KIKO TECNOLOGIA AGRÍCOLA

Agricultura de precisão: na medida certa
A marca registrada da empresa está na qualidade da prestação de serviços e dos equipamentos para agricultura de precisão
Com a mecanização e a tecnologia cada vez mais presentes nas plantações, sendo elas responsáveis pelos cálculos precisos da quantidade de sementes e incrementos que deve ser usada no momento do plantio e, posteriormente, na tração correta na colheita, é preciso ter uma equipe preparada para oferecer tais produtos e prestar serviços de manutenção e reparo em tais aparatos tecnológicos.
Em Campo Novo do Parecis, destaca-se a Kiko Tecnologia Agrícola, dirigida pelo proprietário Francisco Matheus Jr., ou simplesmente Kiko. Desde o primeiro semestre do curso de Tecnologia em Mecanização Agrícola, Kiko já pesquisava muito sobre agricultura de precisão. Iniciou contatos com algumas indústrias de máquinas agrícolas, e conseguiu um estágio, em Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul, até conseguir um estágio, quando estava no terceiro ano, em uma grande marca.
“No estágio, aprendi várias etapas da indústria de máquinas, desde a montagem de determinados implementos até de equipamentos de taxa variável, que são os de precisão. Terminei meu estágio, voltei para o Mato Grosso, e no mês em que colei grau recebi diversas propostas, mas sempre dei preferência para a área de precisão. Fiquei sete anos e meio em uma empresa de máquinas agrícolas e me especializei no setor de manutenção de equipamentos de agricultura de precisão, GPS, piloto automático e receptores. Passei a consertar esses aparelhos e dar suporte”, conta Kiko, em entrevista à FATOR MT.
PRÓPRIO NEGÓCIO
Após longo período adquirindo experiência, decidiu abrir seu próprio empreendimento. Em maio de 2016 nascia a Kiko Tecnologia Agrícola. Depois de trabalhar em ritmo puxado durante alguns anos, seu objetivo inicial era seguir uma rotina mais leve, com alguns clientes apenas. Ledo engano!
“Minha proposta inicial era trabalhar focado somente em manutenção. Eu trabalhei prestando serviço para a empresa e outras do mesmo grupo. Queria uma certa tranquilidade. Eu achava que ia ter uns 25% dos clientes que já atendia, mas logo no segundo mês vi que não ia dar conta sozinho da demanda. Tive que mudar aquela ideia inicial, e não tive o tal sossego pretendido! Contratei mais técnicos para ajudar, no segundo ano tive que mudar de prédio, para uma estrutura maior. O crescimento foi natural e chegou ao nível em que estamos hoje”.
Se antes o foco era assistência técnica em equipamentos como colheitadeiras, plantadeiras, pulverizadores e distribuidores, a chegada das multinacionais Trimble e Precision Planting ampliou o leque de serviços da Kiko. “Esses equipamentos tecnológicos oferecem desde um GPS simples até um veículo autônomo, com controle automático de bico a bico. Essas empresas de tecnologia querem parceiros que sejam focados em equipamentos para a agricultura de precisão”.
A estrutura laboratorial possui três bancadas de reparo, com todo o aparato de equipamentos para eletrônica, conserto de placas, bancadas de teste piloto automático e repetidores de sinal de GPS. “Nosso estoque para reparos tem peças para praticamente todas as marcas de equipamentos de agricultura de precisão que estão no mercado. Já a parte comercial é focada na Trimble e Precision Plant”.
EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA
Em seu último emprego antes de abrir sua empresa, Kiko teve contato com tecnologias que estavam no início, como por exemplo taxa variável – quando se coloca mapas de prescrição para uma determinada máquina despejar na terra a quantidade certa de um produto específico. O GPS e o piloto automático também engatinhavam nesse período.
“Era um trabalho no qual poucos clientes acreditavam, mas já tinham empresas que prestavam esse tipo de serviço, de fazer análise do solo, mandar para o laboratório. No computador, a área era projetada e os cálculos eram feitos para gerar uma prescrição. Assim, você cria zonas dentro de uma área: em vez de jogar uma taxa fixa, cria zonas de manejo ou aplicação variada, de acordo com aquela análise”, explica Kiko.
Diante deste cenário, a estratégia de atuação precisou ser alterada, não só com a venda de equipamentos tecnológicos e com a prestação de serviços. “Chegamos num ponto que eu não consigo mais ficar lá dentro da bancada consertando e nem no campo dando suporte o tempo inteiro. Temos equipe comercial, equipe técnica, um time para atender. No total, somos em 19 funcionários, somando com a loja de Tangará da Serra. Também atendemos as regiões de Comodoro, Juara, Juína, Diamantino até Vilhena, em Rondônia.
O acesso à internet, parte fundamental do dia a dia na cidade, também chega cada vez mais no agronegócio. O produtor pode saber o que o maquinário está fazendo sem nem estar por perto. “Temos displays que se conectam à internet e conseguem enviar dados em tempo real para um usuário. Ele consegue ver quanto que a máquina está aplicando de sementes, de insumos. A conectividade está evoluindo”.
EFICIÊNCIA
Uma palavra citada algumas vezes por Kiko foi eficiência, que gera otimização. “Com eficiência, você aproveita muito mais o espaço, não deixa falhas entre as passadas de plantadoras, por exemplo. O piloto automático vai realmente plantar toda a extensão da área. Sem ele, emendas da plantadeira, por exemplo, criam traços tortos e não aproveitam a área em sua totalidade. Há um maior aproveitamento do plantio, da colheita e dos gastos em combustível e otimização”, comenta.
Garantia do equipamento – normalmente de um ano – e resposta rápida à necessidade de manutenção ditam o diferencial da empresa. “Quando vende um produto novo, de tecnologia, damos essa garantia. Se danificou um equipamento na lavoura, no período de safra especialmente, automaticamente a gente já troca. Temos seis técnicos de campo na região. Temos laboratório de conserto de GPS. Se o equipamento está fora da garantia ou perdeu o sinal, atendemos sem horário determinado, é domingo, feriado, 24 horas por dia, sete dias por semana”.
Segundo ele, só no mês de fevereiro, dois técnicos passavam toda a semana atendendo fazendas na região de Sapezal, Campos de Júlio e Comodoro, voltando a Campo Novo somente para emitir relatórios ou buscar peças para assistência.
Apesar do investimento na área comercial, o forte da empresa, segundo Kiko, segue sendo o suporte técnico, principalmente em laboratório. “Atendemos praticamente todos os estados, chegam equipamentos para manutenção vindos do Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Roraima, Maranhão, Tocantins, Mato Grosso do Sul. Tudo isso graças ao nosso nome, que rompeu fronteiras pelos bons serviços prestados”.
A empresa que tinha 70m² no início, hoje está instalada em um espaço de 380m², com projeto para ampliação em uma sede nas proximidades da BR-364. A pretensão também está em chegar no eixo BR-163, como Sorriso ou Lucas do Rio Verde.
ATÉ NA PECUÁRIA
Kiko explica que os pecuaristas também estão investindo em tecnologia de campo. “Ele também precisa de um GPS. Supondo que o pecuarista em um pasto, joga semente, mas acabam nascendo plantas invasoras. Se não controlar, vai consumir o pasto. A perda chega a 40% da área de pastagem. Mas agora é possível controlar isso com pulverizador. Do contrário, sem um GPS ou uma referência, a pulverização segue um ‘zigue-zague’, sobrepondo e desperdiçando veneno e deixando falhas. Com as linhas de referência, há menos desperdício, maior economia de produto e eficiência na aplicação”.
UM TOQUE FEMININO NA ORGANIZAÇÃO
O crescimento da Kiko Tecnologia Agrícola se deu ao conhecimento técnico que seu proprietário agregou ao longo de anos na área, mas a presença de seu braço direito fortalece e dá consistência ao trabalho.
“Minha esposa cuida hoje do administrativo e do marketing, de forma geral. Nos primeiros 18 meses, ela trabalhava fora, mas depois do expediente estava aqui comigo e me dava suporte nos fins de semana. Logo depois preferi tê-la ao meu lado, fazendo parte do time. Chegou um ponto em que ela se tornou imprescindível. A principal ação dela é gestão de pessoas, e ela faz muito bem essa parte, se preocupa muito. Os funcionários têm plano de saúde da Unimed, auxílio odontológico, vale-alimentação”, encerra.
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Dados do Município

CAMPO NOVO DO PARECIS
Campo Novo do Parecis é um município brasileiro distante 401 km da capital Cuiabá, localizado no interior do estado de Mato Grosso, região Centro-Oeste. Conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), sua população foi estimada em 36.143 habitantes, em 2020.
A cidade possui a 9ª maior economia do estado, com PIB (Produto Interno Bruto) dos Municípios de R$ 2.933.729.000 (aproximadamente R$ 2,93 bilhões).
A força de Campo Novo está na agropecuária, que movimenta R$ 1,1 bilhão/ano. Maior produtor nacional de girassol e pipoca, possui cerca de 42% do território destinado às safras de grãos. Dados apontam que, em 2019, foram colhidas 3,11 milhões de toneladas (t) de cana-de-açúcar, 1,18 milhão/t de milho (segunda safra) e 1,27 milhão/t de soja. Também se destacam no setor do agronegócio algodão, sorgo e amendoim.