Bom dia, Sábado 11 de Maio de 2024

Verticalização

Carinha de capital

Publicado em 28 de Agosto de 2022 ás 15:06

Para o alto e avante!

O horizonte linear de Sinop começa ser rasgado por torres e edifícios. O início da era da verticalização é marcado por empreendimentos grandes, imponentes e luxuosos, elevando a construção civil ao topo

 

Quem embarcou no avião em um grande centro urbano e pousou em Sinop pela primeira vez, com a informação de que a cidade beira os 200 mil habitantes, certamente se pergunta: cadê os prédios?

O viajante atento já teria respondido a pergunta no sobrevoo, antes da aterrissagem. Como no continental estado de Mato Grosso o problema nunca foi a disponibilidade de terras, o mercado imobiliário de Sinop, nas primeiras 4 décadas, voou rasteiro. A cidade expandiu através de loteamentos, esticando a linha do perímetro urbano, independente do que fosse construído: casa, casebre, mansão ou comércio. A solução para a demanda imobiliária crescente era resolvida abrindo mais um pedaço de terra.

E assim Sinop ficou gigante, com um perímetro urbano de 37 km de extensão no sentido Sul-Norte, e de 20 km no sentido Leste-Oeste – embora com imensos espaços vazios entre estas extremidades. Por ser tão “espalhada”, a Capital do Nortão acabou não tendo aquela cara de capital. Faltam os prédios. Ou melhor, faltavam.

Sinop vive um momento frenético de expansão imobiliária vertical. No levantamento realizado pela Fator MT – que considerou os empreendimentos que estavam sendo finalizados, em construção ou em fase de projeto, no primeiro quadrimestre de 2022 – foram detectados 14 empreendimentos verticais em curso na cidade, que juntos despejarão no mercado mais de 1.600 apartamentos, movimentando mais de R$ 1,6 bilhão em investimentos. “Sinop vive um ‘boom’ vertical. O avanço nos métodos construtivos está viabilizando a construção de empreendimentos verticais maiores em solos menos estáveis, como o de Sinop. Aliado ao poder de consumo da região e uma mudança no perfil sociocultural da cidade, o setor experimenta um momento de expansão aguda, com empreendimentos tentando suprir a demanda”, explica o presidente da AENOR (Associação dos Engenheiros do Norte de Mato Grosso), Bruno Rodrigues dos Santos.

Rodrigues é engenheiro civil e coordenador do curso de Engenharia Civil em uma faculdade da cidade. Na cátedra, ele sente os impactos desse aquecimento. “No curso em que sou coordenador, formamos 30 engenheiros por ano. Todos estão empregados. As empresas que querem estagiários do 7º semestre, simplesmente não acham. Estão pegando estagiários já no 3º semestre”, revela.

A ascensão vertical de Sinop é multifacetada. Tem empresas tradicionais do mercado local lançando projetos, investidores de Sinop ingressando no setor, gigantes da construção vertical da capital mirando o mercado do interior e construtoras de outros estados fincando suas estacas na cidade. Os empreendimentos em curso também são plurais: residenciais hiperlocalizados, torres gigantescas, edifícios menores em bairros nobres, prédios totalmente comerciais e espigões em setores que prometem ser a nova centralidade urbana. Os empreendimentos, sem exceção, têm uma coisa em comum: nesse voo, todos os assentos são de primeira classe.

Atualmente, o parâmetro de “apartamento de luxo” em Sinop é o Ingá Prime. Localizado na avenida de mesmo nome, há menos de 400 metros da principal avenida da cidade, o edifício foi entregue em março de 2022. O prédio de 21 andares tem 36 apartamentos de 203 m2 de área privativa. A forma como o Ingá Prime foi construído faz com que a luz do nascer do sol incida na parte da frente dos apartamentos, onde está a sacada, enquanto o pôr do sol irradia na parte de trás do imóvel. Acabamento luxuoso, dois apartamentos por andar, elevador privativo e duas vagas de garagem são algumas das características do empreendimento. 

 

O Ingá Prime foi construído pela Gran Construtora e Incorporadora, empresa criada através de uma sociedade com o Grupo Sinop (responsáveis pela fundação da cidade) e a Accion Engenharia e Construtora. Fundada por Alessandro Salles Silva e Marcos Eduardo Ravazzi, a Accion tem no seu portfólio o Green Ville, um condomínio vertical com 8 blocos de 4 andares, além do Bosque Village, de configuração similar, com 4 prédios de 6 andares; o Residencial Iramaia, com 13 pavimentos; e o Residencial Solarium, com 15 pavimentos, estes três últimos de alto padrão. Os dois empreendimentos totalizam 208 unidades. Juntos, Grupo Sinop e Accion investiram cerca de R$ 60 milhões para erguer o Ingá Prime.

Segundo Salles, a Accion projeta 5 novos empreendimentos verticais para os próximos 5 anos. Primeiro nessa linha de produção, revela o empresário, está um projeto de um edifício na área central, com ótima localização, com perfil misto (residencial e comercial). “Eu tenho dito isso nos últimos anos, mas acredito realmente que agora é o momento da verticalização”, declarou Salles.

Para o empresário, os projetos verticais promovem o adensamento e consolidam Sinop como um grande centro urbano. “As pessoas estão trocando o metro quadrado pela qualidade de vida. O mercado está aquecido, com muitas construtoras sondando Sinop e muitos investidores buscando por empreendimentos para comprar”, afirmou.

Além do edifício comercial, na prancheta do Grupo Sinop está um residencial, também na área central da cidade, além de dois espigões para os próximos 5 anos dentro do grande Masterplan projetado pela empresa na área do entorno do shopping – que ambiciona ser a nova centralidade da cidade. Ambos projetos, o residencial e o comercial, devem ficar na casa dos 20 andares. “Mais que 20 andares entendo que seja um exagero para Sinop. A cidade ainda não comporta”, opinou Pipino. 

A opinião do herdeiro dos fundadores está longe de ser um consenso. Há investidores que estão mirando muito mais alto. Mais que o dobro. É o caso da empresária, pioneira e ex-prefeita de Sinop, Rosana Martinelli. Em 2021, Rosana depositou no departamento de engenharia da Prefeitura seu projeto completo, com direito a impacto de vizinha e cálculo estrutural. Sua pretensão era iniciar a fundação ainda no ano passado, aproveitando o período da seca.

O projeto em questão foi chamado de Edifício São Valentin, um espigão com 48 andares – o que cravaria em Sinop o mais alto prédio de Mato Grosso. O edifício foi projetado para o cruzamento da Avenida dos Jacarandás, Avenida das Figueiras e Rua das Castanheiras. Nesse terreno de 3 mil m² – que a família ganhou da Colonizadora Sinop quando chegou à cidade –, Rosana quer erguer não apenas o maior prédio vertical do estado, mas também o mais luxuoso. “Para elaborar o projeto buscamos uma equipe de profissionais que atuou nas mais renomadas construtoras em Balneário Camboriú (SC), que é um dos grandes centros de verticalização do país. O empreendimento que projetamos em Sinop terá uma qualidade de acabamento e modernidade ainda não vistos na cidade. Algo para ser uma referência no Centro-Oeste”, afirmou Rosana.

O empreendimento terá sua parte térrea reservada para salas comerciais. Os primeiros 5 pisos serão garagens. Na sequência, vêm as áreas de uso coletivo, com direito a duas piscinas aquecidas, uma delas de dimensão olímpica. Os últimos 40 andares abrigariam 80 apartamentos – dois por andar, com metragens entre 250 e 350 m² de área privativa cada.

No total, a previsão era investir R$ 120 milhões. Na primeira modulação de preços, cada unidade sairia por R$ 4 milhões. Mesmo antes de lançar, 8 apartamentos já tinham compradores confirmados. 

A intenção era entregar o empreendimento pronto em 2026, mas o projeto acabou emperrando na legislação municipal. O Plano Diretor atual, cunhado em 2006 e remendado desde então, estabeleceu como teto das edificações verticais 21 andares. Os percentuais de índice construtivo – que determinam a metragem máxima de metros quadrados conforme o tamanho do terreno – também foram um entrave.

A promessa do Poder Público é remover esse obstáculo do progresso vertical em breve. No começo de 2022 foi aprovado um novo código de obras do município e um Plano Diretor mais atualizado estava em fase de construção. Em entrevista à Fator MT, o prefeito Roberto Dorner declarou que o novo Plano Diretor deve ser implantado antes do final do ano. “A cidade cresceu, o perfil mudou. Não podemos deixar que a legislação antiga trave o progresso”, declarou o gestor municipal.

A urgência de um novo Plano Diretor não é para viabilizar apenas o empreendimento de Rosana. Esse “sarrafo baixo” também está atrapalhando o ingresso de outros investidores. O Grupo São Benedito, responsável pela implantação de 50 grandes empreendimentos imobiliários em Cuiabá e Várzea Grande, com mais de mais de 5 mil moradias de alto padrão no portfólio, também quer fazer algo grande na Capital do Nortão. “Sinop está verticalizando agora, a demanda existe e com a nossa tradição queremos entrar nesse mercado com o pé direito, para de fato nos estabelecermos”, declarou o diretor do Grupo São Benedito, Omar Maluf.

A construtora já tem o terreno e um conceito na cabeça. O imóvel é o mais centralizado de Sinop entre os novos produtos verticais. Fica na Avenida das Acácias, próximo a Avenida Júlio Campos. Um antigo hotel, que mais recentemente havia sido alugado como sede da Polícia Civil do município, foi demolido. A terra nua, no centro de Sinop, aguarda uma definição do Plano Diretor para o projeto. “O terreno é nobre, então buscamos um projeto que otimize ao máximo o potencial e que seja capaz de refletir o conceito do Grupo São Benedito nesse primeiro empreendimento no Norte do estado”, explicou Maluf

Embora não exista um projeto fechado – em função da barreira da legislação –, a construtora cuiabana já sabe o que quer fazer em Sinop. Depois de uma extensa pesquisa de mercado, o grupo projetou a edificação de duas torres, cada uma com 25 andares, com apartamentos residenciais, mais 4 andares de garagem. Serão 200 unidades no núcleo central da cidade, resultantes de um investimento superior a R$ 150 milhões. Menos que isso, inviabilizaria o projeto. “Não faz sentido”, diz Maluf, apontando que um edifício acaba sendo um desperdício diante do potencial que a cidade pede. “Queremos que seja um projeto único no Nortão, um ícone digno da marca, com uma arquitetura que seja objeto de desejo, uma fachada bonita, um projeto inteligente e operacional, extravasando a infraestrutura normativa”, completou.

O tamanho das unidades ainda não foi dimensionado, mas seria voltado para o alto padrão, com módulos maiores do que os vistos da capital – o que a construtora identificou na sua pesquisa ser uma característica do perfil local. “O empresariado tem sede de investir e o dinheiro pede pressa”, alfinetou.

Maluf não é um cuiabano que só passou de avião por cima de Sinop e decidiu investir. Sua esposa nasceu na cidade, o que o fez visitar o Norte de Mato Grosso com certa frequência há mais de 20 anos. “Avaliamos esse mercado há bastante tempo e vimos o progresso econômico que Sinop teve com o agronegócio, com as universidades e os serviços de saúde. É uma cidade rica, próspera e que quer crescer. Nós queremos fazer parte disso”, declarou.

 

Do topo para Sinop

O Grupo São Benedito não é o único grande player da construção vertical que enxergou Sinop. Durante anos, investidores sinopenses viajaram até o litoral de Santa Catarina para aplicar em apartamentos. Agora, o caminho é reverso.

Construindo prédios em Balneário Camboriú, há mais de 30 anos, a Haacke Empreendimentos Imobiliários, chegou a Sinop com um plano de investimentos ousado. A empresa já iniciou a construção de um condomínio vertical residencial na cidade, projeta uma torre comercial entre duas avenidas e pretende emplacar 3 outros edifícios nos próximos 5 anos. “A verticalização em Sinop veio para ficar. Não tem mais como segurar o avanço dos prédios com mais de 21 andares. Verticalizar os imóveis ajuda no serviço público, encurtando as dimensões urbanas do município, além de ser a resposta para quem quer morar bem. Os empreendimentos projetados pela Haacke em Sinop resultarão em um investimento de R$ 300 milhões e 70 mil m2 de área construída”, argumentou o engenheiro e sócio proprietário da construtora, Rafael Haacke.

O empreendimento da construtora em curso é o Cataluña Residencial. Esse edifício com arquitetura inspirada no nordeste da Espanha está sendo erguido na Avenida José Anschau, nos fundos do Supermercado Machado Aeroporto. O prédio com 21 andares terá os 4 primeiros pavimentos de garagem. Cada andar terá 3 apartamentos, com diferentes configurações: 100, 114 e 115 m² de área privativa. “O Cataluña Residencial será um empreendimento com o dobro de qualidade daquilo que Sinop já viu”, alerta Rafael, prometendo um alto padrão construtivo.

Mas que padrão elevado é esse? O vendedor responde. Carlos Dalben opera há 19 anos uma imobiliária em Balneário Camboriú. Ele veio para Sinop para coordenar a comercialização do Cataluña e de outros empreendimentos imobiliários. 

Dalben explica que o alto padrão começa logo na entrada do apartamento. As portas instaladas possuem pintura automotiva, fechadura com senha e biometria, e quando fechadas, uma placa emborrachada desce, vedando o vão inferior. As paredes internas das unidades são de steel frame, uma tecnologia que bloqueia 5 vezes mais os ruídos, feitas a partir de uma estrutura de ferro, preenchida de lã de PET, compensado de alta resistência, placa verde, gesso e chapas de metal para preservar os cantos. Cada uma com 14 cm de espessura. Todas as unidades terão tubulação geral para automação já instalada. Os quartos foram projetados para serem opostos um dos outros, conferindo conforto e silêncio. São 3 suítes por apartamento, todas com persianas automatizadas. Na sacada, churrasqueira. “A Haacke está empregando material e mão de obra refinados nesse projeto. Os acabamentos são de primeira qualidade”, enfatiza.

A garagem terá vagas laterais, sendo duas por apartamento. O desenho arquitetônico foi feito para que a vaga mais distante esteja há 5 metros de distância do elevador. A garagem terá um home box, que servirá tanto para deixar algum equipamento, como para lavar aquela botina cheia do barro da fazenda.

O hall de entrada será imponente com um pé direito duplo. Na portaria, reconhecimento biométrico e facial. “O mercado de Sinop está acostumado com apartamentos de grandes metragens, mas essa não é uma conta de metro quadrado. É uma conta da qualidade de vida em uma unidade. Não tem nenhum produto como esse no mercado de Sinop e o público circulante busca esse perfil”, afirma Dalben.

Ao invés de explorar a cobertura do Cataluña, deixando o topo para um ou dois donos, a Haacke optou por dividir a parte mais alta entre todos os moradores. No último piso será instalado um PUB e um Wine Bar, o salão de festas, sala de jogos, academia, espaço Yoga e espaço de massagem. “Vão funcionar como se fosse uma extensão da casa, com uma vista ampla da cidade”, completa Dalben.

Nesse “rooftop”, as paredes externas serão cobertas de vidro, do chão ao teto. Os espaços de convivência continuam no térreo, com quiosques com churrasqueira, salão de festa, sala de reunião, espaço gourmet, piscina com raia e infantil, brinquedoteca, lounge e um sollarium.

A Haacke iniciou as reservas do Cataluña em fevereiro 2022. Em 10 dias, 45 apartamentos foram reservados. O preço médio das unidades é de R$ 1,3 milhão. A previsão é de que o empreendimento seja entregue em dezembro de 2025.

Mas os planos não param no Cataluña. A Haack já projeta um segundo edifício residencial, o Esplendido, com 21 andares, 3 apartamentos por andar, medindo entre 160 a 200 m2 de área privativa. O mais impactante, no entanto, é seu projeto comercial.

No centro de uma rotatória localizada na nova extensão da Avenida das Figueiras, a Haacke pretende erguer um espigão para abrigar empresas, escritórios e comércios. O terreno, que pela descrição parece estreito, tem 5 mil m2 e foi projetado de uma forma que facilita a entrada e saída de veículos. É como se uma das avenidas comerciais de Sinop fosse colocada em pé.

Os contornos desse projeto ainda estão em discussão – também aguardando ajustes no Plano Diretor da cidade. Mas o conceito está definido. O edifício terá na sua base uma espécie de galeria, com estabelecimentos devidamente pinçados pelos empreendedores. “Queremos montar um mix de alta qualidade que seja capaz de atender com primor as empresas que estarão instaladas no empreendimento”, detalha Mundial.

A cereja do bolo é a cobertura, que abrigará um grande restaurante panorâmico, aberto ao público, mas também isolado do restante do edifício.  

Outra “estrangeira” que aterrissou em Sinop foi a construtora baiana 2MS. No começo de 2020, a empresa iniciou a construção de 12 torres, com 7 pavimentos cada, no Residencial Florença. As obras, que estão em andamento, colocarão no mercado 672 apartamentos, projetando um investimento na ordem de R$ 120 milhões.

Segundo o diretor de incorporação da 2MS, José Bernardino Lima Neto, não foi preciso nem fazer estudo de mercado para detectar a viabilidade do empreendimento. “Quando chegamos em Sinop, esse levantamento já estava pronto”, declarou Neto, fazendo uma referência aos números de financiamento operados pela Caixa Econômica Federal no município. “Não temos a menor dúvida que vai dar certo”, completou.

O empreendimento foi escalonado em duas etapas. Na primeira, 6 torres, com 336 apartamentos – ou seja, 8 apartamentos por piso. A segunda etapa tem as mesmas métricas. Cada apartamento tem 56 m² de área privativa, dividido em quarto, suíte, living (sala de estar/jantar), cozinha, banheiro e varanda gourmet com churrasqueira. O projeto inclui uma ampla estrutura de uso comum para os futuros condôminos, com coworking, sala de reuniões, espaço multiuso, academia, salão de festas, quadras de esporte, piscina com prainha e lavanderia compartilhada. São unidades compactas, que se encaixam no perfil de assalariados ou estudantes universitários – público-alvo que a construtora pretende atingir com o empreendimento.

 

Degrau por degrau 

Para além dos projetos “estrangeiros” ou daqueles que flertam com a megalomania, o mercado imobiliário de Sinop avança em constância, degrau por degrau, com investidores que já conhecem bem esse chão.

George Lothammer é o empresário proprietário da Athenas Empreendimentos Imobiliários. Começou a investir na verticalização de Sinop com um prédio de 4 pavimentos; no segundo, ergueu 6 pavimentos, e agora caminha para conclusão do seu terceiro projeto, o Residencial Plattinum, com 9 pavimentos. “Meu próximo projeto deve ter entre 13 e 24 pavimentos, a depender do que o Plano Diretor orientar”, estimou.

O Plattinum, erguido no cruzamento das avenidas Ingás com Flamboyants, está localizado em um bairro nobre da cidade. “A proposta do Plattinum é ser um relógio suíço”, declarou Lothammer, referindo-se à funcionalidade do empreendimento e a qualidade dos materiais aplicados. “Será alto padrão”, completou.

Os apartamentos têm 110 m2 de área privativa. A obra está entrando em sua fase final. A previsão é de que seja concluído em dezembro de 2022. No total, são 7,3 mil m2 de área construída. Lothammer trabalha seus empreendimentos de forma personalizada, ajustando com o comprador os detalhes de acabamento interno de cada unidade. “O valor agregado desse tipo de empreendimento é altíssimo. Não economizamos em qualidade, porque é o que o mercado pede. Quanto mais alto o custo do metro quadrado, mais qualidade nos acabamentos”, explicou.

 

Outro exemplo da constância do mercado imobiliário vertical de Sinop é a Expand Empreendimentos Imobiliários. A empresa vem erguendo prédios na cidade desde 2004, quando cravou o Edifício Vitorino, na Avenida dos Tarumãs, com 28 apartamentos e uma área comercial no térreo. Também é da Expand os edifícios Porto Seguro, Ilhas Gregas e Copacabana.

Seu empreendimento mais recente é o Edifício Angra dos Reis, com 72 apartamentos de 135 m2 de área privativa. Trata-se de um prédio residencial com 7 lojas de frente para a Avenida Alexandre Ferronatto, localizado bem em frente ao shopping da cidade.

Segundo o diretor da Expand, Itamir Trombetta, o próximo empreendimento vertical da empresa será o Edifício Porto Bello, localizado na Avenida dos Tarumãs, no Jardim Maringá II. O projeto, que a Expand tenta viabilizar desde 2018, teve sua fundação iniciada em maio de 2022. “De 2014 à 2019 foram momentos em que a construção civil retraiu no município e também em todo país. Agora essa demanda reprimida explodiu, gerando um boom acumulado”, comenta Trombetta. 

O Edifício Porto Bello terá 4 apartamentos por andar, cada um com 3 suítes, medindo 145 m2 de área privativa, com duas vagas de estacionamento na garagem interna. A previsão de entrega é março de 2027. O preço médio do empreendimento é de R$ 11 mil o metro quadrado.

Com o Porto Bello encaminhado, a Expand já trabalha no seu próximo projeto, mirando o público “triplo A”. O edifício Van Gogh terá 21 pavimentos, 4 apartamentos por andar com 260 m2 de área privativa. Amplas, as unidades terão 3 ou 4 suítes cada. A projeção é de que seja implantado nos próximos 5 anos. “Eu faço uma conta: Em menos de 5 anos, Sinop vai chegar aos 300 mil habitantes. Será um salto. Essa nova população vai precisar de lugar para morar. A verticalização é a resposta. Goste ou não, a verticalização de Sinop é uma necessidade”, avalia Trombetta.

Enio Pipino Sobrinho, presidente do Grupo Sinop – grupo fundador da cidade de Sinop –, busca uma entrada mais sólida nos próximos anos na área vertical. Com isso, uma nova estruturação societária do ‘braço’ de vertical do Grupo – a GRAN – está sendo ajustado, na qual ela passa a ser uma empresa somente do Grupo Sinop. 

Este novo modelo abre um leque para novas parcerias na verticalização, podendo assim atender variados nichos de mercado,  pois é visto em Sinop uma procura por unidades habitacionais e comerciais nas

mais diversas classes e localizações, em toda a cidade e região. 

“Um ponto interessante é que pela GRAN ser uma empresa do Grupo Sinop, áreas estratégicas foram reservadas ao longo do crescimento da cidade em vários bairros, deixando aberturas. Muitas das melhores áreas da cidade estão à disposição da GRAN, indica Enio Sobrinho.

E se tratando de projetos futuros, hoje a GRAN, neste seu novo horizonte de estratégia, está com dois projetos de suma importância para este e o próximo ano: um é o condomínio vertical residencial.

Duottori Residence, entre os bairros Jardim Itaúbas e Jardim Curitiba, uma das áreas em expansão na cidade. Como o próprio nome sugere, são duas torres de apartamentos entre 95m² e 116m², totalizando 144 unidades de apartamentos e 11 unidades de salas comerciais visando conveniência para o empreendimento, bem como para o bairro. Todos os apartamentos serão constituídos de 3 quartos, com uma suíte, sendo que os de maior área receberão para os demais quartos um banheiro em comum, deixando-o assim com duas demi-suítes.

A tão usada sacada gourmet se fará presente em todas as unidades. No Duottori, não faltará também, lazer em áreas comuns, com espaço completo no mezanino e uma bela vista da praça do bairro, bem como uma área de lazer no Rooftop presenteada com ambientes diversos (adega, redário, espaço gourmet com piscina de borda infinita, entre outros), e como principal diferencial, uma passarela que une as duas torres para uma contemplação única da vista proporcionada pelo Empreendimento. 

E um projeto ousado, o GranHall Work & Live, com uma torre comercial e uma de flats/studios no centro da cidade – na Av. Dom Henrique Froehlich (Av. da Saudade) com a Av. dos Guarantãs, em frente à Unimed no Jardim Maringá, uma das áreas mais valorizadas de Sinop. 

Este terá uma característica especial: a mescla de moradia com e serviço integrados em um só condomínio, porém, com independência entre as torres. A torre comercial com salas comerciais de diversos tamanhos e moduladas de forma

que o cliente tenha a possibilidade de ter uma sala apenas, mas também de possuir todo um andar para fins diversos. O GranHall Work ainda possuirá andares com vagas de estacionamento, salas para reuniões coorporativas, e em

seu Rooftop, um espaço para a operação de um restaurante com uma vista especial de 360 graus. Já na torre com flats/studios, a construção contará com unidades de um e dois quartos, podendo atender o que hoje falta em Sinop: apartamentos para pessoas que com frequência estão na cidade a trabalho, lazer, estudo, entre outros, e não depender da vacância hoteleira. Também serão, ambas as torres oportunidades de investimento para quem quer como rentabilidade, aluguel de salas comerciais para empresas e alugueis temporários (Airbnb) no caso dos studios.

 

Tem base?

Durante muitos anos, pairou sobre Sinop a pecha de que não existiam prédios de grande envergadura no município em razão do solo. Dizia-se que bastava cavar um pouco para encontrar um “rio” no subsolo. Como a cidade está localizada dentro da Amazônia Legal, é plana e no passado recente sofria com as ruas encharcadas, o mito perdurou ao ponto de virar um jargão popular: “é igual fincar palanque em banhado”.

O fato é que tem muita gente disposta a investir pequenas fortunas para fincar um palanque nesse banhado. Por isso, a Fator MT fez uma pergunta para cada um desses empreendedores que estão investindo na verticalização de Sinop: e a fundação?

Alessandro Salles, da Accion, disse que o solo é ruim, mas dá para fazer. “O custo em comparação com a capital Cuiabá, por exemplo, é mais alto”, comentou. Considerando os custos “normais” de fundação (lembrando que cada terreno tem sua peculiaridade), Salles acredita que em Sinop o custo é em média o dobro. “A dificuldade com a fundação acabou atrasando o processo de verticalização de Sinop, mas não impediu”, avalia.

Segundo Rafael Haack, a empresa fez sondagens do solo quando iniciou o processo de viabilidade dos empreendimentos em Sinop. “Perfuramos 50 metros de profundidade o solo é igual. Não há qualquer ponto mais maciço”, conta. A Haack acabou adotando o método de estaca de hélice contínua, usando estacas com 30 metros de profundidade e largura entre 40 a 70 cm. No Cataluña, por exemplo, foram necessárias 178 estacas para fazer uma fundação segura. “Testes de carga de estaca não são baratos. Fazer fundação de edifícios em Sinop é em média 30% mais caro do que em Balneário Camboriú. Se for na chuva, sobe mais 20%. Quanto mais alto, mais caro”, revelou o engenheiro.

Os baianos da construtora 2MS também levaram uma rasteira do solo de Sinop. Segundo José Bernardino Lima Neto, a construtora foi surpreendida por um obstáculo técnico. O solo na área de construção do empreendimento se mostrou complicado. “Tivemos dificuldades técnicas de um jeito que eu não havia visto em uma região de praia”, declarou Lima Neto.

Quem conhece o solo de Sinop há mais de 18 anos, já está buscando tecnologias mais adequadas ao terreno. Itamir Trombeta, da Expand, conta que o novo empreendimento da construtora usará na fundação um sistema de estaca escavada com polímero. Nessa tecnologia construtiva, o solo é perfurado no local onde será instalada a estaca e, na sequência, é aplicado um polímero sintético, que quando parado se comporta como gel, e quando em agitação, permanece líquido. Essa sustância bloqueia a passagem de água, além de manter as paredes da escavação intactas. Dessa forma, a estaca, ao invés de ser uma peça de concreto martelada para dentro do solo, é feita dentro do poço escavado, preenchendo o buraco com aço e concreto usinado. Enquanto o método tradicional martela estacas de 60 a 70 centímetros de largura, nesse sistema são escavados até 1,9 metro de largura, atingindo até 60 metros de profundidade. O método é bastante empregado em construções de grande porte onde as fundações atingirão o lençol freático – que é o caso de Sinop. 

Verticalização

ACCION CONSTRUTORA

Publicado em 28 de Agosto de 2022 ás 17:51 , por JOSÉ ROBERTO GONÇALVES

Empreendimentos de alto padrão

Há 28 anos no mercado, empresa se consolida em projetos, na execução de obras e como incorporadora

 

A Accion Construtora se especializou em imóveis de alto padrão. Acompanhando as principais tendências de mercado, traz para Sinop projetos inovadores que atendem a crescente demanda por empreendimentos comerciais, residenciais e mistos.

São 28 anos de serviços prestados com qualidade e compromisso, que reforçam a credibilidade e a confiança de seus clientes. Trata-se de um grande grupo que projeta, constrói e incorpora. No portfólio da Accion, destacam-se os residenciais Iramaia, Solarium, Bosque Village, Green Ville e, o mais recente, Ingá Prime Residence.

Localizado em área nobre da cidade, o Ingá possui 21 pavimentos e 36 apartamentos – sendo dois duplex. Este é um condomínio vertical de alto padrão que une luxo, exclusividade, segurança, conforto e lazer em uma das regiões mais valorizadas da cidade.

O know-how da Accion teve início em 1994, com a construção de residências de alto padrão, como conta engenheiro e sócio proprietário da construtora, Alessandro Salles Silva. “Era o que o mercado pedia naquele momento. Muita gente que já estava ganhando a vida em Sinop ainda morava em casas antigas, que já não comportavam suas necessidades. Nós fizemos parte dessa transição”, explica.

Nos primeiros oito anos, a empresa atuava apenas no setor de projetos e construção. A organização da Accion, com clareza e detalhamento em contratos e na prestação de serviços, proporcionou à construtora atravessar os momentos de instabilidade econômica regional e nacional sem afetar o andamento de projetos.

“Com o lançamento do Residencial Green Ville, em 2002, entramos no mercado de incorporação imobiliária. Na sequência, o Residencial Iramaia e o Solarium. Demos seguimento às construções, independente do cenário econômico, e foi a nossa estrutura sólida que contribuiu para que superássemos qualquer adversidade”, relembra Alessandro.

 

COMPROMISSO

Transmitir confiança aos clientes é o principal diferencial da Accion Construtora. Adota um padrão de qualidade em todos os seus empreendimentos que transmite segurança para o investidor. “Passamos tranquilidade a respeito do que vamos entregar. Nossos clientes sabem exatamente o que vão receber”, indica o engenheiro.

“Algumas situações pegaram a todos de surpresa, como foi a pandemia, que desencadeou uma oscilação nos insumos da construção civil”.

A mão de obra também é um desafio a ficar atento. “Mas não vamos sair do foco principal da empresa, que é buscar sempre oferecer ao mercado o que há de melhor para moradia ou investimento”, aponta Alessandro.

 

SAINDO DO PAPEL

Consolidada na construção de empreendimentos classes A e B, a Accion traz duas boas novidades. Salles indica que são duas importantes obras, que contemplam públicos específicos.

O primeiro será uma edificação mista, comercial e residencial (studios/flats), de 17 pavimentos, localizada na Avenida dos Tarumãs, esquina com Avenida das Acácias, com lançamento previsto para o mês de outubro deste ano. Trata-se de um projeto inovador para o estado de Mato Grosso.

Outro empreendimento é um edifício residencial de altíssimo padrão, com localização já definida, e que está em fase de projeto. “Um prédio único, de um apartamento por andar, com aproximadamente 400 m² e diferenciais nunca vistos em Sinop”, comenta Alessandro.

É entendendo as necessidades de mercado que a Accion Construtora deixa sua marca – em empreendimentos imponentes e atrativos em todos os sentidos – para mudar o jeito de se construir no Mato Grosso.

Dados do Município

Sinop é um município brasileiro distante 479 km da capital Cuiabá, localizado no interior do estado de Mato Grosso, região Centro-Oeste. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), sua população foi estimada em 146.005, em 2020, porém, dados municipais apontam para mais de 195 mil habitantes.
O município possui a 5ª maior economia com PIB de R$ 5.626.287.120 (aproximadamente R$ 5,62 bilhões).
Localizada no eixo da BR-163, a Capital do Nortão é polo em educação (17 mil estudantes) e em saúde (possui inúmeras especialidades médicas). O estudo “Melhores Cidades para Fazer Negócios”, da revista Exame, aponta o município na 33ª posição em todo o país (2019). Sua força econômica está baseada nos setores de serviço (que movimenta R$ 3,3 bilhões), industrial (R$ 496,2 milhões) e agropecuário (R$ 265,9 milhões). A abertura de novas empresas mais que dobrou nos últimos 10 anos, sendo que de janeiro a junho (2020), 1.233 empresas registraram seu CNPJ.

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