Boa noite, Sábado 11 de Maio de 2024

Sociedade Organizada

Poder lojista

Publicado em 28 de Agosto de 2022 ás 17:02

A entidade que não deixou a economia para depois

Na cidade em que 57% da economia está no setor de serviços e no comércio, a grande Câmara é a lojista. Conheça a entidade que ajudou dirigir Sinop na pandemia

 

Quase todo município tem uma CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas). No Brasil são mais de 2 mil. Em Mato Grosso, 57. A maior e mais representativa CDL do estado é a Sinop.

Perto de completar 40 anos de existência, a CDL Sinop foi fundada em 1983, ainda como Clube de Dirigentes Lojistas, com a função prática de reunir as informações de comerciantes a fim de evitar calotes. Sinop tinha apenas 7 anos de emancipação quando a CDL local abriu as portas. Nessa alvorada de uma nova economia, a entidade acabou sendo um bastião dos lojistas que se estabeleciam na cidade.

Ao longo dos anos a atuação como entidade representativa fez da CDL Sinop algo além de um telefone para consultar o SPC. Se tornou a voz dos lojistas e um painel da economia local. “A CDL Sinop com frequência é destaque entre as demais entidades da federação, tem peso político e papel fundamental na economia local. Sua atuação, seus serviços e sua trajetória conferiram à entidade o título de utilidade pública, tanto à nível municipal, como estadual”, afirma o presidente da entidade, Marcos Antônio Alves.

Empresário desde os 20 anos de idade, “Marcão”, como é conhecido, assumiu a direção da CDL Sinop no ano de 2019. Foi reeleito para o biênio 2021-2022 e passará o comando em 2023, quando a entidade completará 40 anos. 

Em 2022, a CDL Sinop registra 1.720 empresários associados – o que corresponde a 26% do número de empresas em atividade no município. Isso faz da CDL a maior entidade de classe patronal da cidade e também a maior Câmara Lojista de Mato Grosso.  

Com mais de um quarto do empresariado local filiado, a CDL Sinop tem um poder de representação reconhecido. Foi justamente pela sua legitimidade de falar em nome do comércio local que a entidade conseguiu ser determinante durante a pandemia.

Quando os primeiros casos de Covid-19 foram registrados em Sinop, em março de 2020, a incerteza pairou sobre a economia local. “Houve um momento de desespero, de falta de informação e até um certo pânico, que atingiu a população como um todo, mas também os empresários. Falou-se em lockdown, em fechar o comércio. O tal ‘fique em casa que a economia a gente vê depois’, algo que era impraticável, tanto para os lojistas como para o restante da população que depende dos serviços prestados pelas empresas”, explica Marcão.

Ao longo dos meses de pandemia, lembra o presidente, a CDL adotou uma postura de vigilância. De um lado, buscava repassar informações e protocolos de segurança para os lojistas; de outro, continha os rompantes da gestão pública, com o objetivo de manter o comércio aberto. Quando o poder de persuasão não foi suficiente, a entidade apelou para o judiciário, reformando decretos municipais, como no caso da imposição do toque de recolher. Em outra frente, a entidade estendeu suas cobranças ao Governo do Estado, reivindicando aumento no número de leitos hospitalares. “De forma geral, a economia de Sinop quase não sofreu os impactos da pandemia. As empresas não fecharam, os empregos foram mantidos em um patamar positivo e a cidade não ficou desabastecida. Parte disso deve-se à atuação da CDL e outras entidades, mas também ao perfil do empresariado de Sinop, que se reinventou, se ajustou ao cenário e conseguiu prosperar, mesmo na adversidade”, comenta o presidente.

A prova de que a atuação foi assertiva veio bem antes do final da pandemia. Ainda em 2021, o SPC Brasil – Serviço de Proteção ao Crédito ao qual a CDL Sinop é vinculada – entrou em contato com a entidade. O motivo da consulta era descobrir o que estava acontecendo na cidade. “Ao contrário do que vinha ocorrendo no restante do país, o SPC nacional detectou que o volume de consultas em Sinop não havia baixado, e que, em alguns meses, havia até crescido”, revela Marcão.

O número de consultas ao SPC costuma ser interpretado como um indicador de atividade do comércio. Em tese, quanto mais consultas, mais vendas estão sendo feitas.

Embora a principal marca do presidente na CDL tenha sido a atuação da entidade na garantia da abertura do comércio durante a pandemia, Marcão também gerenciou para dentro. Nos últimos três anos, a sede própria da CDL passou por uma ampla reforma, estrutural e arquitetônica. As redes de água e esgoto foram refeitas, um novo saguão foi construído e um elevador foi instalado, garantindo a acessibilidade. Os auditórios, salão de festas e a estrutura administrativa da CDL foram todos reformados. O núcleo de atendimento da entidade ficou moderno, com bom fluxo administrativo e conforto ao público. 

 

ENTIDADE QUE PRESTA

Além de operar o birô de crédito mais acessível do país – que é o SPC/Serasa –, a CDL Sinop presta uma série de serviços. Alguns são de interesse específico aos filiados. Outros, geram um benefício coletivo.

É o caso do CISE (Centro de Informações Socioeconômicas de Sinop). Esse departamento montado em conjunto com o departamento de Economia da Unemat monitora desde 2013 a variação dos preços. Dessa forma, Sinop tem um índice de inflação próprio. O CISE também acompanha a variação do preço da Cesta Básica, da expectativa empresarial e dos consumidores, além de realizar pesquisas mercadologias pontuais. Esses dados são compartilhados com a população mensalmente.

A entidade também opera o Balcão de Empregos, que facilita a relação entre quem procura por uma vaga de trabalho e o empresário que pretende contratar. 

Como forma de estimular as vendas no comércio local, a CDL promove 4 grandes campanhas em datas comemorativas, além do seu evento próprio, o Liquida Sinop, em julho (mês em que há um hiato de datas no comércio). É da entidade também o Dia Livre de Impostos – ação pública que mostra ao consumidor o peso do imposto em cada uma das suas compras.

Anualmente, a CDL utiliza o seu departamento de pesquisas para apurar os destaques do comércio local junto aos consumidores. O Troféu Mérito Lojista, conferido pela entidade, existe desde 2004, congratulando a empresa que mais se destaca em casa segmento.

A CDL Sinop mantém um conservatório musical que oferece aulas gratuitas de instrumentos musicais para crianças do município.

Diretamente para seus filiados, a entidade oferece o “CDL Celular”, que através de planos e pacotes com as operadoras consegue gerar um preço mais acessível, com impacto de até 50% de redução na conta. A CDL também é referência em Certificação Digital, sendo reconhecida como uma certificadora séria e acessível.

Através do SPC Conciliador, a CDL oferece às empresas uma avaliação nos custos das faturas e taxas das máquinas de cartão. A entidade também possui convênio com 32 empresas, que oferecem descontos em produtos e serviços para os associados e seus colaborados, além de facilitar o acesso a linhas de crédito destinadas aos associados.

Seja para a rua ou para dentro da entidade, a atuação da CDL Sinop não deixa a economia para depois.

Sociedade Organizada

Tirando coelhos do chapéu

Publicado em 28 de Agosto de 2022 ás 16:58

Em pouco mais de duas décadas a população de Sinop dobrou, o PIB aumentou em 10 vezes e a frota em 5 vezes. Com um crescimento tão agudo e constante, o poder público precisa fazer mágica para manter a ordem urbana e prestar os devidos serviços para o qual foi criado. Esse desafio agora está nas mãos de um empresário e produtor rural, que sentado na cadeira de prefeito tenta tirar uns coelhos do chapéu

 

Em 2002 Sinop chegou a marca de 80 mil habitantes. Atualmente, pelo IBGE, são 150 mil. Os indicadores mostram que, nas contas mais conservadoras, Sinop já passou da casa dos 170 mil habitantes. Ou seja, em duas décadas a população local pelo menos dobrou. Para atender essa nova massa de moradores, com o básico, o poder público teria que construir 25 postos de saúde, 12 creches e 10 escolas – das grandes. 

O raciocínio acima ajuda a entender o desafio que é para o poder público acompanhar o frenesi de desenvolvimento experimentado pela cidade. Embora haja a participação do Governo do Estado e do Governo Federal, para suprir essas demandas, a gestão doméstica é do prefeito.

E nessa cadeira está sentado Roberto Dorner, pioneiro da cidade, quase sempre visto de chapéu, denunciando sua origem de produtor rural. Financeiramente muito bem estabelecido, Dorner fez fortuna operando balsas e a multiplicou nos campos de soja e milho, em investimentos no setor imobiliário, empresas e até indústrias. Seu ingresso na política foi como deputado federal e após algumas tentativas enfim foi escolhido pela população, em 2020, para assumir o posto de prefeito. “Sinop cresce 10% ao ano. A administração municipal precisa se esforçar muito para acompanhar a velocidade do crescimento, para dar o suporte às pessoas e garantir que a economia continue expandindo”, declarou o prefeito.

Na entrevista para a Revista Fator MT, conduzida pelo jornalista Jamerson Miléski, Dorner falou dos trunfos que pretende tirar do seu chapéu nos próximos meses de gestão para fazer a mágica de tentar acompanhar a voracidade do crescimento da cidade. 

A gestão iniciou em janeiro de 2021 responsiva, empenhada em desfazer ações da administração anterior que foram veemente reprovadas pela população local – e que ficaram explicitas durante a campanha eleitoral, como o caso dos radares de trânsito urbano e a questão da concessão dos serviços de água e esgoto. Como em qualquer nova gestão, os 3 primeiros meses foram de consolidação, firmando as equipes e preparando para implantar seu plano de governo. Em pleno auge da Covid-19, a gestão acabou tendo parte dos processos contaminados pelas restrições causadas pela pandemia. Quase nenhuma nova obra foi lançada. Obras herdadas da gestão anterior foram paralisadas e boa parte delas tiveram que ter os contratos renegociados. “Nosso maior objetivo era não quebrar a economia. Fizemos de tudo para manter o comércio aberto e as coisas funcionando”, comenta Dorner.

As vacinas começaram a chegar, o prefeito se vacinou, os casos começaram a cair e ao final de 2021, as coisas tomavam ar de normalidade. Dorner disse que detectou dificuldades no setor de engenharia da prefeitura, no que diz respeito a elaboração de projetos para as obras que o poder público precisava fazer. Então, ao longo desse primeiro ano se concentrou em contratar, junto a iniciativa privada, profissionais e acervo técnico para construir os “grandes projetos” que sua gestão pretende implantar. 

Nas mãos do empresário do chapéu está uma “empresa” que fatura cerca de R$ 66 milhões por mês. O orçamento municipal projetado para 2022 é de R$ 792,9 milhões (bruto), dos quais R$ 648,7 milhões são destinados à administração direta. 

 

Tirando da cartola

Na entrevista Dorner disse que “agora é que as obras vão começar”, ressaltando que tem 3 projetos que ele considera principais – embora tenha listado um número maior.

Um deles seria o Hospital Municipal a ser erguido na região do Grande São Cristóvão – promessa de campanha – que foi descrito na matéria de saúde desta edição, junto com o construção do novo centro de especialidades médicas.

Na educação, o “coelho” que Dorner tirou do chapéu promete ser a melhor estrutura de ensino público municipal do Estado. O projeto começa corrigindo um erro do passado. Em 2014, como parte dos programas do governo federal para as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, foi lançado em Sinop a construção de um Centro de Iniciação aos Esportes. A obra de referência seria erguida em uma das regiões mais carentes da cidade, onde estão instaladas diversas moradias populares oriundas do Minha Casa Minha Vida. A ideia era ótima, mas na prática a obra foi abandonada pela metade, o convênio ficou impossível de serem executado e o “legado da Olímpiada” foi um esqueleto de tijolo e cimento que corriqueiramente é usado como local para uso de drogas.

O projeto de Dorner é para erguer sobre o esqueleto desse elefante branco uma escola em tempo integral. A licitação foi lançada em maio de 2022. O edital prevê um investimento de R$ 20 milhões com recurso da prefeitura para construção de uma unidade com 16 salas de aula, capaz de atender 500 alunos. O prédio de 2 andares terá 5,9 mil metros quadrados de área construída e será erguido em uma área com 12 mil metros quadrados. O complexo de educação conta com 5,2 mil metros quadrados de espaço integrativo, com área verde, piso molhado com piscina, campinho de futebol, espaço para mesas de jogos, quadra poliesportiva. A escola terá um auditório para 208 pessoas, laboratório de informática, laboratório de robótica, sala de empreendedorismo e biblioteca. Tudo abastecido com energia solar. 

Na lista de projetos principais – ou não – está a transformação da MT-140 em uma avenida, no trecho que a rodovia estadual já se integra ao perímetro urbano. Ao longo desse pedaço da MT-140 há um forte crescimento urbano, com diversos loteamentos implantados e a eminência do início da ocupação de 1.440 apartamentos do residencial Nico Baracat, tudo isso confinado em uma pista simples, com 6 metros de largura.

O projeto da gestão, em parceria com o Governo do Estado, prevê a remodelação em 7km da MT-140 a partir do entroncamento com a BR-163, até a curva do antigo aeroporto Canarinho. Nesse trecho, serão instaladas 8 rotatórias, conferindo um perfil de avenida para a rodovia, com acessos facilitados aos loteamentos instalados no eixo. Serão implantadas duas pistas com 10 metros de largura cada, separadas por um canteiro central com ciclovia. O projeto também prevê a instalação de calçadas, de concreto, nas laterais ao longo de todo trecho. Para a transformação da via, serão aplicados R$ 14,2 milhões 

A prefeitura também já anunciou a pavimentação de duas estradas vicinais – Estrada Nanci e Estrada Silvana, juntas mais de R$ 25 milhões – vias que já sentem a pressão da expansão urbana. No eixo do aeroporto, um dos que mais crescem em ocupação urbana, a gestão retomou a duplicação da Avenida Bruno Martini, até o aeródromo, com um investimento na casa dos R$ 4 milhões. 

Ainda nesse setor, Dorner pretende construir um viaduto no cruzamento da Avenida Bruno Martini com a Avenida André Maggi. Caso se concretize, será o primeiro viaduto da cidade fora da BR-163, que corta o perímetro urbano de Sinop. A edificação de um viaduto foi a resposta encontrada por Dorner para o estrangulamento do trânsito no local. A Avenida André Maggi é a principal via de acesso para uma das regiões com maior adensamento demográfico do município. Já a Avenida Bruno Martini é a via de acesso para os condomínios horizontais fechados de alto padrão, 3 faculdades, o aeroporto, a Embrapa, o Senac, além de diversas empresas e empreendimentos imobiliários implantados nessa região. No encontro dessas duas avenidas, nos horários de pico, o trânsito é tão parado quanto o cemitério que fica ao lado. “Um semáforo no local não resolveria o problema, apenas tornaria o trânsito mais lento”, explicou o secretário de Trânsito da cidade, Joubert Sacramento.

O projeto da gestão é passar a Avenida Bruno Martini por cima da André Maggi, em uma avenida com 4 pistas. A configuração da André Maggi, com 4 pistas, seria mantida e 3 pistas de acesso ao viaduto, similar a um dispositivo diamante, seriam instaladas na estrutura. O volume de investimento para a implantação dessa intervenção ainda não foi estimado. Dorner pretende dar início a obra ainda em 2022 e tem uma estratégia para tentar fazer com que a execução ande mais rápido.

Obras que exijam drenagem, terraplanagem e movimentação de solo são especialmente difíceis de serem executas em Sinop. Isso porque, nesse bioma existem duas estações do ano muito bem definidas: a estação da seca e a estação das chuvas. Durante os 6 meses de estiagem as obras fluem bem, mas costumam parar ou andar de forma muito lenta durante o período mais chuvoso do ano. Na entrevista, o prefeito disse que está estudando um dispositivo para incluir nos processos licitatórios de obras dessa natureza, contratadas pela prefeitura, a exigência de trabalho em dois turnos. “A empresa que disputar a licitação já vai saber que terá que trabalhar em dois turnos. Assim, ao invés de 8 ou 10 horas de obras por dia, teremos 16h. Para compensar o fato de que só dá para fazer obras em metade do ano, tem que trabalhar o dobro”, comentou o prefeito. 

Se nas obras mais periféricas a proposta é trabalhar em dois turnos, no centro da cidade, serão 3. Dorner quer tirar do chapéu ainda em 2022, um projeto para remodelação completa da Avenida Júlio Campos – a mais central da cidade. Dorner se refere a esse projeto como “a obra do meu mandato”. Essa via, completamente ocupada por comércios dos dois lados, costuma inundar com fortes chuvas, herança e uma drenagem mal dimensionada no passado que foi incapaz de prever o crescimento da cidade e, no decorrer dos anos, difícil de ser refeita. Muitas tentativas de correção foram feitas ao longo dos últimos anos, mas o problema persiste.

Dorner quer por fim aos remendos. Ele quer refazer a tubulação da avenida central com aduelas grandes o suficiente para serem limpadas com máquinas. Seu projeto também prevê a retirada da fiação da rede de energia, hoje aérea em postes, transformando em subterrânea. Asfalto, canteiro central e passeio público também devem ser repaginados. 

Além dos 3 turnos de trabalho, para que essa obra não paralise o comércio central, Dorner pretende fatiar a execução em trechos de 500 metros. “Fecha aquele pedaço, faz a obra o mais rápido possível, termina, abre e vai para o próximo. Vai dar um pouco de transtorno, é claro, mas precisa ser feito”, comenta o prefeito. 

O trecho a ser reestruturado tem 1,6 km de extensão, começando na catedral e indo até o viaduto na BR-163. “Quero fazer uma nova Avenida Júlio Campos. A cidade merece ter um centro bonito. Essa obra irá integrar o centro comercial ao shopping da cidade”, pontuou.

Dorner também quer uma casa nova para o poder público municipal. A sede do paço remete à década de 90 e já não é mais compatível com o tamanho do serviço público. Os dois gestores antes de Dorner sinalizaram interesse em erguer um novo prédio para prefeitura, mas acabaram recuando. O atual prefeito pretende não só construir uma sede para o executivo, como também inaugurar.

Dorner disse que já possui duas áreas em mente. Uma delas seria o terreno hoje ocupado pela associação dos servidores públicos municipais – cogitando uma eventual permuta de áreas. A segunda, um imóvel privado, na área central da cidade. Independente de qual seja o imóvel, a prefeitura nova será vertical. Dorner quer erguer duas torres, cada uma com 7 andares interligadas entre si, conservando o espaço para uma terceira torre, em caso de necessidade de ampliação futura. Serão entre 14 mil e 16 mil metros quadrados de área construída. A proposta é reunir em um mesmo espaço 100% das repartições municipais, com secretarias e a parte administrativa do paço. 

Em maio de 2022 Dorner estava na fase de contratação do projeto para construção, orçado em R$ 3,2 milhões. No total, o gestor estima um investimento de R$ 80 milhões na obra – pouco mais de 10% do orçamento anual atual. 

 

Ordem urbana 

Obras são importantes e transmitem a sensação que o poder público não está inerte frente ao crescimento. Mas existe uma função ainda mais crucial para a gestão pública de uma cidade que expande como Sinop: manter a ordem urbana.

O Governo Federal entendeu isso e exigiu que até o ano de 2006, todo município com mais de 25 mil habitantes deveria ter um Plano Diretor – uma espécie de coleção de normas e regras para manter a ordem urbana e conduzir o crescimento das cidades de forma organizada. Sinop fez um Plano Diretor “ilusionista”: serviu para cumprir a regra e não perder os repasses, mas 5 anos depois o instrumento foi reprovado pelo Ministério das Cidades reprovou o projeto.

Desde então Sinop se escora em decretos municipais, mudanças no Plano Diretor com projetos de leis cada vez que um grande empreendimento chega e um certo bom senso para manter a ordem urbana. Como a cidade foi fundada já com um projeto urbano planejado, não houveram grandes prejuízos. A não ser a falta de uma regra consistente para quem quer empreender na cidade.

Dorner quer resolver essa pendência até o final de 2022. Na entrevista, o prefeito falou do processo para elaboração de um novo Plano Diretor que seja condizente com o tamanho e com o crescimento de Sinop. “A cidade esperou muito para rever o Plano Diretor. É fundamental para cidade”, comentou.

Desde 2021, a gestão vem trabalhando na tríade que precede o Plano Diretor. A administração já reviu o Código de Obras e de Postura do município, atualizando o conjunto de leis que versa sobre a ocupação do solo urbano. Concomitantemente iniciou a elaboração do Plano de Mobilidade Urbana. A gestão ganhou como contrapartida de um empreendimento um estudo com a base do plano de mobilidade. O material foi avaliado e acrescido e em junho de 2022 entrou na fase de audiências pública, para a discussão com a sociedade – devendo ser aprovado antes do final do ano. 

A gestão também avançou com o Plano de Saneamento Básico – defasado desde 2018 – e em outubro deve concluir o conclui o Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos. Esses projetos, cruciais para ordem urbana, irão compor também o Plano Diretor. 

A elaboração do Novo Plano Diretor iniciou em dezembro de 2021. Dorner abriu espaço para que entidades de classe e conselhos reguladores de engenharia e arquitetura se envolvessem no projeto. Um comitê foi criado para discutir e implementar o novo Plano Diretor. “Agora é a hora de discutir os problemas e encontrar as soluções para o crescimento da cidade. O que a comissão decidir precisa ser acatado. Que seja de forma clara e transparente”, afirmou o prefeito.

A projeção é de que o novo Plano Diretor seja encaminhado para Câmara entre agosto e setembro de 2022, passando por pelo menos 3 audiências públicas antes da sua aprovação. 

Enquanto isso o gestor vai atacando outros pontos que envolvem a ordem urbana. Até junho desse ano, a administração entregou 2 mil títulos de regularização fundiária, documentando imóveis urbanos que estavam em situação de irregularidade. Segundo Dorner, até o final do mandato serão 10 mil imóveis titulados, zerando a fila. Sinop tem mais de 90 mil imóveis urbanos regulares. 

O prefeito também pretende rever o transporte coletivo – caso a necessidade seja referendada no estudo de mobilidade urbana. O transporte coletivo na cidade é feito por uma única empresa, através de uma concessão emitida em 2004, com validade de 25 anos. Comparado com cidades com o mesmo tamanho de Sinop, o serviço é fracionário, com poucas rotas, atendendo um contingente populacional muito pequeno – seja por uma baixa demanda natural dos usuários ou pelo fato de que o serviço não atende a expectativa da população. Dorner disse que encomendou um estudo para avaliar a possibilidade de colocar uma nova empresa, promovendo uma competição no serviço. 

Um transporte público funcional seria uma estratégia para desafogar o trânsito local. Com uma frota local de 142 mil veículos, mais os carros, motos, caminhões e ônibus de outras cidades que tem Sinop como um polo, para manter um trânsito que flui é preciso fazer mágica.

Sociedade Organizada

O 5º poder de Sinop

Publicado em 01 de Setembro de 2022 ás 16:24

Uma coalizão de lideranças empresariais, universitárias, religiosas e de profissionais liberais ajuda a discutir os grandes assuntos da cidade de Sinop, reunindo em um só coro a voz da sociedade representada por 24 entidades. Essa é a Unesin, a União das Entidades de Sinop

 

No Brasil e nas sólidas democracias pelo Mundo, a Constituição divide o poder do Estado em 3: Executivo, Legislativo e Judiciário – que devem ser harmônicos e independentes. Informalmente, costuma-se atribuir à livre imprensa o título de “4º poder”, em razão da sua capacidade de mobilização, de promover agenda e orientar a opinião pública. Em Sinop, essa gangorra que equilibra as prioridades e urgências do Estado tem uma 5ª ponta: a Unesin.

A União das Entidades de Sinop é uma liga que agrupa outras 24 organizações sem fins lucrativos, que prestam serviços de caráter público no município. A composição é plural. Na mesa da Unesin, sentam-se os líderes das três maiores entidades ligadas ao agronegócio, das duas universidades públicas, da classe empresarial, de instituições religiosas e das associações de profissionais liberais de diferentes setores. No conceito de que todo Poder emana do povo, a Unesin é o conselho que fala por uma fatia significativa da sociedade.

As 24 entidades que compõem a Unesin representam um público direto superior a 20 mil pessoas – sem considerar as igrejas, representadas pela Mitro Diocesana (Católica) e o COPAS (Conselho dos Pastores Evangélicos de Sinop). “Cada entidade que integra a Unesin indica um membro para ser seu representante na União. Cada membro tem direito a um voto e para que a Unesin se manifeste em uma causa, é preciso a aprovação de dois terços dos membros”, explica o atual presidente da entidade, Carlos Fonseca.

A origem da Unesin ajuda explicar seu propósito. Em 2014, a prefeitura de Sinop preparava um novo código tributário. O conjunto de leis impactaria diretamente toda a população, mudando as normas para a cobrança dos impostos municipais. O CRC (Conselho Regional de Contabilidade) tentou discutir alguns pontos com o Poder Público. Mesmo com a participação da CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas), e o alerta de vários contadores, a entidade não conseguiu ser ouvida.

O “não” do Poder Público acendeu o alerta de outras entidades que começaram a engrossar a causa. Espontaneamente, uma liga de agremiações de classe foi formada, ganhando a atenção do Legislativo e do Executivo municipal. O texto do Projeto de Lei discutido e revisado por essas 25 entidades, que no dia da votação, compareceram em peso na Câmara.

Após essa vitória, a coalizão ganhou um nome. O propósito atraiu novas entidades e com isso, novas demandas. A ameaça da suspensão das operações no aeroporto da cidade mobilizou a Unesin. O mesmo aconteceu para equalizar os repasses do SUS para os dois hospitais públicos da cidade. 

Em agosto de 2019, a Unesin passou a existir formalmente. A entidade foi constituída com um estatuto próprio. Algumas entidades acabaram ficando de fora do grupo em função dos critérios e novas ingressaram. Com 24 entidades atuantes, a União inaugurou sua sede própria um ano depois, em outubro de 2020.

Atualmente, a Unesin detém o título de Entidade de Utilidade Pública no município de Sinop. Ela é mantida por 27 empresas colaboradoras, que fazem doações mensais. Segundo Carlos Fonseca, as regras do estatuto previnem a União de ser usada com propósitos político. O que não significa que a Unesin não seja um organismo político. “Política é a defesa de interesses. No caso da Unesin, o interesse é a cidade de Sinop”, pontuou o presidente.

Na última eleição municipal, em 2020, todos os candidatos a prefeito dedicaram um tempo para apresentar suas propostas em uma reunião da Unesin. O vencedor, após eleito, acabou dando à União o direito de indicar o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano – pasta que trata da indústria, comércio, turismo e agricultura. Klayton Gonçalves renunciou sua cadeira na Unesin e assumiu a Secretaria. 

Hoje, lideranças de regiões estão buscando na Unesin uma referência para replicar o mesmo modelo de agremiação em suas cidades. Além de ampliar o debate dos grandes temas do município e influência com o poder público, a Unesin é um instrumento de fortalecimento da sociedade civil organizada. “Hoje todos os presidentes das entidades se conversam, estão interligados. Vejo que a Unesin também tem esse papel, de tornar as entidades mais fortes, mais representativas. O futuro da Unesin é ser um lugar onde grandes entidades dialogam”, refletiu Fonseca.

 

A espinha dorsal da Unesin

A essência da atuação da Unesin são as comissões estratégicas. Atualmente a entidade possui 16 comissões que fazem um debate continuo de temas que são considerados essenciais para a cidade de Sinop. Cada um desses assuntos passou pelo crivo de dois terços dos membros da Unesin para ser admitido.

As comissões são formadas pelos membros cuja entidade ou atuação estejam mais relacionados com o tema. Na comissão que discute o novo Plano Diretor de Sinop, por exemplo, estão os membros da entidade que representa os engenheiros e os arquitetos. Já na comissão que trata da aplicação da Lei de Liberdade Econômica, quem conduz a atuação é a Ordem dos Advogados, a associação dos contadores e dos empresários.

Entre os temas acompanhados pela a Unesin estão a Ferrogrão e a criação de um Porto Seco em Sinop, a emancipação do campus da Universidade Federal de Mato Grosso em Sinop, o fortalecimento de Sinop como um polo de Saúde e a criação de um polo agrotecnológico. Além dos assuntos atrelados ao desenvolvimento econômico, a Unesin também trata das questões domésticas. Há uma comissão para acompanhar os serviços públicos que foram passados para a iniciativa privada através de concessão e outra comissão para tentar modernizar os conselhos municipais. 

Fonseca explica que as comissões da Unesin seguem um método de atuação, com 4 pilares: capitação de informações, articulação, mobilização e negociação. “É um trabalho técnico, com critério, focado em trazer resultado. Não tumultuamos o debate público. Quando a Unesin decide atuar em uma questão, a entidade se municia de informações, propõe ações, mobiliza a sociedade ou recursos [dinheiro ou conhecimento técnico] e intermediamos a solução”, explicou o presidente.

É assim que trabalha o 5º Poder de Sinop.

 

Os membros da Unesin

 

AELOS

A Associação das Empresas Loteadoras de Sinop (AELOS), foi fundada no ano de 2009. Como Sinop é uma cidade jovem, com crescimento demográfico agudo, existe um gritante mercado empenhado em abrir espaço físico para comportar esse aumento populacional. A proposta da AELOS é aproximar as empresas que atuam nesse setor, garantindo poder de representatividade junto ao poder público e, por vezes, ajudando a ordenar a expansão urbana.

Atualmente a entidade conta com 11 empresas loteadoras associadas. Segundo o presidente da AELOS, Tiago Trevisol, a entidade representa empresas que são responsáveis por aproximadamente 65% do mercado imobiliário local – quando o assunto é venda de terrenos. 

 

Associação dos Hotéis

O setor hoteleiro, em franca expansão, é representado pela Associação Hotéis de Sinop Convention & Visitor Bureau. A entidade fundada em 2008 reúne 34 empresas hoteleiras do município.

A associação foi criada para fortalecer e dar suporte as empresas do segmento. Para além, também atua no fomento do turismo local. Segundo a presidente, Karina Turati de Lima, a entidade tem trabalho na reestruturação do Conselho Municipal de Turismo, realizado ações para formação de condutores de turismo – com ênfase ao Rio Teles Pires – e a catalogação de propriedades com potencial para explorar o turismo rural. “O turismo predominante em Sinop é o de negócios. O pico de lotação da rede hoteleira é durante os dias úteis, esvaziando no final de semana. Buscamos agora criar atrativos para os turistas também aos finais de semana”, explica Karina. 

Atualmente a rede hoteleira de Sinop conta com 1.192 quartos, oferecendo cerca de 2 mil leitos.

 

AENOR

A Associação dos Engenheiros e Agrônomos do Norte de Mato Grosso (AENOR), é o centro de representação dos profissionais que formam o topo da qualificação embarcada no setor produtivo.

É uma das entidades mais antigas da cidade. Foi fundada em 1987, incluindo também a categoria dos arquitetos, que migrou para uma associação própria com a separação do CREA e do CAU – respectivos conselhos de classe de engenheiros e arquitetos.

Atualmente a Aenor representa cerca de 600 profissionais em toda região Norte de Mato Grosso. Bruno Rodrigues dos Santos, presidente da AENOR, diz que cerca de 50% dos membros são engenheiros civil, 15% engenheiros florestais e 15% agrônomos. “Nosso principal esforço na Unesin foi a atualização do Código de Obras de Sinop, estabelecido na década de 80 e que precisava ser modernizado”, revela Santos.

A AENOR, junto com a Arcnorte e a AELOS, colaboraram ativamente com a elaboração do projeto de lei que implementará o novo código de obras de Sinop, trazendo as diretrizes para a edificação, expansão e uso do solo no município. 

 

COPAS

O Conselho de Pastores Evangélicos de Sinop (COPAS), foi fundado em 1983 com o nome de OMES (Ordem dos Ministros Evangélicos de Sinop). Apesar da alteração na sigla, a proposta continua sendo a mesma: aproximar os líderes religiosos de orientação protestante das diferentes igrejas. “Eu diria que nosso propósito é fortalecer o bem comum”, pontua o pastor e presidente do Conselho, João Herivaldo Costa. 

Atualmente o COPAS conta com 102 ministros de 72 igrejas. Os pastores unidos por esse conselho atingem cerca de 70% da população evangélica.

 

Codenorte

O Conselho de Desenvolvimento do Norte de Mato Grosso (Codenorte) foi o primeiro ensaio da cidade de Sinop em criar uma força composta por várias entidades afim de promover o desenvolvimento local. É como se fosse o embrião da atual Unesin.

No começo da década de 90, empresários locais criaram a Associação de Líderes. Em 1993, esse “capital intelectual” foi transmitido para a ACES (Associação Comercial e Empresarial de Sinop). No ano de 2004, com a crise do setor madeireiro – principal alicerce da economia de Sinop até então – os mesmos líderes virão a necessidade de se unir e buscar soluções para o município. Em 2006, estava constituída oficialmente o Codenorte, reunindo entidades e lideranças de diferentes setores. “A primeira pauta do Codenorte foi logística, que era um dos principais problemas da econômica local. A conclusão da BR-163 até Santarém, a construção de uma ferrovia e até de uma hidrovia no Teles Pires-Tapajós foram temas trabalhados pelo Codenorte. O lema era união do povo e pró-atividade para fazer o progresso”, lembra o atual presidente da entidade, Carlos Celso Martins.

As comissões estratégicas da Unesin que tratam da logística refletem o trabalho inicial do Codenorte. Atualmente, a entidade integra o comitê de bacias hidrográficas, conduzindo estudos e monitoramentos dos cursos hídricos de Sinop. 

 

APAMS

A causa animal ganhou uma entidade formal em Sinop no ano de 2005. Desde então, a APAMS (Associação Protetora dos Animais de Sinop) vem atuado na proteção e melhoria da vida dos animais – além de prestar um serviço que seria de responsabilidade do Poder Público: o controle de zoonoses. 

A APAMS é mantida por convênios com a Prefeitura e o Estado, mas principalmente por doações. A entidade mantém um abrigo de 450 m², onde acolhe cerca de 250 cães e gatos. “No ano de 2021, atendemos cerca de 800 animais, realizando mais de 500 cirurgias”, revela a presidente Luciani Chiarello. 

A entidade faz o resgate de animais em condições de maus tratos ou abandono, custeia o tratamento, vacinação, castração e chipagem, preparando-os para doação. A equipe conta com 3 veterinários e 11 funcionários, além de voluntários e parceiros. “A APAMS exige que a adoção responsável. Além disso, nossa entidade quer discutir programas de vacinação animal, que devem ser amplos para prevenir a todos”, enfatizou Luciani.

Para melhorar a condição dos animais que resgata, a APAMS inaugurou recentemente um novo abrigo, com 750 m². Colaborações podem ser feitas através do CNPJ da APAMS 07.918.317/0001-50.

 

Lions Clube Sinop

Um dos clubes de serviço mais tradicionais do mundo está presente em Sinop desde 1988. Com 42 membros ativos, a entidade é um braço de amparo para a parcela mais carente da sociedade. “No último semestre de 2021, as ações do Lions Clube de Sinop impactaram 7.793 pessoas. Foram mais de 15 mil horas de serviço doado em prol do próximo”, comenta a presidente da entidade, Elizabete Monteiro de Souza.

O Lions Clube tem 5 grandes causas globais que norteiam suas ações: a visão, a fome, o meio ambiente, o câncer infantil e o diabetes. Em Sinop, a entidade foi responsável por capitanear ações que resultaram na construção e estruturação do Hospital da Visão. Essa unidade, gerenciada pelo Lions, tem capacidade para realizar 20 cirurgias de catarata por dia, além de consultas e outros procedimentos. Muita gente volta a enxergar graças ao voluntarismo do Lions Sinop.

Durante a pandemia, o Clube de Serviço deu apoio com a confecção de máscaras doadas para hospitais, unidades de saúde e para o presídio. Em 2021, ano da fome, o foco foi a doação de cestas básicas para populações em situação de vulnerabilidade social. 

 

Embrapa

Um dos 42 centros de pesquisa da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) está instalado na cidade de Sinop. E esse centro tem uma cadeira na Unesin. 

A Embrapa se instala oficialmente em Sinop no ano de 2009, consolidando o município como centro tecnológico do agronegócio de Mato Grosso. Em junho de 2022, a sede própria da Empresa completou 10 anos. O centro de pesquisa conta com 612 hectares, dos quais 540 são de área experimental. “O centro de pesquisas da Embrapa tem como foco a atividade agrossilvipastoril, integrando lavoura, pecuária e floresta. Para o setor produtivo, a Embrapa Sinop é o laboratório real”, explica a chefe-geral, Laurimar Gonçalves Vendrusculo. 

O centro de pesquisa conta com 20 laboratórios e uma equipe de 64 colaboradores. Destes, 22 são pesquisadores e 26 analistas. De 2015 até fevereiro de 2022, essa indústria de ciência no campo produziu mais de 750 artigos científicos, sendo 206 em publicações indexadas. Segundo a chefe-geral a unidade de Sinop é um campo de validação para variedades desenvolvidas em outros centros de pesquisa da Embrapa. Nesse catálogo pesquisa estão alguns sistemas produtivos, desenvolvidos e aprimorados na Embrapa Sinop (que serão abordados nesta edição, de forma mais ampla).

Como formadora de talentos, a Embrapa Sinop já capacitou 1,6 mil alunos, dos quais 390 com mestrado e pós-doutorado. 

 

Acrinorte

Uma das mais tradicionais e antigas entidades de Sinop, a Associação dos Criadores do Norte de Mato grosso (Acrinorte), foi instituída em 1986, com a finalidade de promover a melhoria genética e estimular o desenvolvimento e produção agrícola da região. A Acrinorte se tornou a casa dos grandes leilões de gado, colocando Sinop em um lugar de destaque na pecuária. 

Fora do brete e do pasto, a Acrinorte se tornou popular por ser a promotora da Exponop, uma exposição agropecuária que mesclava a difusão de tecnologias para o campo, negócios e uma gigantesca festa. Por 33 anos, a Acrinorte fez da primeira semana de junho uma das datas mais importantes para o comércio local, movimentando lojas, hotéis, restaurantes e outros com sua feira. A última edição da Exponop foi em 2017, quando a Acrinorte resolveu repensar o evento. 

Os grandes shows, rodeio e bingo foram tirados da feira – tendência seguida por outras exposições agropecuárias do país. Com o nome de Norte Show, a Acrinorte deu vida a um novo evento, mais técnico e comercial, centrado no agro. Em sua segunda edição, em 2019, a feira atraiu 32 mil pessoas.

Depois de dois anos de pandemia, a entidade realizou em abril a terceira edição da feira. Para se ter uma ideia da grandeza do evento, os 210 estandes para expositores abertos pela Acrinorte haviam sido reservados ainda no mês de fevereiro. 

 

Sebrae

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) abriu sua unidade em Sinop no ano de 1996. Essa entidade privada do serviço social, sem fins lucrativos, tem como função dar suporte técnico para os pequenos negócios. De maneira mais simples, o Sebrae é o “guru” dos empreendedores.

A unidade de Sinop atende 10 municípios da região. Segundo o gerente do Sebrae Sinop, Volmir J. Contreira, de cada 10 pessoas atendidas pelo escritório, nove são MEI (Microempreendedores Individuais) – o menor CNPJ na hierarquia empresarial do Brasil. 

Em 2021, o Sebrae local registrou 11.970 atendimentos, sendo que mais de 40% desse volume empreendedores de Sinop. Entre os serviços prestados pela unidade estão a formalização (abertura de MEI para empreendedores), capacitação, consultoria, elaboração de planos de negócios e orientação de onde e como investir. “São mais de 300 profissionais credenciados que colaboram de alguma forma com os programas do Sebrae de Sinop”, revela Contreira.

 

Sindusmad

Primeira grande atividade econômica de Sinop, o setor de base florestal está presente antes da fundação do município. Em 1972, madeireiros já serravam as primeiras toras de madeira para fornecer ao Exército Brasileiro investido na construção da BR-163. A colonização do Norte de Mato Grosso teve na sua linha de frente o setor madeireiro, que cresceu com a abundância da madeira tropical.

Em 1980, os primeiros madeireiros se organizam na AMIM (Associação dos Madeireiros do Interior de Mato Grosso). A luta era por estradas, pontes, a linha de energia elétrica e um órgão de regulação da atividade (o mais perto ficava em Cuiabá). Em 1986, a AMIM é convertida em sindicato patronal, o Sindusmad, entidade integrante da Federação das Indústrias de Mato Grosso.

Economicamente forte, politicamente ativo, o Sindusmad encabeçou as grandes conquistas da cidade. Presidentes do sindicato interiorano viraram presidentes da FIEMT. O setor de base florestal floresceu e por mais de duas décadas foi a atividade econômica mais importante de Sinop.

Na metade dos anos 2000, o setor se reinventou. O número de madeireiras diminuiu, mas a atividade se tornou mais profissional, legal e sustentável. Ao invés de devastadores da Amazônia, os empresários ganharam o status de “coletores de árvores e guardiões da floresta em pé”. O título é resultado do manejo florestal de baixo impacto, técnica que abastece a indústria em sua quase totalidade. 

Mesmo com a transformação, o setor florestal se mantém economicamente importante. Segundo o atual presidente do Sindusmad, Wilson Volkweis, 170 empresas compõe o quadro de associados do sindicato nos 29 municípios de atuação. “Os dados de 2020 apontaram que Sinop possui 219 empreendimentos florestais ativos, que juntos geram uma massa salarial de R$ 33 milhões por ano”, aponta Volkweis.

Com mais de 63% do território de Mato Grosso preservado e um modelo de exploração que permite a renovação da floresta em ciclos inferiores há 20 anos, o setor de base florestal terá vida longa. 

 

Cooperlog

A Cooperativa de Transportadores e Profissionais da Área de Logística e Transporte de Cargas de Sinop (Cooperlog) é uma entidade sem fins lucrativos que tem como objetivo agrupar caminhoneiros autônomos afim de aumentar a competitividade dessa categoria. “Na prática funciona como uma grande transportadora, para ajudar o caminhoneiro com a burocracia, resolver a questão fiscal e permitir que ele consiga negociar melhor seus fretes, sem um atravessador”, explica o presidente Cleomar Immich.

Fundada em 2016, quando o Brasil começou a se preocupar com as condições dos profissionais do transporte de cargas, a Cooperlog é a única cooperativa na Unesin. Embora os negócios sejam o foco, na ausência de uma associação, a entidade também acaba atuado como representante da categoria. “Temos 7 mil caminhões emplacados em Sinop. 40% são de profissionais autônomos”, enfatizou Immich.

Com o modelo cooperativista a entidade consegue reduzir o preço do combustível em até R$ 0,20 o litro, cerca de R$ 300,00 no pneu e R$ 8,00 no metro de lona – principais insumos que consomem o lucro dos autônomos. “Como cooperativa conseguimos força para negociar fretes com os principais contratantes”, acrescenta o presidente.

Qualquer caminhoneiro pode fazer parte da Cooperlog, ao custo de uma taxa mensal de R$ 50,00 por eixo. A ideia é expandir e, com mais membros, transformar essa taxa em crédito para combustível, pneu e lona dentro da cooperativa. 

 

Arqnorte

Associação dos Arquitetos do Norte de Mato Grosso (Arqnorte), é uma entidade de classe que representa os arquitetos e urbanistas de Sinop e região. Fundada em 2016, a partir do desmembramento da tradicional AENOR, a Arqnorte detém atualmente um quadro com 60 associados.

Segundo o presidente Cesar Gonçalvez, a associação acaba atuando nas demandas da categoria como um todo. “Em Sinop são mais de 300 profissionais da arquitetura e do urbanismo e na nossa região de atuação, mais de 700”, enfatiza Gonçalvez. 

Através da Unesin, a Arqnorte atua com ênfase nas discussões que colaboram com a construção e o aprimoramento do novo código de obras do município e do Plano Diretor, que deve ser aprovado ainda em 2022. “A Arqnorte tem levantado as demandas dos profissionais e buscado de forma coerente contemplar elas no Plano Diretor e no Código de Obras. É uma contribuição técnica, que terá reflexos na economia e no ordenamento urbano”, pontuou o presidente. 

 

Unemat

Os catedráticos também têm poder de voto na Unesin. Uma das cadeiras da liga da entidade é ocupada pelo diretor do campus Sinop da Unemat (Universidade Estadual de Mato Grosso).

Presente no município desde 1990, a universidade teve um papel primordial na formação de professores para cidade. Hoje, o campus conta com 2,2 mil alunos e 189 professores, em 10 cursos regulares e 4 mestrados. “Cerca de 95% do quadro de professores efetivo são de doutores e mestres”, enfatiza Josivaldo Santo, diretor do campus. 

A Unemat conta com duas unidades no município e já projeta a construção de uma terceira. Com diversos programas que ultrapassam as paredes da universidade, a Unemat dá sua contribuição acadêmica no agronegócio, na agroecologia, na economia solidária e no monitoramento dos indicadores econômicos do município. “O grande marco da Unemat é dar ao sinopense condições de poder estudar sem precisar deixar a cidade”, avalia Josivaldo. 

O diretor do campus estima que mais de 6,5 mil alunos formados pela Unemat atuem no mercado de trabalho local. 

 

Associação Médica

Fundada em 1993, a Associação Médica Sinop é uma sociedade sem fins lucrativos, que une médicos com o objetivo de defender a dignidade profissional e a assistência de qualidade à saúde da população. “A associação fortalece o convívio desses profissionais fora do ambiente de trabalho, promovendo uma interação de cunho sociocultural e científico”, explicou o presidente da entidade, o médico Fábio Coelho Barroso.

Atualmente, a entidade conta com 150 médicos associados – cerca de 65% do número de profissionais que moram em Sinop.

“A Associação Médica de Sinop preocupa-se em promover eventos científicos, socioculturais, assim como participar efetivamente no desenvolvimento da nossa cidade, junto à Unesin e demais lideranças do município”, afirma Barroso.

Sobre a atuação na sociedade, Barroso grifa o trabalho da entidade durante a pandemia de Covid-19, quando arrecadou e destinou equipamentos de proteção para instituições de saúde do município, além de ministrar cursos para os membros do Corpo de Bombeiros.

Aces

A Associação Comercial e Empresarial de Sinop (ACES), foi fundada no ano de 1993, originalmente com o nome de ACIS – onde o “I” significada industrial. Cerca de 300 empresas estão associadas à entidade. 

Segundo o presidente da ACES, Cleyton Laurindo, a entidade tem se destacado na representação do comércio e da indústria local. Durante a pandemia, a ACES criou núcleos dentro da sua estrutura afim de gerar diagnósticos que ajudassem no enfrentamento da crise impactando o mínimo possível o comércio. “Com o diagnóstico feito, a ACES iniciava o seu trabalho de representação de classe frente ao poder público”, explica Laurindo.

Desse trabalho saiu o “Plano Sinop 21”, um compilado de avaliações e orientações, descrevendo normas e práticas para o retorno de dois setores gravemente impactados pela pandemia: a área de eventos e a educação. Os protocolos de segurança desenhados pela ACES acabaram incorporando os decretos municipais que orientaram o funcionamento de escolas privadas, bares, restaurantes e similares. “Esses comércios conseguiram voltar à atividade, de forma parcial, sem maiores danos”, lembra Laurindo.

Além da representação, a ACES detém uma gama de serviços para seus associados. A consulta no serviço de informação de crédito Boa Vista, Certificado Digital e uma plataforma aberta com mais de 80 cursos gratuito. O serviço mais inovador é o “Energia Renovada”, em que a ACES compra créditos de geração de usinas solares e revende entre seus sócios. “A economia com a conta chega a 35% nesse sistema”, estima o presidente.

 

Asccont

Fundada em 2016, a Associação Sinopense dos Contadores e Contabilistas (Asccont) exercita a representação desses profissionais no município de Sinop – complementado a função do CRC, que é o conselho de classe da categoria.

A Asccont é um “eco” do início da Unesin, surgindo no mesmo movimento. Elemar Theobald é o 3º presidente da entidade. Segundo ele, a associação possui 86 associados. No município estão estabelecidos 85 escritórios de contabilidade com mais de 550 profissionais atuando na área. “Os escritórios de contabilidade acabam sendo um celeiro de formação de profissionais. Essa experiência contábil tem sido recrutada por grandes e médias empresas para compor seu departamento financeiro”, comenta Theobald.

Na Unesin, a Asccont tem contribuído com a orientação na discussão da aplicação da lei de liberdade econômica – criada para simplificar a abertura de empresas que baixo impacto. 

 

Mitra Diocesana 

A Mitra Diocesana é o organismo administrativo de uma diocese, nesse caso a de Sinop. Com 40 anos de existência, a diocese de Sinop engloba 30 municípios, com 34 paroquias e mais de 800 comunidades. Em território, a Mitra de Sinop cobre uma área de atuação de 191 km², com 65 sacerdotes dedicados à vocação.

A Mitra é gerenciada pelo Bispo Dom Canísio Klaus. No começo do seu sacerdócio ele atuou em Sinop, no ano de 1985. Depois foi para outras cidades de Mato Grosso até que em 1988 foi ordenado Bispo de Diamantino. Há 6 anos ele regressou para Sinop e agora conduz a diocese.

Para Dom Canísio, a participação da Mitra na Unesin é uma forma de revisar o “bem” do conjunto da cidade. “O ‘bem’ estar, o ‘bem’ governar”, pontua o bispo. 

Dom Canísio considera que a igreja tem o papel de despertar a consciência política das pessoas. “O ser humano é naturalmente político. Deve exercitar. É com a soma de muitas ideias que a gente consegue fazer o melhor”, acrescentou o bispo, afirmando que o sinopense é um católico presente, tanto na igreja como na sociedade.

 

Sindicato Rural de Sinop

Fundado em 1989, o Sindicato Rural de Sinop é a entidade que representa de forma ampla os empresários do agronegócio no município e região. Embora Sinop tenha pouco mais de 175 mil hectares de área plantada, é no município que estão estabelecidos os produtores rurais e os escritórios de suas fazendas espalhadas por todo médio Norte de Mato Grosso. Esse fator confere a entidade um grande poder de representação.

O atual e 6º produtor a ocupar o cargo de presidente do sindicato é Ilson José Redivo. Segundo ele, a entidade possui cerca de 600 associados. “Sinop é o local onde os produtores da região moram e também onde fazem seus negócios. Aqui estão as empresas que fornecem insumos, assistência, maquinário e também as multinacionais que compram os grãos. É o centro do comércio de uma rica região agrícola”, comentou o presidente.

O Sindicato Rural de Sinop é conhecido pelas suas participações expressivas em grandes movimentos do agronegócio. Foi assim com o manifesto conhecido como Grito do Ipiranga, em 2006 e com o Tratorasso, um ano antes, em 2005. Foi no Sindicato Rural de Sinop e nesse ambiente de protestos que surgiu a liderança de Antônio Galvan, um produtor da cidade vizinha de Vera que hoje é o presidente da Aprosoja Brasil.

 

Maçonaria

Em Sinop existem 13 lojas maçônicas instituídas. Três delas (Acácia do Xingu, Colunas do Norte e Rui Barbosa) optaram por integrar a Unesin. O atual presidente da liga das entidades é membro da maçonaria.

Segundo o representante das Lojas Maçônicas que participam da Unesin, venerável Luiz Fernando Bressan Aranda, Sinop possui cerca de 250 maçons. As 3 lojas que integram a união respondem por 120 desses membros. “A proposta da Unesin é similar aquilo que se pratica dentro da maçonaria, que é a melhora da sociedade”, explicou Aranda.

O representante da Maçonaria lembra que outros maçons acabam fazendo da parte da Unesin por serem líderes em outras entidades de classe que compõem a união. “A Maçonaria é uma instituição filosófica, filantrópica e progressista, que visa o aprimoramento pessoal e do meio em que vivemos. A vantagem de estar na Unesin é poder trazer a opinião dos maçons para compor o debate e ao mesmo tempo difundir entre nossos membros a mensagem da Unesin de forma mais rápida”, ressaltou.

 

Floresta Urbana

A Associação Floresta Urbana foi formalizada em 2019. Essa entidade é resultado de um grupo de defensores da arborização urbana que iniciaram ações de divulgação e incentivo ainda no ano de 2011. O que era uma pequena porção de entusiastas foi ganhando adesão e espaço no debate público. Hoje, a Floresta Urbana ocupa uma das cadeiras da Unesin, encabeçando inclusive uma das comissões estratégicas que versam sobre o tema.

Segundo o presidente da entidade, Amadeu Rampazzo, a associação trabalha para construir uma agenda de discussão que incentive o plantio e a preservação da arborização urbana. “Vivemos em uma região de muita incidência de sol, quente o ano todo e com uma estação seca. A arborização urbana atenua o calor, aumenta a umidade do ar e melhor a sensação de bem estar”, defende Rampazzo.

Medições feitas pela entidade em Sinop apontaram uma diferença de até 9º C de temperatura e 30% na umidade entre áreas da cidade com e sem arborização. “Árvores melhoram a qualidade do ar, diminuem a poluição e tem efeitos físicos e de saúde mental para as pessoas”, enfatiza.

A meta da Floresta Urbana é fazer de Sinop a cidade mais arborizada de Mato grosso até 2030.

 

Rotary Club Sinop

O clube de serviço que nasceu nos Estados Unidos em 1905 tem duas unidades em Sinop. A mais antiga, fundada no ano de 1982, é o Rotary Club Sinop, que está entre as 24 entidades que integram a Unesin.

A entidade é presidida pelo empresário Daniel Brolese. O clube conta com 30 membros que sedem voluntariamente seu tempo para promover ações em prol dos que mais precisam.

Segundo Brolese, as ações do Rotary viabilizaram mais de 300 cadeiras de rodas, doadas em 2021. Com suas promoções, a entidade mantém um banco ortopédico, com próteses e órteses que auxiliam pessoas com limitações físicas. “Há um trabalho muito forte de inclusão e socialização nas escolas, ensinando as crianças as dores e dificuldades de quem possui uma limitação”, lembra o presidente.

Uma das frentes de atuação mais recentes do Rotary é o combate à meningite, através das campanhas para vacinação. Foi dessa forma que o clube contribuiu para erradicação da poliomielite. 

 

OAB Sinop 

Embora Sinop seja a 4ª cidade mais populosa de Mato Grosso, é no município que está a segunda maior subseção da Ordem dos Advogados do Brasil no estado. Fundada em 1987, a subseção representa mais de 1,4 mil advogados entre os municípios de Sinop, Vera, Claudia, Feliz Natal e União do Sul.

Em número de acadêmicos formados em Direito prestando o exame da Ordem, a subseção de Sinop já ultrapassou Rondonópolis.

A entidade é capitaneada pela advogada Xênia Guerra, que assumiu a presidência em janeiro de 2022. Com uma visão arrojada, Xênia vê na OAB a missão de fiscalizar e garantir o devido processo de aplicação das leis. “A entidade precisa atual para além da classe, dentro da sociedade, participando dos meios de decisão. Os advogados são os operadores do Direito e como tal tem um papel fundamental no sistema de freios e contrapesos, orientando e equilibrando a atuação do Estado”, afirma a presidente.

Em sua gestão, Xênia investe no “empoderamento do advogado”, ampliando a participação dos profissionais na entidade e para fora dela. Atualmente a OAB Sinop conta com 26 comissões temáticas, que atuam em diferentes campos. São mais de 300 advogados investidos nas comissões, que mediam problemas da coletividade. “A proposta é ampliar ainda mais essa atuação”, reforça.

Na Unesin, a OAB é uma das entidades fundadoras. 

 

UFMT Sinop

A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) também tem um assento na Unesin. A instituição, que tem sua sede em Cuiabá, definiu no ano de 1989 sua expansão para Sinop como parte do processo de interiorização. Em 1992, os colonizadores doaram uma vasta área para a instalação do campus e, no mesmo ano, foi estabelecido o Instituto Universitário do Norte de Mato Grosso, o embrião da UFMT.

Em 2006, a universidade se instalou de fato, com uma ampla sede e 8 cursos de graduação regulares. Atualmente são 11, em 3 diferentes áreas do conhecimento. Medicina Veterinária, Farmácia, Agronomia e Medicina são alguns dos cursos mais disputados. 

A UFMT de Sinop possui 3,2 mil alunos de graduação e 190 nos cursos de pós-graduação. São 250 professores. “Cerca de 90% dos nossos professores possuem doutorado. São profissionais consolidados em Sinop, com raízes no município e jovens”, comenta o pró-reitor do campus, Fábio Lourenço.

Os índices de desempenho dos cursos da UFMT Sinop são maiores do que os demais campi. Nesse momento, lideranças se empenham em emancipar o campus, assunto que faz parte das comissões da Unesin.

Dados do Município

Sinop é um município brasileiro distante 479 km da capital Cuiabá, localizado no interior do estado de Mato Grosso, região Centro-Oeste. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), sua população foi estimada em 146.005, em 2020, porém, dados municipais apontam para mais de 195 mil habitantes.
O município possui a 5ª maior economia com PIB de R$ 5.626.287.120 (aproximadamente R$ 5,62 bilhões).
Localizada no eixo da BR-163, a Capital do Nortão é polo em educação (17 mil estudantes) e em saúde (possui inúmeras especialidades médicas). O estudo “Melhores Cidades para Fazer Negócios”, da revista Exame, aponta o município na 33ª posição em todo o país (2019). Sua força econômica está baseada nos setores de serviço (que movimenta R$ 3,3 bilhões), industrial (R$ 496,2 milhões) e agropecuário (R$ 265,9 milhões). A abertura de novas empresas mais que dobrou nos últimos 10 anos, sendo que de janeiro a junho (2020), 1.233 empresas registraram seu CNPJ.

Olá! Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies.