoramento eletrônico. Campo Verde hoje é um dos poucos municípios que tem as câmeras OCR, que fazem a captação de face, de placa e de cor em tempo real”, destaca ele, acrescentando que as maiores apreensões de drogas feitas em grandes cidades da região, foram a partir do sistema de inteligência de Campo Verde.
Distritos industriais
Mas como atender a demanda de empresas que queiram se instalar no município em relação à oferta de áreas para a implantação das plantas industriais e o fornecimento de energia elétrica? Alexandre Lopes reconhece que Campo Verde tem condições, mesmo que ainda limitada, de oferecer áreas em seus distritos industriais, mas ressalta que a Administração Municipal tem trabalhado visando encontrar soluções para essa questão. “Hoje nós temos uma área no distrito industrial, mas essa área, nós temos ela para empresas de pequeno e médio porte. As áreas que compreendem indústrias, empresas de grande porte, a Prefeitura não tem, então ela ajuda a buscar isso junto à iniciativa privada”, diz ele.
Novos modais
Em relação às mudanças que acontecerão no município em razão do incremento do setor logístico com a chegada da ferrovia e a pavimentação da MT-140, ligando Campo Verde a Rondonópolis e a Nova Mutum respectivamente, Alexandre Lopes de Oliveira destaca que recebe esses investimentos com alegria. “O município de Campo Verde está sendo contemplado com duas frentes de modais. Essas duas ofertas logísticas fazem com que a gente as receba com muita alegria, com muito entusiasmo, pois, quando olhamos todos os municípios que receberam isso, é possível perceber que eles tiveram um desenvolvimento “fora da curva da normalidade”, observa o prefeito. “E a gente também espera que Campo Verde tire proveito da chegada desses modais. Não tenho dúvida que isso vai refletir no nosso desenvolvimento. Num primeiro momento a gente fica muito contente por saber que estamos sendo contemplados com isso e num segundo momento esses investimentos fazem que Campo Verde se liberte dessas travas que muitas vezes foram impeditivos do seu crescimento”, observa.
Outro fator considerado preponderante para o desenvolvimento do setor industrial em um município é o fornecimento de energia elétrica. Em Campo Verde, o prefeito frisa que esse fornecimento é estável e que a energia é fornecida em quantidade, mas ressalta que falta qualidade no fornecimento, problema que o Município tem articulado junto à concessionária dos serviços elétricos para resolver.
Futuro
Todos os investimentos previstos, sejam em logística, na questão energética ou na implantação de empreendimentos empresariais, têm previsão de serem efetivados a curto e médio prazo, mas como visualizar Campo Verde a longo prazo? Como prever a cidade para daqui a dez, vinte anos. “Eu vejo Campo Verde como uma cidade próspera a longo prazo. Eu sempre digo o seguinte: o processo industrial do Mato Grosso é novo, e o de Campo Verde praticamente não existiu”, diz Alexandre, lembrando que a “cidade industrial de Cuiabá, que pode ser considerada um marco no processo de industrialização do Estado, tem cerca de 30 anos de criação.
Alexandre observa que, ao contrário de muitas cidades dos estados do Paraná, de São Paulo e de Santa Catarina, que já estão com seus processos de industrialização amadurecidos, Campo Verde ainda vive um período embrionário, embora possua todas as características favoráveis à transformação da matéria-prima, como soja, milho e algodão, sementes certificadas e ovos, que são abundantes no município. “Eu vejo que a longo prazo, Campo Verde vai aproveitar muito isso para o seu crescimento. A gente enxerga uma cidade extremamente progressista, boa para se viver, boa para se morar, e boa também para se investir, gerar negócio e fazer negócios: Primeiro que nós somos vocacionados à produção – isso ninguém tira de nós”, destaca o prefeito. “A base da produção já nos garante ser uma cidade próspera. Agora, quando entrar, realmente o aparato da industrialização dessa matéria-prima que nós temos, aí ninguém segura mais Campo Verde”, completa. “Eu acredito muito no crescimento de Campo Verde a longo prazo”, completa.
“Ninguém segura Campo Verde”
Empresário do agronegócio, que há 30 anos atua no município, prevê fase de crescimento econômico com os investimentos em logística
O ano era 1992 quando o Grupo Bom Futuro, fundado em Rondonópolis pelos sócios Erai Maggi Schaefer, Elusmar Maggi Schaefer, Fernando Maggi Schaefer e José Maria Bortolli (popularmente conhecido como Zeca Bortolli) 10 anos antes, iniciou as atividades em Campo Verde.
A cidade era pequena, eram apenas 4 anos desde sua emancipação político-administrativa, e enfrentava todos os problemas inerentes a um município recém-fundado. “No começo era uma aventura. Uma aventura boa. Uma cidade que estava começando, primeiro prefeito”, explica Zeca. Como não poderia deixar de ser, havia muito o que se fazer tanto no setor público como no privado.
Mesmo diante daquele cenário, os sócios do Grupo Bom Futuro acreditaram no potencial de Campo Verde e iniciaram o plantio da soja e do milho em larga escala. Primeiro de forma convencional, depois, utilizando a técnica do plantio direto, que, na opinião de Zeca Bortolli, foi “o coelho na cartola” da agricultura, pois reduziu os custos sem comprometer a produtividade.
“Em 2, 3 anos, o plantio direto fluiu e aí ninguém mais segurou Campo Verde, por causa do clima, do povo, das pessoas, mas principalmente do clima, que é muito bom, agradável. Aqui chove bem todo ano, começa a chover cedo e para tarde”, observa ele. Em 2021, de acordo com o IBGE, foram plantados em Campo Verde 95 mil hectares de milho e 235 mil hectares de soja.
O empresário lembra que durante a década de 90, outros fatores contribuíram para o desenvolvimento do agronegócio e, consequentemente, do município, como o acesso ao crédito a longo prazo, a melhoria da logística de transporte, a dolarização do preço dos produtos, que passaram a ser commodities, e a chegada do cultivo do algodão, que foi a cereja do bolo. Isso tudo deu um novo impulso à atividade agrícola e o produtor que soube aproveitar as oportunidades, na opinião de Zeca Bortolli, se consolidou na atividade. “Foi muito fácil crescer aqui”, afirma ele. “Depois, automaticamente, foi acontecendo tudo”, ressalta.
Zeca lembra que a abertura do mercado internacional para o milho, também foi um fator preponderante para o agronegócio em Campo Verde, especialmente para o cultivo da segunda safra. “Uma vez, para vender milho, ninguém queria. E aí? Plantar safrinha de milho para quem?”, recorda. “Hoje não, o milho é commodity, tudo é commodity, até caroço de algodão”, enfatiza.
Mas nem tudo foram flores no passado. Zeca lembra que o cenário político e econômico do país, principalmente no início da primeira metade da década de 1990, exigiu muita atenção dos produtores - especialmente em relação à cotação do Real frente ao Dólar - que precisaram ter muito cuidado em relação ao fluxo de caixa. Um descuido, e tudo poderia ser colocado a perder. “Mas a agricultura sempre foi um bom [negócio]”, afirma ele.
Passados 30 anos, o Grupo Bom Futuro, além do plantio da soja e do milho, atua também na produção de algodão, gado de corte, peixes e energia elétrica em Campo Verde. E Zeca Bortolli continua acreditando no potencial agrícola do município. “Hoje está melhor que uma vez”, comenta. “E cada vez mais vai ser melhor”, completa. Mas o empresário também alerta para os desafios que ainda persistem na atividade, que segundo ele, são: pessoas, conectividade e produtos biológicos. “Produzir é fácil, só que tem que ter essas três coisas interligadas”, observa.
“Campo Verde é uma cidade que cresce muito”, Zeca Bortolli
Em relação à cidade e sua estrutura enquanto centro urbano, Zeca é taxativo. “Campo Verde é uma cidade que cresce muito, eu acredito que dez por cento ao ano. Olha só! Comparado com a China quase”, destaca ele. “Então, o prefeito como é que faz? Escola, posto de saúde, passa apurado toda vida. Mas apesar de todos esses problemas, está uma cidade boa para se morar”, diz ele, emendando: “E vai continuar crescendo”.
Esse crescimento futuro, prevê o empresário, está calcado nos investimentos em logística que estão sendo feitos pelo Governo do Estado na pavimentação da MT-140, ligando o município às cidades do Médio-Norte Mato-grossense, e à chegada da Ferrovia Senador Vicente Vuolo. “Hoje, daqui para Lucas [do Rio Verde], por dentro (pela MT-140) é um ‘pulinho’. Esse asfalto está acontecendo, o governador foi muito feliz em acabar essa estrada”, disse ele.
Zeca destaca também que a construção, pela Rumo Logística, da ferrovia entre Rondonópolis e Lucas do Rio Verde, é outro fator preponderante para o desenvolvimento de Campo Verde. “Junto chega a indústria, chega ‘um monte’ de coisas. Em 10 anos, Campo Verde vai se transformar”, projeta Zeca.
Com a concretização dos investimentos em logística, Campo Verde se tornará um entroncamento multimodal, reunindo opções de escoamento da safra agrícola e de recebimento de insumos e outros produtos pelo modo rodoviário ou ferroviário para/e de todas as regiões do Brasil. Isso também é classificado por Zeca Bortolli como um divisor de águas que proporcionará ainda mais transformação econômica para Campo Verde. Como exemplo ele cita Rondonópolis, que cresceu com a implantação dos trilhos e do terminal de embarque da Rumo.
O trem, de acordo com Zeca, vai encurtar a distância entre as áreas produtoras e o porto de Santos e melhorar o preço, especialmente da soja, que é uma das principais commodities produzidas em Campo Verde. Além disso, acredita o empresário, a ferrovia impulsionará outros setores, como o industrial. “Alguma coisa vai acontecer. Vai dar certo e ninguém mais segura Campo Verde”, enfatiza.
A energia que vem do sol
Atuando em Campo Verde desde 2020, empresa tem conquistado espaço no mercado local de energia solar
Trazendo a experiência de 16 anos atuando no mercado de instalação elétrica, a Solsten Energia Solar, criada em 2018 em Assis Chateuabriand, vem ocupando seu espaço no setor de energia fotovoltaica, com o desenvolvimento e execução de projetos que transformam a luz do sol em energia para residências, propriedades rurais, indústria e comércio, com o uso da mais moderna tecnologia, primando sempre pelo bom relacionamento com os clientes. “Algo que está no nosso DNA desde sempre, é a relação de confiança com as pessoas”, enfatiza o diretor de grandes negócios da Solsten em Campo Verde Luan Winter Souza.
Executando os projetos com rapidez e eficiência, e, acima de tudo, qualidade, a Solsten está presente em mais de 30 cidades e já executou, desde sua criação em 2018, mais de 1.000 projetos em cidades do Paraná e de Mato Grosso. “Durante todo esse período, a gente sempre prezou muito por relacionamento, por confiança, pelo olho no olho. É isso que trouxe a gente para onde estamos hoje”, destaca Winter.
Ele explica que a instalação da empresa em Campo Verde se deu pelo desejo de expandir a empresa e por meio de indicação feita por pessoas que conheciam a cidade. Foi através dessas pessoas que a empresa fechou os primeiros contratos: “Mas, eu reforço, por que estamos aqui hoje? Por uma relação de confiança construída já há 16 anos, que, através de pessoas que confiam no nosso trabalho lá no Paraná, nos apresentaram pessoas que hoje confiam no nosso trabalho aqui em Campo Verde”, enfatiza Luan.
Quem somos
A Solsten Energia Solar é uma empresa especializada em projetos e instalação de usinas fotovoltaicas. Criada em 2018 na cidade paranaense de Assis Chateaubriand, a empresa instalou sua filial em Campo Verde em 2020.
Experiência
A Solsten Energia Solar traz em seu histórico a experiência dos proprietários, que por 16 anos atuaram no setor elétrico.
Projetos
Desde sua criação, em 2018, foram mais de 1.000 projetos desenvolvidos e executados e 50 mil placas fotovoltaicas instaladas.
Equipe técnica
Para atender a clientela com eficiência e qualidade, a Solsten Energia Solar conta com uma equipe formada por 130 colaboradores, entre eles, 9 engenheiros civis e elétricos. Em Campo Verde são 30 colabores.
Onde está presente?
Com serviços prestados em mais de 30 municípios no Paraná e no Mato Grosso, a Solsten Energia Solar conta com sua matriz em Assis Chateaubriand e filiais em Toledo/PR, Cafelândia/PR e Campo Verde.
Parceria que gera confiança
Ao longo de sua história, a Solsten Energia Solar tem desenvolvido uma relação com seus clientes que gera confiança devido à qualidade dos serviços executados, do material utilizado e, acima de tudo, do respeito ao cliente. “Parceria e um trabalho bem feito, que gera confiança nas pessoas e nos trouxe aqui hoje. É isso que prezamos!”, completa o diretor Luan.
Diferencial
O que destaca a Solsten Energia Solar no mercado da energia fotovoltaica é seu know how, qualidade, assessoria desde a elaboração do projeto até a execução da obra, experiência na área elétrica, responsabilidade técnica, pós-venda eficiente, monitoramento, manutenção e segurança dos serviços prestados.
O que dizem os clientes?
“Eles se mostram superinteressados desde o início. Ficaram sabendo por meio de um amigo que eu estava interessado em instalar o sistema fotovoltaico, entraram em contato comigo, e, desde o início, da venda até a conclusão do serviço, foram muito proativos, interessados em vender e em implantar o sistema” – Alberto Duranti – Cliente Solsten
“Tivemos um bom atendimento. Desde o início da cotação da proposta, que a gente faz com duas ou três empresas, a Solsten se destacou, com certeza. Foi esse o motivo de fecharmos com eles. A Solsten nos ofereceu um serviço de qualidade feito por uma equipe muito prestativa, sempre ligando, perguntando se havia ficado alguma dúvida e isso é muito importante. Ficamos satisfeitos” – Tharllys Muchel Castanon Nunes – Promotor de Negócio Agro – Sicredi
Dados do Município
Campo Verde recebeu status de município pela lei estadual nº 5314 de 4 de julho de 1988, com território desmembrado dos municípios de Cuiabá e Dom Aquino.[5][6]
As primeiras famílias a se estabelecerem na região que hoje forma o município de Campo Verde foram os Borges e os Fernandes. Vindas de Uberlândia (MG) em 1886 e lideradas por Diogo Borges e Zeca Camilo Fernandes, as famílias formaram a Fazenda Buriti dos Borges, que por muitos anos foi referência geográfica da região, e a Fazenda Deputado.
Em 1896 foi inaugurada na localidade de Capim Branco uma das primeiras estações telegráficas de Mato Grosso, construída sob o comando do major Gomes Carneiro, que tinha como seu ajudante de ordens o então alferes e futuramente marechal, Cândido Mariano da Silva Rondon. Tanto a casa construída por Diego Borges como algumas construções centenárias em Capim Branco ainda resistem ao tempo, destino diferente do que teve a estação telegráfica, destruída pela ação do tempo e do homem. Uma réplica da antiga construção foi construída para abrigar o Museu da História de Campo Verde, que tem um acervo formado por fotos antigas e utensílios utilizados pelos primeiros moradores da região. Por quase um século, a região viveu um período de estagnação, sem nenhuma atividade econômica de destaque. Apenas a agricultura e a pecuária de subsistência eram praticadas pelos moradores. A partir da segunda metade da década de 1960, esse cenário começou a mudar. Com a chegada das primeiras famílias vindas do Sul do Brasil, o cerrado inóspito e improdutivo ganhou um novo impulso com o cultivo do arroz de sequeiro.
Em 1974, o gaúcho Otávio Eckert instalou um posto de combustível no entrocamento BR-070 com a MT-140. O empreendimento foi e embrião da futura cidade. Visionário e confiante no potencial da região, Eckert criou o loteamento Campo Real. Com a expansão da atividade agrícola e o crescimento populacional, em 1988 o então distrito de Posto Paraná, como a localidade passou a ser chamada, se emancipou de Dom Aquino. Um plebiscito realizado entre os moradores mudou o nome do lugar para Campo Verde.