LINHA DO TEMPO
Integrar para não entregar... o Oeste!
É nesse contexto que surge Campo Novo do Parecis, hoje um dos principais destaques no agronegócio mato-grossense
Como uma terra tão produtiva e promissora demorou tanto para ser explorada? Os primeiros colonizadores não têm nada a ver com isso, e souberam aproveitar o que de melhor havia para transformar aquele Chapadão em uma pujante potência agrícola.
Voltando no tempo, a história de Campo Novo do Parecis, a princípio, se confunde com a dos índios Paresi, seus primeiros habitantes conhecidos. Durante o ciclo da borracha em Mato Grosso, no início do século passado, uma das regiões mais ricas em seringais eram os "sertões dos Parecis". Os índios eram explorados por seringueiros, que os aproveitaram como guias e, mais tarde, como mão de obra.
Já na década de 1970 houve a abertura de fazendas e a instalação de famílias de migrantes vindos das regiões Sul e Nordeste.
Emancipada politicamente de Diamantino, por meio da Lei nº 5.315, de autoria do deputado estadual Jaime Muraro, o município completa 32 anos em 2020.
1670
Relatos históricos apontam que os primeiros habitantes conhecidos são os índios Paresi. As primeiras referências a este povo são do último quarto do século XVII, quando o bandeirante Antônio Pires de Campos, adentrando a região pelo Rio Sepotuba, atingiu um extenso chapadão, batizado de “Reino dos Parecis”.
1907
Nesse ano, Marechal Cândido Rondon passou pela região em busca do Rio Juruena, atingiu o Rio Verde e seguiu para o norte em busca do Salto Utiariti, fronteando o sítio onde nasceria o futuro município.
1914
O território foi trabalhado em duas direções pelos serviços de linha telegráfica: uma para oeste rumando para Utiariti e Juruena, e outra para leste, em busca de Capanema e Ponte de Pedra. Em 1914, o ex-presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt, passou em frente ao sítio de onde seria futuramente a cidade, em viagem pela Amazônia, em Companhia de Rondon.
1943
Em 1943, era criado, através da Lei Nº 545, de 26 de outubro, o distrito de Utiariti, pertencente ao município de Diamantino. A partir de 1946, Utiariti tornou-se um centro educacional dos grupos indígenas, sob a égide da Missão Anchieta. A missão tinha como objetivo integrar a isolada população indígena à crescente sociedade da região.
1960
Em 2 de fevereiro de 1960, em meio a uma reunião com os governadores dos estados do norte, o presidente Juscelino Kubitschek decidiu construir a então BR-364 ligando Cuiabá a Porto Velho e Rio Branco, abrindo o oeste brasileiro, trecho que só foi asfaltado em 1983.
1975
Um grupo de agricultores, composto por Zeul Fedrizzi, Rodolfo Ulrich, Eduardo Gool, Rudi Ritter e Alfredo Ulrich chega à região para explorar o que seria futuramente o município de Campo Novo do Parecis.
1975
Em dezembro de 1975, Armando Brolio chega com a família e monta acampamento juntamente com o amigo Telmo Costa. Eles são os primeiros a “descarregar” mudança na região.
1976
No início daquele ano, Zeul Fedrizzi traz a família e a mudança junto para iniciar a construção de uma serraria (chamada de “pica-pau”) para a construção de barracões e residências aos moradores.
1977
Primeiro encontro ecumênico na Fazenda Fedrizzi rezado pelo padre Matias, oportunidade esta em que foi escolhido o nome do então povoado que passou a se chamar Campo Novo, atual Campo Novo do Parecis.
1979
Imagem da estrada de chão que dava acesso a Campo Novo do Parecis – atual rodovia federal BR-364
1980
Ari Krampre traz consigo três sacos de cimento cheios de semente de soja para entregar a Zeul Fedrizzi. Mas como havia pouca terra, na época, para plantio, Zeul Fedrizzi plantou apenas dois dos sacos. E essa viria a ser a primeira plantação de soja de Campo Novo do Parecis.
1980
A Cooperativa Agrícola de Produtores de Cana de Campo Novo do Parecis Ltda (COPRODIA) foi fundada em 24 de novembro daquele ano, localizada à época no município de Diamantino, numa região sem infraestrutura, formada por produtores e suas famílias originárias do sul do país que, movidos por seus anseios, apostaram na força do trabalho e na cooperação para transformar o sonho em realidade. Com muita coragem e determinação, enfrentaram as dificuldades e hoje colhem resultados que fazem dessa região a maior planície agricultável do mundo.
1981
Primeiramente a localidade foi chamada de Campos Novos, denominação que se confundia com a estação telegráfica de Rondon, na região de Vilhena. Aos poucos, o nome foi mudado para Campo Novo e em 1981, foi feita doação de 293 hectares de terras para formação de um patrimônio, com essa denominação.
1981
Acesso a Campo Novo do Parecis: atoleiros da época.
1982
Casa das primeiras famílias que se instalaram na zona rural.
1983
Plantação de arroz: primeira cultura em grande escala.
1984
Primeiro hospital: casa cedida ao Dr. Jorge, onde nela foi registrado o primeiro nascimento e o primeiro óbito.
1985
Vista aérea de Campo Novo do Parecis.
1985
Aos 21 anos e recém-formado em agronomia, o gaúcho Sergio Costa Beber Stefanelo, futuro prefeito, chegou em 1985 à Chapada do Parecis, no noroeste de Mato Grosso, junto com o cunhado Luis Carlos Loro, para abrir a fazenda comprada pela família.
1988
A Lei nº 5.315, de 4 de julho de 1988, de autoria do deputado estadual Jaime Muraro, criou o município de Campo Novo do Parecis, desmembrado oficialmente de Diamantino.
1989
Eleito Zeul Fedrizzi, o primeiro prefeito de Campo Novo do Parecis.
1992
Sérgio Stefanelo, em parceria com a Fundação Mato Grosso, teve o primeiro contato com o girassol, cultura esta que está tomando hoje proporções econômicas significativas na região. Também plantou pela primeira vez as culturas de painço e milho-pipoca, sendo que esta última teve grande impulso regional nos últimos anos.
1993
Euclides Hort toma posse do cargo de prefeito de Campo Novo do Parecis.
1994
A Lei nº 6.534, de 19 de setembro de 1994, de autoria do deputado Jaime Muraro, cria o município de Sapezal, emancipando-se de Campo Novo do Parecis.
1997
Alviar Rother, popularmente conhecimento como Soni, é eleito prefeito.
2001
Jesur José Cassol toma posse do cargo de prefeito de Campo Novo do Parecis.
2006
Sergio Costa Beber Stefanelo é eleito novo prefeito.
2008
A difusão de novas tecnologias para o campo ajuda a promover negócios e propalar a segunda safra agrícola de Mato Grosso. Foi seguindo este desígnio que, naquele ano, o Sindicato Rural de Campo Novo do Parecis realizou a 1ª edição da Parecis SuperAgro.
2009
Mauro Valter Berft, prefeito eleito, assume a gestão da Prefeitura.
2009
A rodovia estadual MT-235, também conhecida como “Rodovia dos Índios”, é inaugurada com show e caminhada. O trecho liga Sapezal a Campo Novo do Parecis (sentido Leste-Oeste). Ao todo, a rodovia tem 100 km de extensão, mas a inauguração se refere a um trecho de 62 km, justamente o percurso considerado mais complexo para se viabilizar por cortar duas aldeias indígena dos Parecis no território Utiariti.
2011
Primeira Prefeitura de Campo Novo do Parecis é tombada como Patrimônio Histórico e Artístico Estadual.
2013
Prefeito Mauro Valter Berft é reeleito.
2017
Rafael Machado assume a prefeitura de Campo Novo do Parecis.
2018
Morre em 13 de setembro o ex-prefeito Alviar Rother, o Soni, após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC), em Cuiabá.
2020
Campo Novo do PArecis é destaque estadual como quarto maior exportador de Mato Grosso, tendo movimentoado 874 milhôes de dólares vendidos para exterior no ano passado, ou 5,5% de tudo que foi exportado no estado.
Vídeos
Dados do Município

CAMPO NOVO DO PARECIS
Campo Novo do Parecis é um município brasileiro distante 401 km da capital Cuiabá, localizado no interior do estado de Mato Grosso, região Centro-Oeste. Conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), sua população foi estimada em 36.143 habitantes, em 2020.
A cidade possui a 9ª maior economia do estado, com PIB (Produto Interno Bruto) dos Municípios de R$ 2.933.729.000 (aproximadamente R$ 2,93 bilhões).
A força de Campo Novo está na agropecuária, que movimenta R$ 1,1 bilhão/ano. Maior produtor nacional de girassol e pipoca, possui cerca de 42% do território destinado às safras de grãos. Dados apontam que, em 2019, foram colhidas 3,11 milhões de toneladas (t) de cana-de-açúcar, 1,18 milhão/t de milho (segunda safra) e 1,27 milhão/t de soja. Também se destacam no setor do agronegócio algodão, sorgo e amendoim.