Onde a riqueza começa
Para além da grande cidade erigida se estendem 2,7 milhões de hectares de campos férteis e pastagens, onde são colhidos 11,5 milhões de toneladas de grãos e criados mais de 1,1 milhão de cabeças de gado. É nessa grande lavoura, circundante a Sinop, onde estão as raízes que nutrem a diversa economia da 4ª maior cidade de Mato Grosso
Em 2021, a Ação Cidadania – uma das mais tradicionais ONGs do país – arrecadou cerca de 12 mil de toneladas de alimentos para ajudar as pessoas com fome. Essa foi a maior arrecadação já registrada no Brasil. Apesar de ser um recorde importante, toda comida reunida pela Ação Cidadania corresponde a 0,1% dos grãos produzidos no entorno de Sinop – sem contar a carne. O paralelo ajuda a entender a dimensão do agronegócio e o que ele representa nessa emergente economia.
A agropecuária responde por apenas 5% do PIB de Sinop. O município não é conhecido pela vastidão dos seus campos. Apesar disso, o setor produtivo primário tem grande relevância na economia local. “Sinop é o local onde os produtores da região moram e também onde fazem seus negócios. Aqui estão as empresas que fornecem insumos, assistência, maquinário e também as multinacionais que compram os grãos. É o centro do comércio de uma rica região agrícola”, explica Ilson Redivo, presidente do Sindicato Rural de Sinop, entidade que reúne cerca de 600 produtores.
De acordo com os dados da REAGRO (Reunião Estadual de Estatísticas da Agropecuária de Mato Grosso), atualizados em janeiro de 2022, no território de Sinop são plantados 295 mil hectares, somando os dois ciclos de safra e as áreas irrigadas. Os grãos colhidos nessas lavouras somam 1.219.336 toneladas – ou como os produtores gostam de contar, mais de 20,3 milhões de sacas. O milho é responsável por mais da metade desse volume, com 644 mil de toneladas – produtividade média de 93 sacas por hectare. Em segundo lugar está a soja, que embora ocupe a maior área entre as lavouras, com 171 mil hectares cultivados, soma uma produção de 543.780 toneladas – com uma produtividade média de 53 sacas por hectare. No município ainda se cultiva 4 mil hectares de algodão, com uma produção média de 15.800 toneladas e 3 mil hectares de arroz – sendo 40% desse volume em sistema irrigado – produzindo 11.880 toneladas. O cultivo de grãos em Sinop ainda tem uma pequena quantidade de feijão, 1.990 hectares, que produzem aproximadamente 3,8 mil toneladas.
Na pecuária, pastam nas terras de Sinop e nos confinamentos 56.195 bovinos. A criação de suínos registra pouco mais de 30 mil animais. No município também são criados 1,5 milhão de frangos, com destaque para produção de ovos, com duas grandes granjas estabelecidas.
Isolados, os dados estatísticos agropecuárias de Sinop são pouco expressivos. Para entender a dimensão da riqueza que o agronegócio injeta e que ajuda a formar os pilares da 4ª maior economia de Mato Grosso, é preciso empurrar as fronteiras.
A Revista Fator MT fez um recorte dos dados da produção de grãos e do rebanho com 12 municípios localizados no entorno de Sinop. Nessa relação, estão territórios cuja produção converge imediatamente, seja pela proximidade, pelas condições de logística ou para o abastecimento. Estas cidades também são alimentadas pelos insumos vendidos pelas empresas de Sinop, do óleo diesel para as máquinas agrícolas à assistência técnica. O recorte é uma estimativa. Na prática, frações da produção de outros municípios acabam convergindo para Sinop, bem como seus dividendos econômicos. Embora Sorriso, a campeã nacional na produção de grãos, faça divisa com Sinop, a cidade não foi incluída nesse recorte, uma vez que também exerce a função de polo regional do agronegócio.
Nessa região, cujo agronegócio converge imediatamente para Sinop, estão os municípios de Cláudia, Ipiranga do Norte, Itanhangá, Itaúba, Marcelândia, Nova Santa Helena, Novo Horizonte do Norte, Porto dos Gaúchos, Santa Carmem, Tabaporã, União do Sul e Vera. São municípios pequenos: somados, possuem uma população de 79.966 habitantes (IBGE) – 230 mil se acrescentar a população de Sinop. Mas muito produtivos. Só para se ter uma ideia, se a produção total dessa região fosse distribuída igualitariamente entre seus habitantes, cada pessoa receberia 50 toneladas de grãos, 890 quilos de algodão, 5 bois, 2 porcos e 9 frangos.
Conforme dados da REAGRO, referentes a janeiro/22, nessa região, com 12 municípios mais Sinop, são cultivados 2.730.939 hectares de grãos, onde são colhidas 11.493.361 toneladas. A soja é a principal cultura, ocupando 1,5 milhão de hectares. A oleaginosa, de alto valor no mercado internacional, ocupa a primeira safra, com o melhor ciclo de chuvas distribuídas, em geral entre os meses de outubro a fevereiro. Nesse cinturão agrícola que circunda Sinop são colhidos 84 milhões de sacas de soja. Em valores de agosto de 2022, isso representa cerca de R$ 13,4 bilhões. Nessa região, a soja tem uma produtividade média de 55 sacas por hectare.
O milho de milhões
A segunda cultura mais importante nessa região, que tem Sinop como centro, é o milho. São 1.083.200 hectares dedicados à cultura, que geram 6.064.493 toneladas do grão – cerca de 101 milhões de sacas. Nos preços de agosto de 2022, esse montante representa R$ 6,1 bilhões. Mas nem sempre foi assim.
Historicamente, o milho no Norte de Mato Grosso era chamado de “safrinha”. O melhor período de umidade era dedicado para soja, que em razão do comércio internacional tinha preços mais atrativos. A soja foi, e ainda é, uma das maiores fontes de gordura e proteína vegetais para nutrir o mundo – o que justifica seu valor. O milho, no entanto, era um produto de consumo interno, base da alimentação dos rebanhos e como tal, de menor valor. Nos anos em que o Brasil mais exportou milho, o volume ficou na casa dos 30% da sua produção.
Por isso, o milho sempre ocupou a posição de segunda safra. Em alguns anos, o custo de produção empatava com o preço de venda. A necessidade de fazer rotação de culturas, intercalando uma oleaginosa com uma gramínea, para não exaurir o solo de nutriente, obrigava o produtor a plantar milho. Isso até 2017.
Nos últimos 5 anos, o cereal teve uma guinada nos preços. Conforme os dados do departamento de tributação do Estado, no ano de 2017, em Sinop, foram plantados 107,7 mil hectares de milho, que renderam R$ 147,7 milhões. Em 2020 (última atualização), com 105,9 mil hectares plantados, o milho rendeu R$ 352,9 milhões – aumento de 138% em 3 anos!
O raciocínio lixeiro é pensar que com o aumento nos preços o produtor começou a se dedicar mais, aumentando a quantidade de adubo para colher mais. Não foi o caso. Em Sinop, a produtividade do milho aumentou em 100 kg por hectare entre 2017 e 2020 – passando de 6,3 mil kg por hectare para 6,4 mil kg por hectare. Não foi diferente do que se registrou no restante do estado. Em 2017, o rendimento médio do milho em Mato Grosso foi de 6,2 mil kg por hectare e em 2020 caiu para 5,6 mil kg por hectare. Nessa região dos 13 municípios no entorno de Sinop, a produtividade média do milho e de 5.599 kg por hectare.
A simples evolução dos preços também não justifica. Basta olhar para o que aconteceu com a soja no mesmo período. Em Sinop, no ano de 2017, foram cultivados 143,7 mil hectares com soja, que renderam R$ 442,6 milhões. Em 2020, na última atualização, a área semeada subiu para 151,4 mil hectares e os ganhos para R$ 680,1 milhões – alta de 53%. Ao contrário do milho, a soja cresceu em produtividade: foram 485,8 mil kg por hectare em 2017 e 572 mil kg por hectare em 2020.
Qual é a explicação para essa alta então? Uma convergência de fatores favoráveis. É o que explica Mario Menezes, sócio proprietário do Grupo Master Grãos, empresa que opera com comercialização, logística e armazenamento de grãos. Especialista no mercado de commodities agrícolas, com mais de 20 anos de atuação no agro, Menezes faz uma análise do atual momento do setor, listando alguns dos fatores que influenciaram na alta dos preços dos grãos.
Nos últimos anos, a rentabilidade de quem produz grãos no Norte de Mato Grosso aumentou consideravelmente. Menezes explica que o cenário favorável começa com a valorização das commodities soja e milho. “O impacto é maior para o agronegócio brasileiro porque no mesmo período houve uma valorização do câmbio – Dólar Americano (moeda parâmetro do mercado internacional), chegando próximo de R$ 6,00”.
Especificamente para região Norte de Mato Grosso, dois fatores colaboraram com o cenário favorável. Menezes cita a consolidação do corredor logístico para o Pará, através da BR-163, permitindo que a produção agrícola da região seja exportada através dos portos do Arco Norte. O segundo fator foi o início das operações das usinas de etanol, que aumentaram de forma significativa o consumo de milho na região.
“Com os preços em alta e a atividade mais lucrativa, produtores ampliaram suas áreas de plantio e aportaram mais tecnologia, o que resultou em um aumento no volume produzido. Variedades de soja precoces, clima, ajudaram nesse aumento de produtividade, otimizando a janela de plantio do milho. Com um intervalo de chuvas mais presentes, as lavouras de milho tiveram um melhor desenvolvimento, impactando no volume de produção”, completa Menezes.
Por experiência, Menezes acredita que o momento favorável para o agronegócio tem tudo para perdurar, pelo menos nos próximos anos. “Há solidez no setor neste momento”, avalia.
Em Sinop está a maior usina de etanol de milho da América Latina – devidamente detalhada na reportagem sobre a indústria, nesta edição. Sozinha, essa usina consome um terço de todo o milho produzido nesses 13 municípios. No geral, Mato Grosso planta 6.898.198 milhões de hectares de milho, que produzem 35,9 milhões de toneladas, gerando em torno de R$ 36 bilhões.
Por que produz tanto?
Em 1975, quando começa a série histórica com as estatísticas do agronegócio em Mato Grosso, o estado possuía 1,3 milhão de hectares de área plantada, que produziam 1,8 milhão de toneladas de grãos – uma inacreditável marca de 22 sacas por hectare. O milho, na época, rendia 26 sacas por hectare. Hoje passa das 100 sacas.
A agricultura de Mato Grosso passa 25 anos crescendo sem surpresas. Em 2000, o estado tinha 4,5 milhões de hectares de lavoura que produziam 13,2 mil toneladas de grãos – é um pouco a mais do que a região de Sinop produz hoje, sozinha. Em 5 anos, entre 2000 e 2005, o MT tem um pico de crescimento, aumentando a área plantada e a produção em 90%. Mudança na política cambial, queda nos preços dos grãos e repressão ambiental voltaram a colocar o agronegócio em dormência até 2010. Assim que recuperou o fôlego, o setor deu seu maior salto.
De 2010 a 2022 o estado duplicou sua área plantada. De 8,6 milhões de hectares passou para 19,6 milhões em 12 anos. O aumento das áreas de plantio deve-se, em parte, a consolidação de uma segunda safra e de uma terceira, em sistemas irrigados. Enquanto a área plantada dobrou, a produção triplicou. Em 2010, Mato Grosso produzia 26,5 milhões de toneladas de grãos. Hoje são mais de 80 milhões de toneladas.
O Norte de Mato Grosso foi determinante nessa transformação do agronegócio. Só a vizinhança de Sinop responde por 1/7 da produção. O que tornou esse meio do Brasil em uma das regiões mais produtivas foi a combinação clima, terras amplas e férteis, de boa topografia, que foram ocupadas por pessoas com a vocação para produzir, para o serviço do campo. É o que explica o presidente licenciado da Aprosoja e ex-presidente do Sindicato Rural de Sinop, Antônio Galvan.
“Nessa região, temos condições de fazer duas safras com o ciclo normal de umidade. São poucos lugares no mundo que têm isso. Soma o clima com o volume de terras que temos disponíveis, que são planas, fáceis de lidar, com a gente que se instalou nesse lugar, filhos e netos de produtores, e você tem a resposta do porquê o Norte de Mato Grosso é tão promissor na agricultura”, argumentou Galvan.
Esses fatores listados por Galvan, quando ocorrem na Europa, recebem o nome de “terroir” – termo muito aplicado para justificar o preço de vinhos finos e queijos exóticos. O “terroir” do Nortão pode ter menos finesse, mas tem mais sustância. “Hoje, agronegócio do Norte de Mato Grosso opera com tecnologias avançadas, que são referência para o mundo. Tanto em termos de maquinários e equipamentos, quanto em material genético. É agropecuária de primeiro mundo”, completa Galvan. “Nas lavouras do Nortão, você encontra o que há de melhor e mais moderno para se produzir. O Brasil é o grande foco de atenção da indústria mundial que fabrica equipamentos e insumos para o agronegócio”, concorda Redivo.
Nas lavouras é comum se deparar com equipamentos que plantam e colhem praticamente “sozinhos”, se ajustando conforme cada peculiaridade do terreno. Cada vez mais presente, a agricultura de precisão usa tecnologia de ponta para otimizar resultados, medindo quantidades exatas de fertilizantes e defensivos para cada ponto da plantação.
O componente humano, que forma a tríade do “terroir”, é marcado pela sua capacidade de se adaptar e prosperar. Antes das lavouras dominarem a paisagem do Norte de Mato Grosso e da produção de grãos se tornar o grande gerador de riquezas da região, a principal atividade econômica estava no setor de base florestal. O ciclo da madeira foi longo e lucrativo, sendo diretamente responsável pelo surgimento de cidades onde antes não havia nada. À medida que o solo e as técnicas de plantio foram sendo domadas e a logística melhorava o suficiente para dar viabilidade à agricultura, madeireiros foram migrando de atividade, deixando a extração e partindo para produção.
Este é o caso de Flávio Bonotto, que chegou em Cláudia no ano de 1983. O pequeno município, distante 84 km de Sinop, cresceu em torno do setor madeireiro, que por anos foi principal atividade econômica. Bonotto estava lá, extraindo e beneficiando madeira. Em uma transição gradual, começou a investir em pecuária, até que no ano 2000 partiu para a lavoura. Hoje, o agricultor planta soja em 7,3 mil hectares, fazendo uma safrinha de milho em 6 mil hectares, que, pelo desempenho em produtividade no ano de 2022, deveria ser chamada de “safrão”. A soja, em suas terras, tem uma produtividade média de 66 sacas por hectare.
A cada ciclo bem-sucedido, a Fazenda Iracema, onde Bonotto planta, cresce mais um pouco. Este ano foram 470 hectares semeados com arroz, para abertura de área, que na safra seguinte irão receber mais sementes de soja e de milho. O produtor ainda concilia um reflorestamento de castanheiras, árvore protegida por lei no estado e que tem importância econômica em função dos seus frutos, as mundialmente cobiçadas castanhas-do-Brasil.
Apesar dos avanços, o setor tem travas. Logística e as questões ambientais ainda são gargalos para o agronegócio. “Evoluímos bastante, principalmente na questão da logística, mas ainda precisamos avançar nas estruturas que dão suporte a produção agrícola”, explica Redivo.
A conclusão da BR-163 até Miritituba, conectando o norte de Mato Grosso aos portos do Arco Norte, foi um importante avanço na logística. O setor se movimenta agora pela consolidação dos projetos ferroviários, em especial a Ferrogrão, que conectará com linhas de trem Sinop a Miritituba (PA). “A Ferrogrão será um importante corredor para escoar a produção, mas precisamos avançar na questão das hidrovias, aproveitando o potencial do estado”, argumenta Redivo.
Assim como na agricultura, a pecuária também encontrou seus caminhos.
3,8 milhões de cabeças
A pecuária também tem um papel importante na economia de Sinop. Nos 13 municípios dessa microrregião, são criados 2,1 milhões de frangos, 290 mil suínos e 36 mil ovinos, que abastecem as indústrias locais.
Embora a criação de gado seja o ponto forte de municípios mais ao Norte, como no entorno de Alta Floresta e de Juína, a nos municípios imediatamente ligados a Sinop estão 1.122.026 bovinos. Entre os 13 municípios, Marcelândia é o que mais possui vocação para pecuária bovina, com 194 mil cabeças de gado em seu território. A sequência está Tabaporã, com 169 mil cabeças.
A pecuária bovina dessa região é marcada pela sua qualidade, de genética e de manejo, com direito a boi de grife, conhecido pelo nome da fazendo ou do criador. Wilson Martinelli é um desses nomes famosos da pecuária de Mato Grosso. Ao longo de anos foi nas fazendas de Martinelli que cresceram os animas que aprimoraram o rebanho nelore no Norte do estado.
Pioneiro, de família tradicional e enraizado em Sinop desde 1984, Martinelli viu sua cidade e sua ocupação se transformarem nos últimos anos. Da mesma forma que Sinop precisou reinventar sua economia após o ciclo da madeira, a pecuária também encontrou seu ponto de corte. Após anos de pecuária extensiva, o solo se tornou escasso em nutrientes e as pastagens perderam o vigor. Para Martinelli, a resposta encontrada foi a integração de culturas, no modelo lavoura, pecuária e floresta. Mais do que uma filosofia de como o solo deve ser tratado, para Martinelli, a integração é uma necessidade para quem cria gado.
Atualmente, o pecuarista que se tornou produtor aplica o sistema de integração em 1,8 mil hectares da sua propriedade. Outros 3,2 mil hectares são exclusivamente ocupados com pastagens. Nas suas terras, a maioria em Nova Canaã do Norte, estão mais de 4,5 mil cabeças de gado. “A genética do gado presente na pecuária de Sinop e região se equipara aos grandes criadores do país. É um trabalho de qualidade, dedicado, que os pecuaristas tem feito da porteira para dentro e que tem elevado o mercado da carne”, avaliou.
Nesse revezamento de pastagem com agricultura, ambos prosperam e o boi cresce. E essa fórmula é o propósito do maior centro de pesquisas instalado em Sinop.
“Integrar para não entregar”
Esse era o lema nacionalista do Governo Militar, do final da década de 1960 e início de 1970, quando iniciou sua campanha para ocupação da Amazônia Legal e do Centro-Oeste – resultando na criação de várias cidades, incluindo Sinop. Alguns anos antes, uma tímida empresa de pesquisa agrícola havia sido criada com a missão primária de desenvolver tecnologia para agricultura e pecuária no Brasil tropical e conservar os recursos genéticos vegetais para produção de alimentos. As duas iniciativas pareciam terem sido feitas uma para outra. Mas esse enlace só aconteceu depois de mais de 30 anos. Demorou, mas a integração foi completa.
A Embrapa iniciou suas atividades em Sinop no ano de 2009, e em 2012 inaugurou a sua sede do centro de pesquisas – talvez a mais bela edificação pública do município. A unidade tem 8,5 mil m² construídos e um campo experimental com 612 hectares. A Embrapa Sinop tem 64 colaboradores, dos quais 22 são pesquisadores e 26 analistas. De 2015 até fevereiro de 2022, essa indústria de ciência no campo produziu mais de 750 artigos científicos, sendo 206 em publicações indexadas. “Aqui é onde tudo acontece”, afirma a chefe-geral da Embrapa Sinop, Laurimar Gonçalves Vendrusculo.
Laurimar não está falando da Embrapa, e sim da região. Para a chefe da unidade, o Norte de Mato Grosso é o grande campo produtivo do país. Qualquer tecnologia ou estudo, precisa ser feito levando em consideração essa região. “A unidade de Sinop é um campo de validação para tecnologias do agronegócio em desenvolvimento, principalmente das outras unidades da Embrapa”, revela Laurimar.
A Embrapa de Sinop foi o 47º centro de pesquisa da empresa. Toda unidade leva um “mote” que resume o foco da sua atuação. A de Sinop é a Agrossilvipastoril, ou seja, agricultura, floresta e pecuária, juntos e integrados. “A Integração Lavoura-Pecuária-Florestal (ILPF) é o foco principal da unidade em Sinop. Nossas pesquisas têm o propósito de desenvolver modelos produtivos para que essas três atividades sejam desenvolvidas de forma simultânea, na mesma propriedade e que o processo gere mais ganho, ambiental, produtivo e também econômico”, explicou a chefe.
Segundo Laurimar, os processos e práticas de manejo com Integração Lavoura-Pecuária-Floresta já ocupam 2,6 milhões de hectares em Mato Grosso. “Para as áreas que foram exaustivamente usadas para agricultura, o ciclo com pastagem ajuda a revigorar o solo”, explica Laurimar. É o caminho oposto do que fez Martinelli, que buscou a agricultura após as pastagens do gado exaurirem o solo.
Um dos sistemas produtivos mais recentes, desenvolvido pela Embrapa Sinop, é o Sistema Gravataí. Nesse consórcio produtivo, após o cultivo de soja, são semeados capim braquiária com feijão-caupy, com a finalidade de promover uma “associação de forrageiras”. O objetivo aqui não é colher o feijão, mas combiná-lo com o capim na produção de forragem para alimentação animal, no modelo de integração lavoura e pecuária.
“Nesse sistema, a combinação da braquiária com o feijão aumenta a fixação de nitrogênio no solo, diminuindo a quantidade de adubos nitrogenados nos próximos ciclos de plantio. Além disso, ao combinar o feijão na produção de forragem, há um ganho nutricional significativo para a alimentação do gado”, aponta.
Um dos trabalhos do Centro de Pesquisa da Embrapa Sinop é o Zoneamento Climático. Os pesquisadores acompanham os mapas climáticos, fazendo a validação dos dados, aumentando assim a precisão dos modelos. Na prática, o trabalho gera informações sobre a melhor janela temporal para o plantio de diferentes culturas em cada região do estado.
Na parte da pecuária, a Embrapa Sinop tem desenvolvido tecnologias. Laurimar citou um sistema de monitoramento do ganho de peso dos bovinos de corte, que utiliza câmeras 3D que capturam imagens processadas por um software com inteligência artificial. Os equipamentos são instalados no cocho ou no bebedouro, e com a aproximação do animal estimam seu peso em tempo real. “Nos primeiros ensaios a margem de erro tem sido de 5% em relação ao peso aferido na balança”, revela a chefe da Embrapa.
Através da inteligência artificial do programa, será possível avaliar os animais que estão ganhando peso abaixo da média, variações no ciclo de alimentação e projeções de abate.
Embora esteja estabelecida em Sinop, a Embrapa atua em todo o Norte do estado. Além da empresa pública, existem outras empresas privadas que desenvolvem pesquisas na cidade, além das universidades com cursos voltados para o agronegócio. Esse é o papel que Sinop exercita na região. É como se em um raio de 500 km fosse a fazenda, e Sinop a sede. “Sinop tem o papel de ser o indutor de toda essa região”, resumiu o secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, Cesar Miranda.
De grão em grão
Analisando a produção agropecuária do Nortão, a chefe da Embrapa disse que apesar da centralização das commodities, há uma vontade de expandir sistemas produtivos. Ela citou como exemplo o mercado do etanol de milho, que transformou a produção do cereal. “Estão em curso o desenvolvimento de variedades de milho com características voltadas a produção de combustível. E tem produtores interessados em cultivar esse tipo de grão, já pensando no valor agregado”, revela a pesquisadora.
Até os nichos produtivos têm potencial de escala industrial nessa região. Segundo Redivo, presidente do Sindicato Rural de Sinop, a diversificação das lavouras é uma tendência. “Soja e milho ainda ocupam as maiores áreas de plantio, mas outras atividades vêm crescendo na região, como o feijão e o algodão”, comentou.
O arroz, que no começo dos anos 2000 era amplamente produzido na região em função da abertura de áreas, hoje ocupa 37,5 mil hectares nos 13 municípios integrados a Sinop. Dessas lavouras saem 128.775 toneladas do grão, que tem uma produtividade média de 57 sacas por hectare. Uma pequena parte desse volume é referente à abertura de áreas – onde o arroz continua se saindo bem. Nessa região há produtores regulares de arroz, que se especializaram nessa cultura e obtém bons dividendos produzindo para abastecer a indústria local. Na cotação da primeira semana de agosto de 2022, o arroz produzido nessa região corresponderia a R$ 171,7 milhões.
O feijão também ocupa uma parte das lavouras da região. O fradinho ou caupy é a principal variedade empregada, mas também há porções importantes de feijão de corda e feijão preto. No total, 28.120 hectares são dedicados ao cultivo das 3 variedades de feijão, sendo um quinto desse volume em áreas irrigadas. A produção registrada é de 47.603 toneladas, com um rendimento de 28 sacas por hectare.
Depois da soja e do milho, a commoditie agrícola mais representativa na região de Sinop é o algodão. São 51.919 hectares dedicados à cultura, que produzem 205.439 toneladas do herbáceo. Ipiranga do Norte é o maior produtor entre os 13 municípios, com 25 mil hectares dedicados à produção da fibra. Nos campos brancos de Ipiranga, a produtividade média foi de 4.050 quilos por hectare – um pouco abaixo do que vem sendo obtido nos municípios que se especializaram na produção de algodão, cultura que é considerada a mais lucrativa do agronegócio de Mato Grosso.
A nova joia da produção de algodão
Produto desenvolvido por uma empresa brasileira oferece uma nova solução para proteção do algodão na lavoura, quebrando um monopólio internacional com inovação nacional
Nas colheitadeiras modernas, o algodão colhido deixa o equipamento devidamente embalado por uma camada de plástico filme. Esse processo dinamiza a colheita e é essencial para preservar a qualidade das fibras, que ficam depositadas no campo até serem levadas para o beneficiamento.
Por anos, a tecnologia para o enfardamento de algodão embarcado nas colheitadeiras da principal fabricante mundial era exclusiva de uma empresa israelense. Todo filme para embalar o algodão colhido mecanicamente no mundo vinha de um único fornecedor.
Mas uma empresa brasileira conseguiu quebrar esse monopólio. Com 44 anos de existência, desenvolvendo soluções em plástico para o agronegócio, a TechAgro, marca exclusiva da AzulPack, aplicou sua pesquisa na criação de uma alternativa para o enfardamento de algodão. “Foram 5 anos de estudos para o desenvolvimento de uma tecnologia alternativa. Nos últimos 3 anos, o filme que desenvolvemos foi testado no campo, no dia a dia da colheita, apresentando ótimos resultados”, explica a CEO da TechAgro, Aline Hurtado Firmeza.
A inovação da TechAgro já está em mais de 50 propriedades rurais de Mato Grosso, em lavouras de algodão de todo Brasil e até em outros países. Aos poucos, a paisagem do campo vai sendo ocupada pelos gigantescos rolos de algodão embalados de azul safira. A cor inspirou o nome: Filme Safira. Essa “joia” da indústria nacional se integra perfeitamente com o sistema de colheitadeiras, executando o mesmo trabalho de proteção do algodão, porém com algumas vantagens. “É um produto desenvolvido por brasileiros, para brasileiros, com tecnologia internacional”, afirma Leandro Dhein, diretor comercial da TechAgro.
Segundo Dhein, o desenvolvimento dessa tecnologia foi um pedido dos produtores de algodão, que almejavam por uma alternativa. Isso permitiu que a pesquisa começasse no laboratório, mas fosse concluída no campo – onde as reais condições de trabalho podem ser testadas.
O material é 100% polietileno, sendo de fácil reciclagem. O adesivo de fechamento – parte que exigiu maior empenho dos pesquisadores – tem 12 meses de garantia, embora os testes tenham mostrado que sua vida útil é de 6 anos. Como a integração com a colheitadeira é total, o Filme Safira permite a rastreabilidade do material colhido por telemetria. “A coloração azul safira não é por acaso. O azul é a terceira cor com melhor desempenho como estabilizante térmico, ficando atrás apenas do preto e do branco. Com o preto há elevação de temperatura, o que aumenta o risco de incêndio. O branco não é ideal para o algodão, porque se confunde facilmente em casos de contaminação do produto. Então o azul é a melhor escolha para esse tipo de material”, explicou Leandro Dhein.
“Com quatro décadas desenvolvendo soluções para o agronegócio, ficamos muito satisfeitos com o Filme Safira. É motivador saber que uma empresa brasileira, familiar, foi a responsável por apresentar essa inovação ao mercado”, completou a CEO da TechAgro.
A CEO Aline Firmeza garante que um diferencial extra do Filme Safira será o suporte ao produtor. A empresa formou um time de técnicos e agrônomos para fazer o atendimento de pós-venda nas lavouras de algodão, dando assistência e auxiliando na operação, afim de assegurar o uso mais efetivo do produto.
Com preço competitivo e efetividade, o Filme Safira deve ganhar o mercado. Ao longo desse ano a TechAgro marcará presença nas principais feiras agropecuárias do país, levando para as vitrines de tecnologia sua nova solução para o algodão, além de outras inovações. Aliás, o Filme Safira já foi testado no solo norte-americano, em lavouras da Carolina do Norte.
Para garantir volume à sua produção, a TechAgro trabalha com equipamentos de última geração, resinas e aditivos provenientes dos maiores produtores mundiais além de atuar constantemente com altos estoques estratégicos. As plantas industriais tem capacidade para produzir 100 toneladas de plástico por dia. “Estamos prontos para trazer mais competitividade para o mercado do algodão como um todo”, conclui Aline.
Outras joias do colar
Por quebrar um monopólio internacional e promover uma concorrência de produto, o Filme Safira é o destaque do momento. Mas essa não é a única joia da TechAgro. Em suas décadas de pesquisa a empresa desenvolveu uma série de soluções em plástico e lona voltadas para a produção agrícola.
A TechAgro projeta e fabrica filmes técnicos para cobertura de silagem, lonas multicamadas para cobertura de Fardos e fardinhos de algodão, filmes para coberturas de estufas, uma linha para embalagens de diferentes culturas em campo, além de mantas e geomembranae PEAD e PEBDL TechGround para revestimento de reservatórios de água, canais de irrigação, tanques de piscicultura, Biodigestores, Esterqueiras, tanques de tratamento, dentre outras tantas aplicações.
BRUKY SOLUÇÕES EM ENERGIA
Soluções inteligentes para geração de energia
Limpa e sustentável, energia solar tem atendido residências, grandes indústrias e especialmente o agronegócio
A BRUKY Soluções em Energia surgiu com grande destaque no cenário nacional ao implantar soluções inovadoras no setor de energia. Em expansão, a BRUKY se instalou em pontos estratégicos, com escritórios em Jataí e Goiânia/GO, Palmas/TO e em Sinop – por meio da BRUKY Energia Solar.
Tudo isso começou com o fundador e idealizador, Charles Cabral dos Santos. O sócio majoritário percebeu o crescimento da utilização da energia solar como uma fonte condizente com as questões ambientais e deu início à BRWKY em 2015.
A expansão do uso da energia solar alcança os lares brasileiros, a indústria, o comércio e o agronegócio. Tudo através de uma energia limpa, sustentável e renovável. E para atender a demanda, a BRUKY está presente do projeto à instalação e na assistência técnica. Segundo o sócio proprietário da unidade de Sinop, Wender Severino, o diferencial está no pós-venda.
“Nós sentimos essa carência do consumidor, quando ele precisava resolver algum tipo de problema e não sabe a quem recorrer. Além de participar dos projetos de implantação e instalação, atendemos clientes que ficaram sem assistência. Isso fez com que a procura pelo nosso serviço expandisse. Hoje, estamos atuando em todo o país, trazendo iniciativas criativas para problemas complexos”, aponta Wender.
GRANDES INDÚSTRIAS
Instalada há quatro anos em Sinop, a BRUKY atende os mais variados setores, sendo responsável por grandes projetos. Um dos destaques é o da Frigoweber, cuja planta gera 130 mil kW, propiciando uma economia superior a R$ 100 mil por mês.
GRANDES INDÚSTRIAS
Instalada há quatro anos em Sinop, a BRUKY atende os mais variados setores, sendo responsável por grandes projetos. Um dos destaques é o da Frigoweber, cuja planta gera 130 mil kW,do pós-chuvas.
Clínicas médicas, odontológicas e supermercados também fazem parte do leque de clientes da BRUKY. “Nós oferecemos todo o conjunto gerador de energia, e após a instalação fazemos o acompanhamento de monitoramento e manutenção preventiva e corretiva do sistema”, completa.
MELHOR INVESTIMENTO
Com os constantes aumentos no custo de produção de energia elétrica por parte das concessionárias, repassados ao consumidor e que oneram cada vez mais o orçamento do brasileiro, investir em energia solar se tornou vantajoso para o meio ambiente e para o bolso.
Segundo Wender Severino, são aproximadamente 3 anos para o payback. “O retorno do investimento é muito rápido, e a procura tem aumentado. Todas as empresas novas incluem no projeto a instalação de painéis solares”.
E esse tipo de energia renovável deve crescer ainda mais. Segundo o Ministério de Minas e Energia, atualmente as fontes fotovoltaicas correspondem a 7,7% da eletricidade gerada no país, com propensão de chegar a 17% da matriz brasileira até 2031.
Diante desta intensa procura, hoje a BRUKY, além de atender todo o Brasil, através da unidade de Sinop, atende um raio de dois mil km, com clientes de Cuiabá a Santarém, sendo que a grande maioria vem por indicações, comprovando a credibilidade que a marca alcançou.
FRANQUIAS
O rápido crescimento da BRUKY está possibilitando a criação das franquias. As unidades de Jataí (matriz) e Sinop (filial) permanecerão, enquanto outras unidades serão instaladas em todas as regiões do Brasil. “Nossos colaboradores estão estabelecendo franquias no Paraná, Pará, Rio Grande do Norte, Ceará e São Paulo”, indica.
Em constante crescimento, a BRUKY tem acumulado experiências para fornecer e integrar uma solução completa aos parceiros, facilitando a gestão do gerenciamento de obras, proporcionando agilidade, confiabilidade e ótimos resultados.
MARCO LEGAL
Em janeiro deste ano, o presidente Jair Bolsonaro sancionou a Lei nº 14.300/22, que ficou conhecida como a Lei da Taxação do Sol. Não é bem assim.
“No Marco Legal da geração própria de energia, microgeração e minigeração distribuída, os consumidores passarão por uma transição que permitirá a eles pagar a tarifa sobre a distribuição dessa energia”, explica Wender. O nome técnico da tarifa é TUSD Fio B ou Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição.
Também está assegurado que os sistemas em funcionamento e as novas solicitações, de até 500 kW, realizadas após 12 meses da publicação da lei — até janeiro/23 — ainda serão beneficiadas pelas regras atuais por pelo menos até 2045.
Quem pedir o acesso ao sistema entre o 13º e o 18º mês, após a publicação da lei, terá oito anos para passar a pagar a TUSD Fio B. Após o 18º mês, o período cai para seis anos. Descontos também serão concedidos, conforme fixado na legislação. Para cada unidade de energia inserida na rede elétrica, será descontado cerca de 4,1% da tarifa de baixa tensão, a partir de 2023.
Nos anos subsequentes, os descontos aumentarão até atingir um teto de 24,3%, em 2028. Para os consumidores com sistemas acima de 500 kW, o pagamento sobre a energia levada à rede será equivalente a 29,3% da tarifa de baixa tensão, que será praticada entre 2023 e 2028.
“É importante frisar que essa Lei não inviabiliza a instalação, não a deixa menos rentável”, esclareceu.
Master Grãos da lavoura pra o mundo
Especializados em Agronegócio
A referência de preços das commodities agrícolas são estabelecidos pela Bolsa de Chicago, os grãos são produzidos no Mato Grosso e Pará e o consumidor final está em sua grande parte localizado principalmente na Ásia. É o papel da Master Grãos atender todos os envolvidos neste processo.
O agronegócio no Mato Grosso é gigante, as tradings multinacionais são importantes para mercantilizar o volume produzido e fazer este sistema se movimentar de forma eficiente. No entanto, quanto mais commodities, mais comum é o atendimento.
Nos últimos anos os produtores do Norte de Mato Grosso e Pará vem descobrindo as vantagens de um atendimento personalizado na hora de negociar, armazenar e transportar sua safra. Um das referencias neste segmento em Sinop e região é a Master Grãos.
Fundada em 2011, se especializou na comercialização de grãos, logística e exportação, assim como a produção cresce a cada ano, a Master Grãos também vem se expandindo em suas atividades. Em 2021, as operações da Master Grãos englobaram cerca de 2 milhões de sacas de grãos, a projeção para 2023 é chegar às 5 milhões de sacas. “A cada ano aumentamos nossa estrutura, nossos fundos de aquisições e a carteira de clientes e fornecedores, que buscam pelo nosso atendimento”, revela o sócio fundador e diretor da empresa, Mario Menezes.
A Master Grãos oferece o mesmo que uma trading multinacional, porém de forma personalizada, atendendo as demandas específicas do setor onde atua.
Para realizar um atendimento de qualidade, a empresa vem se estruturando continuamente, um pilar importante neste sentido foi a aquisição de 40 caminhões que fazem o transporte dos grãos intermediados pela empresa. A Master Log fundada em 2017, além de sua frota também mantém um cadastro de terceirizados, com mais de mil caminhões prontos para serem recrutados. “Com a nossa frota própria oferecemos atendimento direto na lavoura, quando por alguma razão o produtor precisa com urgência de caminhões na hora da colheita. Esse é um exemplo do nosso atendimento exclusivo”, pontua o diretor.
Ainda dentro do setor logístico, o grupo Master Grãos conta com uma estrutura de armazenagem, a empresa conta com 3 unidades de recebimento, beneficiamento e armazenagem de grãos, em Sinop (MT), Castelo dos Sonhos e Dom Eliseu (PA), somadas possuem capacidade estática total de 750 mil sacas.
Uma das vantagens é que o produtor não precisa comprar um “pacote”, o grupo Master Grãos coloca sua estrutura a disposição de seus clientes, de acordo com a necessidade do momento seja, transporte ou armazenagem.
O diferencial do Grupo Master Grãos para se posicionar de forma competitiva em um mercado dominado pelas multinacionais é o atendimento personalizado. Seu time de operadores é formado e treinado para oferecer as melhores opções disponíveis no mercado. “Nossa equipe foi montada para atender com agilidade e manter uma proximidade com o produtor rural. Sabemos dos preços, das cotações e variações do mercado internacional, mas também das peculiaridades da nossa região”, ressalta Menezes, que junto com Renan de Paula fundou a Master Grãos.
Menezes, tem mais de 20 anos de experiência no agronegócio, atuou diretamente na logística, comercialização de grãos e fertilizantes e gestão de processos industriais nas maiores empresas do segmento no Brasil.
Já Renan de Paula iniciou no agronegócio em 2007, trabalhando na originação e logística de grãos, na maior empresa do complexo de soja mundial, atendendo uma carteira de produtores com mais de 180 mil hectares na região.
BALANÇAS NORTE
Assistência multimarcas para balanças rodoviárias
Há 6 anos no mercado, empresa se consolida no comércio e manutenção de balanças rodoviárias e industriais
A Balanças Norte é uma assistência técnica multimarcas, especializada na venda e prestação de serviços para atender dispositivos de pesagem de médio e grande porte, tendo como clientes produtores rurais, armazéns e indústrias.
Após atuar por vários anos no mercado de venda e assistência técnica em balanças rodoviárias e industriais, o empresário Everton Roque Zulli decidiu abranger seu campo de atuação a diversos municípios do Norte do Mato Grosso e Pará, margeados pela BR 163. Hoje, atende as principais cidades da região – entre elas, Sorriso, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Colíder, Alta Floresta, Matupá e Guarantã do Norte.
“Trabalhamos com vendas e assistência técnica, atendendo desde o produtor rural ao grande armazém. Nosso diferencial é o pronto atendimento e a qualidade de nosso serviço. Somos credenciados pelo Inmetro/Ipem-MT e dispomos de vários tipos de serviços em nosso escopo, tais como: reformas, ampliações de capacidade, desmontagens, montagens e calibrações com pesos padrão” explica Everton.
Essa assistência técnica multimarcas atende 24 horas por dia, sete dias da semana, entregando bons serviços e sempre prezando pela qualificação de seus funcionários.
“Equipamentos de primeira linha e peças originais, frota de veículos sempre renovada, investimento constante em qualidade e eficiência”, aponta.
Everton conta que a Balanças Norte, foi criada com o intuito de fornecer aos seus clientes, produtos e serviços de qualidade que os auxiliem na gestão de soluções para o controle de suas pesagens.
TECNOLOGIA
E esse otimismo vem do bom momento vivido especialmente pelo agronegócio e pela expansão das fronteiras agrícolas.
O crescimento beira entre 15% e 20% ao ano. Everton também aponta que, com a evolução dos equipamentos, que saíram do sistema completamente mecânicos para o eletrônico, ter uma balança na propriedade garante, além de ganho de tempo, mais confiabilidade e segurança aos produtores e empresários.
“Vale destacar a evolução dos sistemas de pesagem, com equipamentos dotados de tecnologia que, por meio de aplicativos, enviam dados de maneira online via telefones celulares, tablets ou outros dispositivos para o empresário ou para o produtor rural”, afirma o empresário, que destaca a maior precisão e eficiências nas pesagens.
Forte presença na região Norte do Mato Grosso, com clientes em mais de 30 municípios, uma equipe de colaboradores focada na qualidade dos serviços prestados, frota fortalecida com caminhões munck e veículos utilitários.
Estes são alguns dos indícios que apontam um futuro crescente para uma empresa em franco desenvolvimento.
Cresol
Conheça a Cresol: Uma Cooperativa de Crédito e Investimento.
Consolidada como uma das maiores instituições financeiras cooperativas do Brasil, com 27 anos de trajetória, a Cresol se destaca com as suas linhas de crédito para pessoa física, pequenos e médios empreendedores, inclusive com uma forte presença no setor do agronegócio. Mas além das linhas de crédito, a cooperativa também pode ser uma opção rentável para investidores.
A Cresol possui diferentes produtos para atender variados perfis. Um dos grandes diferenciais da cooperativa de crédito é o suporte ao cooperado na identificação do perfil de investidor e quais são seus objetivos, para a partir daí sugerir as soluções mais indicadas para atender suas expectativas.
Hoje, o sistema conta com 720 mil cooperadas e conta com aproximadamente 700 agências de relacionamento distribuídas em 17 estados brasileiros. Em um trabalho com foco no atendimento personalizado, a cooperativa fornece soluções financeiras para gerar desenvolvimento dos cooperados, de seus empreendimentos e de toda comunidade.
Em crescente expansão para novos municípios, a Cresol chega em mais uma cidade do estado do Mato Grosso. Agora, além de Sinop e Sorriso, a cooperativa inaugura uma agência de relacionamento no município de Lucas do Rio Verde e projeta abertura de novas unidades no estado em breve.
O gerente da Cresol em Sinop, Juliardi Bertol, lembra que a Cresol é uma cooperativa que nasceu do agro, mas que hoje atua fortemente com todos os públicos. “A Cresol é feita de pessoas para pessoas, onde nossos cooperados fazem realmente parte da instituição. O fato de sermos um sistema cooperativo, soma forças para melhor atender nosso cooperado por meio do relacionamento, agregando a ele as melhores soluções financeiras, sempre com um olhar no social, de inclusão, sustentabilidade, e levando desenvolvimento para às comunidades”, destaca.
Sobre a Cresol
Com 26 anos de história, mais de 720 mil cooperados e 699 agências de relacionamento em 17 estados, a Cresol é uma instituição financeira que está se consolidando entre as principais cooperativas financeiras do País. Com foco no atendimento personalizado, a Cresol fornece soluções financeiras para pessoas físicas, empresas e empreendimentos rurais. Em 2021, a cooperativa encerrou o ano com R$ 16,8 bilhões em ativos e destacou sua solidez entre as instituições financeiras cooperativas.
LEOBET & CÉSA
Talhado para a função
Ele cresceu vendo árvores da Amazônia serem transformadas em emprego e renda na madeireira de sua família. Deixou sua cidade para estudar e quando voltou para exercer a profissão de advogado, o primeiro trabalho foi provar a inocência do seu pai. Essa é a trajetória de um dos maiores nomes do Direito Ambiental de Mato Grosso na atualidade
Como dizia o sociólogo francês, Émile Durkheim, “o meio molda o homem”. Antes dele, na Grécia Antiga, Aristóteles afirmou que o ser humano nasce como uma “tábua raspada”, uma folha em branco, e que as experiências de vida escrevem as linhas que nos definirão. O que esses sábios do passado descreveram há séculos, ainda faz sentido quando observamos algumas trajetórias de vida.
O advogado Jiancarlo Leobet é, nesse momento, um dos nomes mais expressivos do Direito Ambiental e Fundiário do Mato Grosso – talvez o Estado com maior demanda nesse tipo de processos no país. Se houvesse um ranking, Leobet certamente estaria no Top 3. Em seu escritório, Leobet & Césa Advogados, na cidade de Sinop, já foram produzidas defesas para mais de 600 ações, representando clientes em várias cidades de Mato Grosso. Esse “topo” foi alcançado por Leobet com menos de 15 anos de carreira. Como explicar essa ascensão apoteótica? O meio!
A família de Leobet veio para o Mato Grosso no ano de 1986, se estabelecendo na cidade de Sinop. Em 1993, mudaram-se para Vera, uma pequena cidade vizinha, que vivia economicamente da atividade madeireira. Esse era o intuito da família, que montou uma serraria para beneficiar a abundância das essências produzidas pela Floresta Amazônica. Lá, com os pés no pó de serra, estava o pequeno Jiancarlo, vendo seu pai tocar a “firma”, comprando toras, vendendo tábuas e vigas, pagando as contas no comércio e os funcionários. O “nada” era transformado em riqueza – e essa concepção do setor produtivo é uma linha escrita com profundidade na tábula rasa do advogado.
O sucesso empresarial alçou Dari Leobet, pai de Jiancarlo, à política. Ele se tornou vereador e presidente da Câmara municipal. Outra influência que não passaria em branco. Entre a fita da madeireira e o sulfite do Legislativo o jovem encontrou seu caminho. Ainda que tenha tentado um desvio.
Quando decidiu deixar o lar para estudar, a primeira investida de Leobet foi a Medicina Veterinária. Ingressou no curso em uma faculdade na capital do Estado, onde estudou por 10 meses. “Eu percebi que não era o que eu queria fazer”, comenta.
Ele trancou o curso e se mudou para Ponta Grossa, no Paraná, onde ingressou na faculdade de Direito. Se formou no ano de 2006. A carteirinha da OAB tinha acabado de ficar pronta quando a verdadeira prova de fogo chegou. O primeiro caso do recém formado advogado seria provar a inocência do seu pai.
Parece roteiro de série da Netflix, mas foi exatamente assim que a história aconteceu. Em 2007, no auge das operações ambientais e da repressão do setor produtivo que prosperava na Amazônia Legal, uma tropa de Policiais Federais e agentes do Ibama tomou no Norte de Mato Grosso. Era a Operação Mapinguari, que tinha como alvo o combate a extração ilegal de madeiras. No final do dia, 46 pessoas, a maioria empresários do setor de base florestal, haviam sido presas. Nessa lista estava o pai de Jiancarlo.
Além do patriarca preso, a madeireira foi embargada e os bens foram bloqueados. Todo patrimônio construído pela família estava a mercê da ruína e as incertezas tomavam conta dos pensamentos. E não era apenas na casa dos Leobet. O setor produtivo de toda região sentiu o impacto da ação. Funcionários se apresentavam nas serrarias para trabalhar, mas as empresas estavam impedidas de operar. As pessoas que de alguma forma estavam ligadas as madeireiras alvo da operação se perguntavam se o salário daquele mês seria pago, se os cheques seriam honrados ou se de alguma forma eles também poderiam acabar presos. Esse era o clima.
Coube ao jovem advogado defender o pai e tentar, pelo menos, reverter a situação da família e da empresa. Começando pelo bem maior: a liberdade. De pronto Leobet ingressa com um pedido Habeas Corpus, tentando reverter a prisão do pai. Para vai até Brasília, despachar no TRF1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região). “Eu conversei com o meu pai e disse para ele que deveríamos contratar outro advogado, alguém mais experiente. Meu pai respondeu que quem iria fazer a defesa dele era eu”, lembra Leobet.
Nos corredores do TRF1 o jovem advogado conseguiu ter uma ligeira conversa com o juiz designado para o caso. Horas depois o pedido de liminar foi julgado e concedido pelo juiz. Foi o primeiro Habeas Corpus deferido pelo TRF revogando a prisão preventiva.
Jiancarlo havia acabado de conseguir devolver a liberdade para seu pai. Ao longo do processo reverteu a indisponibilidade de bens, provou a inocência do seu cliente e apontou os excessos cometidos pela operação, denunciando atos ilegais e infrações cometidas ao longo da ação. Dari foi completamente absolvido, de forma tão clara, que nem o Ministério Público Federal recorreu da decisão. Por fim, Jiancarlo ainda ajuizou uma ação pedindo indenização à União pelos danos sofridos por seu cliente – no caso, seu pai.
O desempenho no caso – em que pese o vínculo emocional com o cliente – colocou o advogado em evidência. Em pouco tempo ele passou a ser procurado por outros empresários e produtores alvos de operações ambientais. E não faltaram operações. Na época, estava investido na 1ª Vara da Justiça Federal de Mato Grosso, Julier Sebastião da Silva. Entre 2005 e 2010, Julier foi o juiz que mais emitiu decretos de prisão no país. Um recorde de motivações questionáveis, já que Julier abandona a magistratura em 2014 para se lançar na política. Seja qual fosse a intenção do juiz, ele estava produzindo em pencas “clientes” para Leobet.
Muitos dos produtores e empresários defendidos por Leobet foram alvos dos decretos de Julier. Em dado momento, o advogado sentiu a necessidade de apresentar uma Notícia Crime contra o juiz, denunciando abuso de autoridade e supressão de documento público. Em 2013 o Ministério Público pede o afastamento preventivo de Julier da jurisdição criminal, pondo fim ao seu “recorde” de prisões decretadas.
Já a ascensão profissional de Jiancarlo não estagnou. Quando empresários do setor de base florestal começaram uma transição para agricultura, o advogado também precisou se ajustar, não para abocanhar uma fatia de mercado, mas para conseguir dar suporte às pessoas que já representava. O escritório foi transferido para Sinop, onde recebeu um incremento em equipe para dar vazão a demanda de processos. Questões agrárias e fundiárias cresceram em volume e importância. De repente, a luta do menino de madeireira que se tornou operador do Direito não era mais contra as investidas da Polícia Federal. Não apenas. A batalha diária passou a ser ajudar a conferir segurança jurídica para as pessoas que movimentam o agronegócio, na região mais produtiva do Brasil.
E, conforme foi escrito naquela tábua raspada, cortada e plainada na serraria de Vera, o homem encontrou o seu lugar. “Não me vejo fazendo outra coisa a não ser advogar”, reconhece Leobet.
Dados do Município
Sinop é um município brasileiro distante 479 km da capital Cuiabá, localizado no interior do estado de Mato Grosso, região Centro-Oeste. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), sua população foi estimada em 146.005, em 2020, porém, dados municipais apontam para mais de 195 mil habitantes.
O município possui a 5ª maior economia com PIB de R$ 5.626.287.120 (aproximadamente R$ 5,62 bilhões).
Localizada no eixo da BR-163, a Capital do Nortão é polo em educação (17 mil estudantes) e em saúde (possui inúmeras especialidades médicas). O estudo “Melhores Cidades para Fazer Negócios”, da revista Exame, aponta o município na 33ª posição em todo o país (2019). Sua força econômica está baseada nos setores de serviço (que movimenta R$ 3,3 bilhões), industrial (R$ 496,2 milhões) e agropecuário (R$ 265,9 milhões). A abertura de novas empresas mais que dobrou nos últimos 10 anos, sendo que de janeiro a junho (2020), 1.233 empresas registraram seu CNPJ.