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2003
Sidiney Gonçalves Neto

NÃO TINHA NEM DOCUMENTO E HOJE DOMINA A INTERNET EM SINOP
Mais de 50% dos sinopenses se conectam à internet fixa com a GB Online. A empresa que se tornou referência no mercado foi fundada por um empreendedor que na infância se emancipou aos 13 anos de idade para poder trabalhar, e encontrou em um curso de informática o gatilho que mataria sua fome e o uparia para o meio da tecnologia
Uma rede de filamentos de vidro e plástico conecta 44 mil endereços em Sinop ao restante do mundo, com um cabo que vai de Cuiabá até Guarantã do Norte. Esse é o tamanho da teia da GB Online, o mais relevante provedor de internet da cidade de Sinop. Longe de ser o provedor pioneiro, a GB surge em 1998, na cidade de Colíder como uma loja de informática, mas se reinventa a partir de 2017, multiplicando 14 vezes o seu alcance em 7 anos e abocanhando mais de 50% do mercado de internet fixa da 4ª maior cidade do estado. E tudo isso foi feito por um homem que no começo não tinha nem documento para trabalhar: o fundador e proprietário da GB Online, Sidiney Gonçalves Neto.
Sidiney nasceu em 17 de setembro de 1976, em Aragarças (GO). Ele é o mais velho dos 4 filhos de Eraldo Monteiro Neto e Belarmina Gonçalves. A família vivia em um pequeno vilarejo na divisa com Mato Grosso, entre os rios Araguaia e Garças. A casa simples do sítio, feita de madeira, não tinha energia elétrica, e a luz noturna vinha de um lampião. Era uma família pobre, desassistida, que morava de favor. “Eu dormia em um colchão de palha”.
Por volta dos seus 10 ou 11 anos de idade, a família atravessou o rio para tentar a sorte em Mato Grosso. A falta de comida, uma constante desde o seu nascimento, revoltava Sidiney. A resposta para acabar com aquela condição era conseguir um trabalho. Com 13 anos, não tinha formação ou qualquer experiência. Nem os documentos pessoais ele tinha. Era literalmente um ninguém. Mesmo assim, tentou por três vezes pedir por um trabalho no mercado, um estabelecimento do bairro onde morava. A resposta era a mesma: “traga a Carteira de Trabalho”. Sidiney sequer sabia onde estava sua Certidão de Nascimento.
Então, o moleque começa uma jornada para se documentar, e vai atrás da carteira de trabalho. Exigiram dele o CPF. Depois de percorrer diferentes órgãos, seu CPF foi feito dentro de um banco, no BEMAT (Banco do Estado de Mato Grosso), datilografado em uma máquina de escrever em um papel pré-timbrado.
Com o CPF inusitado, que saiu de um banco, Sidiney tenta enfim fazer a carteira de trabalho, mas outra vez é barrado. Com 13 anos, a única forma de ter o documento que o autorizava a ter um emprego era sendo emancipado. Ocorre que, nesse meio tempo, seu pai tinha se separado de sua mãe. A mãe, que trabalhava como enfermeira no Hospital, não tinha nenhum tempo livre, e em suas folgas sofria lancinantes dores de cabeça, fruto de uma enxaqueca crônica.
Buscando informações pela cidade, tentando mudar sua sorte, Sidiney aborda um policial na rua e pergunta como fazia para se emancipar. “Tem que ir na delegacia, com um responsável”, disse a autoridade. Como a mãe não podia, ele pediu a um tio que o ajudasse. “Me falaram dos riscos de me emancipar, que meus pais não teriam mais nenhuma obrigação comigo e que para lei era como se fosse adulto. Eu nem pensei duas vezes. Eu queria trabalhar. Quando o delegado me entregou o documento de emancipação ele disse: ‘parabéns! A partir de agora você é maior de idade, e se eu te pegar, vai para a jaula’”, lembra Sidiney.
Com o mais novo papel, ele vai até o SESI para, enfim, fazer a tal carteira de trabalho. Então, informam o jovem que precisava de uma foto 3x4. Consegue um dinheiro para pagar a chapa e, enfim, entrar com o pedido para fazer sua CTPS. Quando o documento chegou, tinha sabor de vitória. Ele preserva a carteira em um saco plástico de arroz e vai direto ao mercado. “Eu cheguei, coloquei a carteira no balcão, como se fosse um troféu, e perguntei se agora ele ia me contratar. Me deixou esperando um bom tempo, até que mandou eu levar o documento para o escritório no piso superior, porque iria me contratar”, conta.
No dia seguinte, Sidiney foi o primeiro funcionário a chegar no mercado. Estava ansioso. Ele foi colocado para fazer entregas das compras. Com uma bicicleta cargueira, ele transportava as compras dos clientes do mercado até suas casas. Na primeira entrega do dia, em um local que normalmente os entregadores demoravam duas horas para concluir o serviço, Sidiney voltou 20 minutos depois com a tarefa feita. A eficiência desencadeou um bate-boca entre seus colegas e a gerência. Ao fazer em 20 minutos o que os demais faziam em 2 horas, Sidiney expôs os outros entregadores. “Um mês depois, ele me tirou da entrega e me colocou para trabalhar dentro do mercado”, lembra Sidiney.
No final do primeiro mês, ele também recebeu seu primeiro salário. Além disso, podia pegar vale no mercado, comprando coisas para abater no seu pagamento. A remuneração era pouca, mas a fome foi embora.
Nos meses seguintes, Sidiney foi evoluindo dentro do mercado. Passou a fazer as seções, depois repositor, então compras, fiscal de caixa, até chegar a subgerente.
Um dia, quando estava com seus 14 anos de idade, Sidiney viu uma propaganda de um curso de informática, na “Nave Informática”. Despertou uma curiosidade. O problema é que o curso custava o equivalente a 2 salários e não daria tempo de juntar antes das inscrições encerrarem. Sidiney então decide pedir um adiantamento para seu gerente, que nega sumariamente. Não aceitando o “não”, ele tenta com seu patrão, o filho do dono do mercado, que decide antecipar o dinheiro. O gerente não gostou da atitude de Sidiney, que passou por cima da sua “autoridade” e tratou de perseguir o funcionário que julgava ser insubordinado.
“Minha falta de conhecimento e de cultura era visível para o professor e para meus colegas. Logo fui sendo deixado de lado, sendo discriminado pela minha condição. Mas eu não desisti”, revela Sidiney.
O curso era bem básico, quase uma introdução. Além disso, a estrutura era restrita: um computador era dividido para 3 alunos. Mas a “Nave” cumpriu seu propósito. Depois de 2 anos trabalhando no Mercado, Sidiney sai da Barra do Garças e embarca para o Norte de Mato Grosso.
Em setembro de 1994, quando havia acabado de completar 16 anos de idade, ele pega um ônibus com destino a Colíder, onde foi convidado a trabalhar para dar treinamento em uma escola de informática e seria o professor. Apenas com a experiência do precário curso, ele mergulha no material didático e começa a estudar por conta, planejando como seriam suas aulas e quais conteúdos transmitiria. Por dois anos, Sidiney foi professor de informática na escola. Mas a escola veio encerrar suas atividades no ano de 1997. Nesse meio tempo, aprendeu a fazer manutenção em computadores e programas. Deu capacitações na cidade de Terra Nova do Norte e prestou serviço para empresas locais até ser contratado por uma distribuidora de bebidas em Colíder.
Nesse momento, a fome era uma lembrança distante. Ele tinha um bom salário e uma jornada de trabalho tranquila. Quando estava perto de completar um ano na empresa, um conhecido o chamou para montar uma sociedade e abrir uma empresa de informática. E ele topa. Larga o emprego fixo para mudar o lado do balcão. Ao invés de funcionário, Sidiney agora seria dono.
Em dezembro de 1998, entra em atividade a GB Informática. O nome tinha um sentido duplo. Poderia ser entendido como sigla para “Giga byte”, unidade de medida, e pelos sobrenomes dos sócios.
Eles alugaram uma sala comercial e compraram parte do estoque da loja o qual fechou. Sidiney trouxe seu irmão para Colíder e o empregou na empresa. Era uma forma de ajudar a família. A empresa prestava assistência técnica e vendia produtos de informática. No auge, chegou a ter 8 técnicos. Mas a clientela local foi superestimada, a GB Informática teve dificuldade de fechar as contas no azul e por um bom tempo a empresa só ficou aberta devido aos aportes financeiros do sócio.
No ano 2000, Sidiney foi picado pela Internet. Ele teve o primeiro contato com a rede através da Datalink, um provedor de Sinop que começou a operar com acesso. Era aquela internet discada, lenta e deserta. Só para se ter uma ideia, nem se falava em Google, era o “CADÊ”, e que naquela época não era nada muito além de um catálogo de endereços, quase uma lista telefônica da internet. “Aquele mundo me pegou imediatamente. Eu só conseguia pensar que eu precisava montar um provedor de internet”, revelou Sidiney. “Fomos buscar informações com um especialista de como montar um provedor de internet em Colíder. Foi nos passado uma cifra astronômica, o qual nos fez pensar que talvez este desejo não poderia ser alcançado”, emenda.
Sidiney refletiu e decidiu tentar novamente. Foi conversar com os proprietários da VSP, um provedor de internet que havia acabado de iniciar em Várzea Grande. A empresa passou um custo mais viável, mas, ainda assim, caro para aquela época. Em 2000, eles abrem a ColíderNet, o primeiro provedor da cidade. O negócio foi bem, vendendo assinaturas de internet para as empresas locais. Em 2001, a VSP ofereceu sua franquia de provedor em Sinop.
Entre 2003 e 2004, eles montam o provedor da VSP em Sinop. Na época, a empresa atendia 350 clientes, o que era um número alto para a época. Pouco tempo depois veio a mudança de banda, de analógica para digital, o que forçou os sócios a fazerem investimentos pesados. Foram grandes aportes para modernizar os equipamentos do provedor. Com a reestruturação, agora as empresas tinham capacidade para atender 1,5 mil clientes. “Eu trabalhava em Colíder, e alguns dias da semana vinha para Sinop de moto. Trabalhava muito e não via a cor do dinheiro. O provedor não estava dando retorno financeiro. Eu cheguei a desanimar com Sinop e tentei vender o negócio”.
No ano de 2005, Sidiney se casa com Edneia Birtche. Se conheceram e se casaram rápido. Edneia era gerente de uma loja de fotografias e parte do seu trabalho era em eventos, registrando casamentos, formaturas, inaugurações e aniversários. “Eu a ajudava nesses eventos. Eu via as fotos e pensava: ‘esse negócio da minha esposa dá certo junto com o meu’”, conta Sidiney.
E foi assim que o marido convence a esposa a largar o emprego para repaginar e ampliar a empresa, que passou a ser uma produtora de vídeo e estúdio de fotografia. A GB era praticamente um Instagram analógico offline. Deu certo no começo, mas quando deu errado, não foi pouco.
Em fevereiro de 2008, nasce Lucas, o primeiro filho do casal. Esse foi o único ponto feliz desse período. Sidiney passou por um inferno astral, um fundo do poço, com frustrações seguidas de tragédias.
Primeiro, porque as câmeras digitais se popularizaram, reduzindo em muito a demanda do estúdio. A informática também atravessava um período de baixa, com a assistência técnica banalizada e a internet virou um mercado selvagem em Sinop em razão da concorrência. Dos 3 negócios que o casal operava, nenhum estava bem. E ainda tinha um filho pequeno para cuidar.
Para somar, uma série de eventos potencializou o caos, testando a fibra do casal. O motor do carro fundiu. O eletricista e seu filho, que trabalhava na empresa há mais de 5 anos e que era um amigo, capotou a caminhonete e morreu. Quinze dias depois seu cunhado faleceu, e em alguns dias Fernando, irmão de Sidiney, faleceu. Lucas, o filho do casal, foi diagnosticado com glaucoma e precisava ser operado fora do estado. Tudo em um curtíssimo intervalo de tempo.
O casal não tinha dinheiro para fazer a cirurgia no olho do filho A cirurgia foi feita, mas não foi possível reverter o quadro.
“Desliga e liga de novo”
Sidiney estava quebrado, financeira e emocionalmente. Em meio ao caos que sua vida tinha se tornado, decidiu aplicar a primeira medida que todo técnico de informática ou de internet recomenda: reiniciar o sistema! Tomou um banho gelado de duas horas e foi trabalhar. Ele começaria tudo de novo, da mesma forma que fez no passado trabalhando com afinco.
Mas como um software atualizado, imprimiria correções. Agora, o trabalho precisaria gerar, obrigatoriamente, retorno. A assistência técnica, que gastava mais do que ganhava, foi encerrada. Apesar da relutância da esposa, se desfizeram da loja de foto e vídeo, vendendo o negócio para dois funcionários da empresa.
Sidiney e seu sócio ficaram apenas com os dois provedores, de Colíder e de Sinop. No começo, Sidiney passava de segunda a quarta-feira em Colíder e trabalhava quinta e sexta-feira em Sinop. O tempo foi passando e ele precisava cada vez mais se dedicar a Sinop, o que foi roubando os dias da semana de Colíder. O negócio se reergueu, o empresário quitou suas dívidas, saiu do fundo do poço e fez mais três cirurgias no olho do filho – que infelizmente não surtiram o efeito desejado, deixando Lucas cego do olho esquerdo. Restava apenas uma brasa do desejo incendiário, esperando para ser soprada.
Mas, em 2014, Sidiney percebe que já não faz sentido trocar Sinop por Colíder. A maior cidade do Norte do estado precisava de sua atenção total. No mesmo ano, ele se muda com a família para Sinop, passando a visitar a matriz apenas nas sextas-feiras. Nessa época, a GB em Sinop tinha cerca de 2 mil clientes.
Sem atividade, já que seu negócio em Colíder foi vendido, Edneia começou a se sentir deprimida. Aplicou o mesmo protocolo que Sidiney – de focar no trabalho. Começou a vender internet de porta em porta, aumentando de forma considerável o número de clientes conectados pela GB. O negócio foi crescendo rápido e pagando as contas.
Em dado momento, Sidiney sentiu que precisa de melhorais sobre a administração da sua empresa. Tudo era centralizado em Colíder, e Sidiney acreditava que isso estava emperrando o crescimento da unidade de Sinop. O empresário queria que cada unidade tivesse sua própria administração, e isso gerou um atrito entre os sócios. Uma auditoria foi contratada para avaliar a situação. “Em 2015, eu havia feito negócios gigantescos e tinha dinheiro em caixa. A GB tinha acabado de levar a fibra óptica para um ponto da cidade de Sinop, e eu pretendia fazer um investimento grande em fibra na cidade. Mas o sócio foi contra. Segurou o investimento. Aí veio a empresa 1, um provedor de Cuiabá, e implantou. Depois, empresa 2 fez o mesmo. Só então o sócio veio querendo fazer a implantação da fibra. Eu fiquei possesso, expliquei que havíamos perdido o grande momento. A GB foi a última a pôr fibra em Sinop”, explica o empresário.
Os atritos foram se tornando periódicos, e o que deveria ser uma sociedade parecia um cabo de guerra. Em 2017, as duas partes entenderam que era insustentável manter a parceria e concordaram com uma cisão. Sidiney contratou uma consultoria especializada para o assessorar no processo. No fim, o sócio ficou com a unidade de Colíder montada, com a estrutura completa e operando com fibra, e Sidiney se tornou único dono da GB em Sinop. A unidade de Sinop era três vezes maior que a de Colíder, em termos de valor. “Discutimos muito até chegar a um acordo”.
Quando Sidiney passou a ter gestão plena, a GB Online de Sinop tinha 17 funcionários e 3 mil clientes. Ele reuniu os colaboradores para dar a notícia da mudança na administração e pediu 6 meses para reestabelecer a empresa. “Eu fiz muito treinamento, estudando todo dia, me preparando para assumir a GB. Quando aconteceu, foi com potência máxima”, lembra Sidiney.
Já em 2017, a GB Online é reconhecida pela Abrint (Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações) como o provedor de internet que mais cresceu no Brasil. De imediato, em 2018, o empresário foi até o Panamá para fechar uma negociação para um CDN (rede de fornecimento de conteúdo), que reduziu consideravelmente o custo do tráfego de internet para a GB. Desde então, quem acessa da sua casa Netflix, Google e Facebook não precisa se conectar a um servidor em São Paulo ou Brasília. A “base” desses dados está em um servidor da GB instalado no Aquarela das Artes. O ano de 2018 fecha com a empresa recebendo o Troféu Mérito Lojista, o Óscar do Varejo local, entregue pela CDL Sinop – prêmio que a GB recebe todos os anos desde então. E também com um revide.
A GB Online sofreu um ataque hacker naquele ano. A ofensiva saturou a banda da empresa, congestionando o tráfego. Na prática, a internet não chegava para quem tinha pago. A situação foi tão caótica que, se não fosse revertida, a empresa fecharia as portas em 12 dias. Uma força-tarefa foi montada para responder ao ataque. Desde então, a empresa usa o mesmo sistema de segurança que as gigantes do setor.
O prazo de 6 meses que Sidiney pediu acabou sendo longo demais. Após 60 dias da nova gestão, a empresa já tinha dado a volta por cima. Edneia passou a integrar permanentemente na administração da empresa, o que ajudou a coisa a fluir. Em 2019, a GB chegava a marca de 79 colaboradores, atendendo a 12 mil clientes, com a fibra óptica chegando em todos os pontos da cidade e um Centro Tecnológico em plena operação. Ainda em 2019, no mês de setembro, nasceu o segundo filho do casal, Leonardo. “Veio acompanhado de alegria e preocupação. O Leonardo já estava com 2 anos de idade e não falava. Depois de uma maratona médica, ele foi diagnosticado com autismo. Hoje, há uma equipe de pessoas ajudando-o e uma rotina cheia, o que tem auxiliado no seu desenvolvimento”, explica Sidiney.
A meta era iniciar a construção da sede própria, mas aí veio a pandemia. Do dia pra noite, todo mundo ficou dependente de internet. Compras, serviços, trabalho, lazer. A internet foi uma tábua de salvação para o momento que as pessoas precisaram ficar isoladas, mas, ainda assim, ativas e produtivas. Em vez de assentar tijolos, a GB optou por investir em blocos de dados. “Antes, as pessoas usavam a internet em horários diferentes. A forma de usar internet mudou. Na GB, nós registramos um aumento de tráfego de 70% na pandemia”, revela Sidiney.
Em 2021, a empresa iniciou uma expansão regional, abrindo filiais em Vera, Santa Carmem e Feliz Natal. Essas unidades somam 1,5 mil clientes. No ano de 2022, a GB comprou duas empresas de internet e seguiu com a ampliação, cobrindo também Itaúba, Nova Santa Helena, Terra Nova do Norte, União do Norte e Nova Canaã do Norte – além de Colíder, marcando um regresso para cidade de origem e o início de uma concorrência com o antigo sócio. Juntas, essas cidades têm 10 mil clientes da GB Online.
Hoje, a empresa conta com 279 colaboradores, mais 17 equipes terceirizados, atendendo mais de 44 mil clientes. Embora existam 16 provedores de internet na cidade de Sinop, a GB responde por 50% do mercado local. A estrutura da empresa conta com um cabo de fibra óptico próprio que vai do POP (Ponto de Presença), em Cuiabá, até Guarantã o Norte, se ramificando pelas cidades atendidas. Além de internet, a empresa trabalha com telefonia digital, PABX em nuvem, combos de TV, IP e link dedicado.
“A GB é como uma máquina bem ajustada, com cada engrenagem fazendo sua parte. Só na administração, são 22 duas pessoas. O sucesso da empresa está diretamente ligado aos nossos colaboradores. Tem pessoas que trabalham com a gente há mais de 15 anos, funcionários que começaram entregando boleto da fatura de internet, e hoje estão em cargos de gerência. O que eu queria para mim, que era trabalhar e ver o retorno financeiro, também prego para nossa equipe. Todo mundo tem que se sentir bem”, ensina Sidiney.
Em 2023 e 2024, a GB Online recebeu o selo GPT-W (Great Place To Work – ou, em bom português, Ótimo Lugar para Trabalhar). A empresa aportou grandes investimentos em tecnologia, em soluções de processos e pessoas. Antes, em 2022, na pesquisa de satisfação e qualidade, realizada pela Anatel com 88 mil consumidores de todo país, a GB somou 8,25 pontos, a maior nota do Brasil entre as operadoras de banda fixa, ultrapassando as megacorporações desse setor.
Preparando o futuro
Em 2024, a GB retoma os planos de estruturação que deixou em standby em razão da pandemia. A empresa está construindo sua sede própria, no Aquarela das Artes, próximo ao novo fórum da cidade. Em um lote de 6 mil metros quadrados, serão erguidos dois prédios, com 3 e 2 andares, totalizando 3,5 mil metros quadrados de área construída.
Na estrutura, a GB implantará um Data Center norma ANSI/TIA-942 TIER III, com capacidade de 80 racks. Será o primeiro Data Center de Mato Grosso implantado pela iniciativa privada. Sidiney acredita que essa estrutura vai preparar a GB para atender Sinop pelos próximos 20 anos.
Atualmente, a empresa é conectada aos principais PTT (Ponto de Troca de Tráfico): 3 em São Paulo, um em Brasília, um em Cuiabá e dois internacionais: Frankfurt e Nova Iorque, otimizando o tráfego. No campo da TV por assinatura, a empresa adquiriu equipamentos importados dos Estados Unidos para implantar um centro de transmissão de TV.
A estrutura que será operacionalizada no Residencial Vila Toscana vai ampliar o serviço de televisão por assinatura na região com maior adensamento demográfico da cidade. “Quando uma pessoa vai abrir uma empresa ou construir um empreendimento, a primeira coisa que ela olha é se tem energia elétrica, água e internet. A minha parte é levar internet. O que eu quero é acompanhar o crescimento da cidade com minha empresa, sendo o melhor provedor de internet da região. Só assim vou cumprir minha parte no progresso dessa cidade”, refletiu Sidiney.
O empresário costuma dizer que, nos tempos atuais, o mundo de uma pessoa está no celular, na palma da sua mão. Negócios, trabalho, dinheiro, memória, lazer, informação, comunicação. Mas essa caixa mágica se torna um peso de papel se não tiver internet. “Não somos dependentes das coisas, mas do que elas nos proporcionam”, encerra o empresário.
2003
Daniela Melhorança

COM ELA, A VOCAÇÃO ESTÁ EM PAUTA
Ela não faz parte de nenhuma emissora de TV, rádio, site ou jornal de Sinop. Também não está no YouTube nem no Tik Tok. Ainda assim, figura entre os maiores disseminadores de notícias no município. Conheça a história da mais persistente assessora de comunicação de Sinop, a multitarefa Daniela Melhorança
Na maior cidade do Brasil, no dia 4 de outubro de 1973, nascia Daniela Melhorança, a primeira filha de Carlos Eduardo Bicalho e Nívia Melhorança. Seu pai vinha de uma família paulistana tradicional, era um militar formado pela Academia das Agulhas Negras e graduado em engenharia Civil. Já Nívia era uma jovem com magistério, filha de colonizadores que fundaram cidades no Paraná, Mato Grosso e Rondônia – algumas trabalhando com o colonizador Ênio Pipino. Nilo, pai de Nívia, ajudou a desenhar a logomarca da Colonizadora Sinop, usada por anos pela empresa. “O Ênio dizia para meu avô: ‘você tem tantos filhos, Nilo, e eu não tenho nenhum, me dá a Nívia para mim’!”, conta Daniela.
Quando casaram, Carlos tinha 40 anos de idade e Nívia apenas 20. O matrimônio colocou na mesma casa um maduro “aristocrata da capital” descendente de bandeirantes e uma jovem desbravadora do interior paulista. Ambos destemidos e unidos pelo espírito empreendedor. Uma combinação que a natureza parecia não querer aceitar. Embora o casal quisesse, o fruto da junção insistia em não vingar. Por três anos, Nívia fez repetidos tratamentos para engravidar. Quando a misturinha de duas células decidiu se fixar, Nívia passou a gestação inteira deitada, em repouso. Há quem diga que esse foi o único momento em que era possível ver Daniela Melhorança parada.
A concepção passou longe de ser milagrosa. Dois anos depois, o casal teve outra menina, Tatiana e 5 anos depois um menino Carlos Eduardo Filho (Cadu). A primeira infância de Daniela foi confortável e tranquila. Nesses primeiros anos, seu pai atuava na construção de barragens de usinas hidrelétricas, o que o colocava em constante viagem. Durante um tempo, a família alternava a sua moradia entre a capital paulista e Salvador (BA), onde estava o trabalho de Carlos. As memórias de Daniela são de um pai carinhoso e brincalhão, enquanto a mãe estabelecia os limites e coordenava a educação.
A vida era feliz e boa, mas, quis o destino que esta história mudasse de curso, em 1980, o patriarca da família morreu deixando Nívia com a missão de criar os três filhos, Daniela com 7 anos de idade, Tatiana com 5 e Cadu com 2 anos de idade. A partida de Carlos acabou desconectando a família paterna. Sozinha, com 3 filhos, Nívia se muda para Curitiba (PR), onde viviam seus pais Nilo e Jandira. “Quando meu pai morreu, eu fiquei de mal com Deus. Eu falava com Jesus e pedia para trazer meu pai de volta”, lembra Daniela.
Em Curitiba Nívia pega as reservas financeiras deixadas pelo marido e abre uma escola infantil, chamada O Mágico de Oz. Com 12 anos de idade, Daniela começa a trabalhar na escola da mãe como auxiliar do maternal. Até que uma professora saiu antes do final do ano e os pais das crianças pediram para que Daniela assumisse a sala de aula. “O Mágico de Oz era o meu lugar, meu porto seguro. Eu gostava demais de cada pedacinho da escola e de cada momento que eu passava lá”, conta Daniela.
Se os momentos no trabalho eram bons, na escola era o justo oposto. Assim que a inocência da infância deu adeus, começou o bullying. Os colegas de escola zombavam do fato dela ser órfã. A importunação fazia com que Daniela se isolasse. As memórias desse período foram estendidas para toda a capital paranaense. Daniela guarda poucos amores por Curitiba. Em compensação não poupa elogios ao interior do estado, onde estava o sitio dos avós e tios e para onde a família ia nas férias. “Minha melhor memória desta época é das brincadeiras com meus irmãos e primos”.
Embora alguns contestem, Curitiba não é uma república independente, e como tal foi submetida, assim como o resto do Brasil, ao famigerado Plano Sarney, que congelou os preços em uma tentativa falha de frear a galopante inflação. Apesar do nome, a escolinha infantil não conseguiu fazer mágica e em junho de 1987, a estrada de tijolos amarelos chega ao fim para o empreendimento. Nívia fecha a escola e vai sozinha para Cuiabá, provocada por 3 irmãos (Nivio, Norma e Nilvania) que viviam na capital de Mato Grosso.
Os dois irmãos mais novos de Daniela foram morar com os avós, no sítio. Daniela insistiu em ficar por Curitiba até concluir a 8ª série. Nesse período de 6 meses ela morou na casa de Fátima, uma amiga de sua mãe. Ver O Mágico de Oz fechando causou um luto similar à perda do pai. Quando saía da aula, Daniela perambulava pelo bairro onde ficava a escolinha, visitava os comércios vizinhos e, às vezes, trombava com algum pai de seus antigos alunos. Isso fazia ela se sentir em casa até perceber que aquele não era mais o seu lugar.
Em dezembro de 1987, após pegar seu diploma do ginásio, ela embarcou no avião com destino a Cuiabá. Quando a porta da aeronave se abriu, a capital lhe deu as boas-vindas com seu bafo quente. No céu, fumaça, e em volta, nada bonito para se ver. “Naquele momento eu pensei: ‘não fico aqui! Vou terminar o ensino médio e sumir de Cuiabá’”, conta.
No trajeto até o novo pequeno apartamento Daniela viu uma cidade mal cuidada. A situação econômica da família naquela transição também não ajudava. Mas logo de cara ela aprendeu que o calor climático não era o único que a capital tinha para ofertar. “Quando entrei no apartamento, toquei no interruptor e a lâmpada queimou. Minha mãe falou para eu ir no vizinho pedir uma escada emprestada. Eu estava acostumada com Curitiba e com o jeito curitibano em que as pessoas mal se cumprimentam. Tremendo de vergonha toquei a campainha. O vizinho me recebeu com muita simpatia e foi no nosso apartamento trocar a lâmpada. Eu fiquei surpresa e encantada”, revela Daniela.
Conforme os dias foram passando, a jovem descobriu que aquele cuiabano gentil não era uma exceção. Outra coisa que ela descobriu foi que tinha uma família naquele lugar, parentes pelo lado do seu avô Nilo, com quem nunca tinha convivido. Católica crismada, Daniela foi apresentada ao Espiritismo pelas novas tias. “As religiões sempre me despertaram interesse, sempre quis conhecer e aprender”, pontua.
Na escola as coisas também começaram bem. Daniela foi matriculada no Colégio Sagrado Coração de Jesus e no ano seguinte foi para o Anglo, uma escola mais focada no preparo para o vestibular. Lá Daniela entrou no grupo de teatro. Além da vontade de atuar, ela acreditava que a arte cênica ajudaria a aprender a conviver com pessoas da sua idade. O jeito desinibido, de fácil convivência, que são marcas da Daniela adulta, foram características descobertas nos exercícios de palco. Com o Grupo Teatral Cena Onze, Daniela atuou na peça “Hospício Brazil”, dirigida por Flávio Ferreira. Em abril de 1990, o grupo viajou para apresentar a peça e um dos destinos foi a cidade de Sinop, a primeira vez de Daniela na cidade do Nortão. “Tinham faixas nas ruas recebendo a gente. Parecia ser um grande acontecimento. Naquele momento, a gente se sentiu artista mesmo”, lembra Daniela. As apresentações em Sinop foram feitas no extinto Cine Teatro Amazonas.
De repente, os 3 anos do ensino médio haviam passado e a vontade de sair de Cuiabá, desaparecido. Daniela sentia que havia descoberto o seu lugar. Nos últimos dois anos do colegial, ela começava a pensar na carreira que iria seguir. “A minha vida inteira eu quis ser jornalista. Quando criança, eu brincava com a escova de cabelo fazendo de conta que era um microfone. Mas em Cuiabá minha mãe trabalhava com comunicação. Eu falava para ela que queria ser jornalista, e ela dizia que eu não deveria. Em um desses dias, a gente estava conversando sobre isso no carro, no caminho para casa, quando paramos em um cruzamento e veio um grupo de jornalistas, com faixas, em um ato de protesto, pedindo por melhores salários. Foi quando minha mãe falou que eu iria ser ‘foca’ na assessoria de comunicação do Estado. Ela achou que isso me afastaria da profissão, mas na verdade só me atiçou mais”, conta Daniela.
Entre 1989 e 1990, Daniela foi “foca” (aprendiz de jornalista), na Secretaria de Comunicação do Governo do Estado. Nívia era a subsecretária na época e Daniela passou a ser uma auxiliar na Redação, designada para acompanhar e servir Osmar Carvalho, jornalista recém formado da Secom. Em dado dia, Osmar se ausentou, com o titular fora, mandaram a reserva fazer a cobertura. Pela primeira vez, Daniela fez uma matéria jornalística, ainda que fosse de assessoria, sozinha, do começo ao fim. Ela acabava de ser inoculada pelo vírus da redação, tornando seu caso irreversível.
Nívia desistiu de lutar contra o óbvio. Em 1991, quando Daniela terminou o ensino médio, a mãe ligou para uma irmã do seu falecido marido e disse: “Daniela precisa da tia”. A Jovem tinha crescido ouvindo as histórias da mãe na Faculdade Cásper Líbero e era nessa instituição que ela queria cursar. Após a ligação, Daniela vai para São Paulo, de volta à sua terra natal, onde seria abrigada na casa da tia Maria Cecilia.
O primeiro ano da faculdade foi integralmente pago pelo tio materno Nilo João. Nesta mesma época Daniela começa a trabalhar como garçonete no McDonald’s, e com o salário consegue se manter na capital paulista, no ano seguinte consegue bancar as mensalidades da faculdade. Durante 3 anos e meio, ela serviu hambúrgueres, treinou outros funcionários e chegou a gerente da lanchonete, aprendendo mais do que vender lanches, mas principalmente a se relacionar a atender pessoas.
O último ano da faculdade foi mais complicado, ela teve que largar o emprego no McDonald’s para fazer seu estágio que foi na Brasil Press, uma empresa de assessoria de comunicação que tinha clientes importantes como a dupla Sandy & Junior, mas que não era exatamente um bioma promissor para “focas”. Daniela recebia um salário mínimo da agência e mais da metade ia para o aluguel, já que na época dividia apartamento com uma colega. Além disso, o salário raramente era pago em dia.
Na insistência, a estudante concluiu sua graduação. Seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) foi a elaboração de uma revista, monotemática, com 3 edições. Os assuntos abordados foram Alimentação, Vícios e Religião. Nesse último, teve a oportunidade de entrevistar líderes de diferentes religiões na capital mais populosa do país. “Eu queria ser jornalista de revista, fazer aquele jornalismo aprofundado. Até a faculdade, eu era uma crítica da televisão por achar que o jornalismo televisivo era superficial. Toda minha graduação foi pensando em ser uma jornalista de revista”, comenta Daniela.
Assim chega ao fim a jornada de Daniela como Universitária. Com o abrigo fornecido pela tia Maria Cecilia, o convívio restaurado com a família paterna, bons amigos e o salário do fastfood, Daniela conseguiu fazer o curso que queria, na faculdade desejada. Em 1995, ela se forma e regressa para Cuiabá, perto da mãe e dos irmãos, recobrando a força do lar.
Embora na metade da década de 90 o jornalismo de revista tenha atingido o seu ápice no Brasil, em Cuiabá não havia esse tipo de veículo. Não tinha uma Veja, IstoÉ, Época, Galileu, Superinteressante ou mesmo uma Placar mato-grossense. O jeito foi Daniela embarcar em outra tendência comunicacional da década de 90 que chegava no centro oeste: o noticiário de Televisão no estilo Aqui Agora!
Com seu belo currículo e a chancela da tradicional faculdade paulistana, Daniela bateu na porta da TV Cidade Verde, afiliada do SBT. Em 1996, ela foi contratada e com a ajuda da família escolheu seu nome de guerra: Daniela Melhorança. O jornalismo televisivo que se produzia na emissora naquela época consistia em embarcar em um carro com um cinegrafista e correr atrás de uma viatura. Daniela buscava fazer de tudo. A empresa exigia duas matérias por dia, mas a sua meta pessoal era quatro, meta que era batida pelas madrugadas a fora.
A pauta acabou empurrando-a para a cobertura policial e, às vezes, política. Com o tempo acabou fidelizando policiais como suas fontes e também fez novas, fora do eixo da segurança. “Cobri tiroteio em boca de fumo, rebelião em presídio e teve um assalto que cheguei com a equipe antes mesmo da polícia. Mas também fiz matérias de cavalgadas em Chapada, de piracema no Pantanal, de voos de balão e de helicóptero, já fiquei presa em uma aldeia indígena, fiz coberturas de carnaval e de eleições e entrevistei o presidente da república Fernando Henrique Cardoso em 1999 em uma viagem que ele fez para o Mato Grosso. Esses anos que passei na TV foram vividos com muita dedicação. Meu envolvimento e a energia que eu depositava nas coberturas foi percebido pelo público”, conta Daniela.
Em 1999, a dedicação rendeu o troféu “A Crítica”, como melhor repórter feminina de TV além de homenagens da Assembleia Legislativa, da Policia Militar e do Corpo de Bombeiros. Apesar dos louros, a jornalista ficava com um pé em cada canoa – para se manter, a regra de quem trabalha nessa área é ter dois empregos. Durante 5 horas do dia, Daniela era a cara da imparcialidade que aparecia na tela do SBT. No resto do tempo, era assessora de imprensa.
Daniela trabalhou também na CCN Press como assessora de comunicação (1996 a 1998). Quis o destino que um dos clientes da empresa fosse o McDonald’s. A jornalista cuidou da assessoria de imprensa quando a rede abriu sua primeira loja em Cuiabá. Ainda nessa função, Daniela foi a assessora de imprensa da Casa Cor Mato Grosso (de 2000 a 2003) e do diretório estadual do PSDB, assim como de diversos eventos e de políticos. “Luiz Soares era o presidente do partido nessa época. Ele sempre falava da importância do jornalista não ter time, religião ou partido político. O profissional precisa ser neutro na informação que vai transmitir. Essas lições acabaram pavimentando a minha moralidade. Nunca usei da assessoria para manipular os fatos”, comenta Daniela.
Com o gancho da assessoria do PSDB, voltamos ao assunto da cobertura da visita de FHC. O presidente veio para o Mato Grosso inaugurar a linha de trem em Alto Taquari. O SBT escalou outro jornalista para a cobertura. Daniela foi até sua superiora e disse iria no encalço do presidente. “A Ley, que era a editora, disse que não queria que eu fosse. Eu falei que iria de qualquer jeito e que se ela não liberasse, podia anotar a minha falta. Além de participar da cobertura do presidente, eu queria levar para o evento o Correio Tucano, que era um jornal que fazia como assessora do PSDB”, conta Daniela.
Daniela foi para Alto Taquari, entregou o jornalzinho político e fez a entrevista. Quando o ato se encerrou, sua mãe apareceu dizendo que havia sobrado uma vaga no avião. Nívia era presidente do PSDB Mulher nessa época. Querendo voltar antes com o material para a televisão, Daniela aceita a carona aérea. “O piloto era simpático e bonito e fomos conversando até Cuiabá”, conta.
Quando desembarcam, a mãe dá um toque para a filha. “Ele gostou de você. Por acaso você deu seu telefone para ele?”, indagou Nívia. Daniela balançou a cabeça, em sinal de negação. Sua mãe então puxa um papel com o número de telefone do piloto anotado. “Liga para ele. Inventa uma matéria sobre aviação pra falar com ele”, provoca Nívia.
Dias depois, de volta à redação, Daniela discute uma pauta com sua editora: “Ley, o que você acha de fazer uma matéria sobre a fumaça e como ela compromete a aviação?”. A fumaça, que Daniela tanto repudiou quando pisou em Cuiabá pela primeira vez, agora se tornava um pretexto para seu flerte jornalístico. Com o aval da superiora, a jornalista liga para sua oportuna fonte, o Comandante Tomasella. “Eu queria mesmo falar com você. Entrevista eu não dou, mas se você quiser tomar um chopinho, seria uma boa”, disparou o aviador.
E foi assim que Daniela e Valdecir Tomasella começaram a namorar. “Tom” já era piloto há um bom tempo, operando como serviço de táxi aéreo, rodando com seu avião pelo país. Nessa época, Daniela tinha 26 anos de idade, e Tom 29. Eles se gostavam muito, mas ambos viviam a plenitude e fulgor de suas profissões. Não parecia um namoro sério, até o dia que Daniela fecha a pauta e Tom estabelece o plano de voo: “Vamos nos casar”, definem os dois.
Mas não era bem casar. Daniela chegou para sua mãe comunicando que ela e o Tom iriam morar juntos. Nívia era muito para frente em muitos aspectos, menos sobre um casal dividir teto no improviso. Na hora ela não fala nada, mas duas semanas depois diz para o casal que paga os papéis do cartório. Tom então liga para seu pai, que morava em Osvaldo Cruz, no interior de São Paulo, para dar a notícia. O sogro fica feliz quando descobre que a nora era jornalista, mas lamenta que o casamento será apenas no cartório, sem a benção de Deus. Para corrigir o que achava ser um erro, o pai de Tom propõe a cerimônia religiosa em Osvaldo Cruz.
Dito e feito. Daniela e Tom pegaram suas reservas e colocaram para fazer a festa do casamento. No dia 11 de novembro de 2000, entre amigos, parentes e autoridades políticas, Daniela e Tom celebram o seu casamento civil em Cuiabá e no dia 18 de novembro, em Osvaldo Cruz, eles se casam na igreja reunindo também amigos e parentes dos dois lados.
Após casada, Daniela parou de fazer a cobertura da TV no período noturno, a fim de ter mais tempo com o marido. A profissional intensificou seu trabalho como assessora de imprensa para compensar. O casal queria ter filhos, e Daniela achava que o ideal seria que fosse antes dos 30 anos. Como sua mãe teve dificuldades para engravidar Dani parou de tomar a pílula em outubro de 2002, quando estava com 29 anos. No mês seguinte, hospital. “Eu achei que fosse gastrite. Fui fazer uma endoscopia e o médico me alertou que o remédio prescrito era abortivo. Por insistência da minha mãe, fui fazer o exame com um ginecologista e descobri que estava grávida de um mês. Foi bem no nosso aniversário de casamento. Dei para o Tom o exame de presente”, conta Daniela.
Nessa época, a principal renda de Tom vinha dos voos que fazia para o Estado e para o PSDB. Na eleição de 2002, Blairo Maggi foi eleito, pondo fim à era dos tucanos e redirecionando os contratos de tudo, inclusive de táxi aéreo. Há tempos um deputado estadual do PSDB falava para o piloto levar seu serviço para Sinop, que a cidade era promissora. Esse deputado era Nilson Leitão. Quando Dante de Oliveira deixou o governo, Nilson já era prefeito de Sinop e reforçou o convite para Tom.
Em dezembro de 2002, o casal veio visitar Sinop, de carro. O plano era alugar uma casa para Tom e seu sócio morarem, enquanto faziam a transição da empresa para a nova cidade. Daniela não queria sair de Cuiabá antes do parto. Na verdade, não pensava em sair da capital onde havia sido tão feliz.
Mas para Tom era uma questão de sobrevivência profissional. Sinop, de fato, estava melhor para os negócios. O piloto passava um mês no Norte do estado e voltava para a capital ficar uma semana com a esposa. Em junho de 2003, nasceu Fellipe, o primeiro filho do casal, lindo e saudável. Mas mesmo após o nascimento do filho, Tom continuava com um pé em Sinop e outro em Cuiabá.
Depois de 5 meses, Daniela pediu para que o casal tivesse apenas um endereço. Tom disse que precisava ser Sinop. Com a definição, a jornalista foi apresentar sua demissão. No ato do desligamento, o dono do SBT em Cuiabá, Luiz Carlo Beccari, disse que Daniela estava pronta para assumir o jornalismo da TV. A declaração entra como uma agulha quente em seu coração, secando sua garganta e molhando seus olhos. A sensação era de dever cumprido.
Da capa para o caderno regional
Em novembro de 2003, Daniela fecha as malas, embala a mudança, pega o filho e vem para Sinop fixar residência. Ela estava feliz por viver integralmente com o marido, mas sentia-se desamparada pela separação da mãe, dos irmãos e dos amigos. “Minha insegurança não foi maior porque aqui estava a prima da minha mãe, tia Cinira Melhorança casada com tio Sabino Albertão e com as filhas da minha idade as professoras Rejane e Rossana, que nos acolheram, naquele recomeço e durante todo nossa história em Sinop eles se tornaram nosso porto seguro”, lembra Daniela contando que o tio Sabino acabou se tornando o pai e o amigo que eles precisavam.
Sinop fazia jus ao termo interior. Nascida em São Paulo, erradicada em Curitiba e cultivada em Cuiabá, Daniela nunca tinha morado em uma casa. Sempre habitou em apartamentos. Residir na altura do asfalto despertava medo, fundamentado pelos anos de cobertura policial, narrando todo tipo de crime. O casal aluga uma casa no Jardim Botânico, na Avenida das Acácias, e forma seu lar. No final do ano eles viajam de férias e quando voltam em janeiro, Daniela se depara com uma cidade que não tinha nada aberto. É como se Sinop tivesse entrado em uma espécie de recesso.
Foi preciso esperar até o fim do Carnaval para começar a se mexer. Em março de 2004, Daniela procurou o prefeito da cidade, o conhecido Nilson Leitão. A equipe de comunicação do Paço já estava fechada, sem espaço para Daniela. Nas televisões locais, a jornada era de 8 horas diárias pagando menos que o piso salarial da profissão. Bucha!
Estendendo sua asa, Nilson leva Daniela para conhecer Afonso Teschima Junior, presidente da CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas), de Sinop. Eles conversam e a jornalista é contratada para ser assessora de comunicação da entidade. À primeira vista, a contratação pode parecer um daqueles penduricalhos típicos de indicação política, mas a verdade é que tanto Daniela quanto a CDL crescem com essa relação.
O trabalho na entidade começa como trivial. Daniela assume o informativo que a CDL fazia e logo na sequência inaugura o site da entidade. De imediato, a assessora percebe que a Câmara não tinha uma identidade comunicacional, sendo chamada por muitas pessoas de SPC (Serviço de Proteção ao Crédito). Atualmente, a CDL figura como uma das entidades de classe mais importantes de Sinop e parte dessa posição foi construída durante a presidência de Afonso Teschima, que assumiu em 2003. Daniela trabalhou ativamente para moldar essa imagem.
Com seu carisma e persistência, forjou uma relação entre a CDL e a imprensa local, fazendo a entidade ocupar espaços positivos no noticiário não só local, mas também estadual e até nacional. Internamente, montou um departamento de comunicação, com a publicitária Luciana Ribeiro, um designer de arte e diagramador, que além de comunicar para fora, também circulava informação interna. Já no seu primeiro ano, em 2004, Daniela tem papel decisivo na equipe comandada pela gestora Maria Carmentila e que implanta o Troféu Mérito Lojista, que premia os destaques do varejo local. Nessa época, havia um “mercado de prêmios” em Sinop, promovidos por empresas privadas. Com o tempo, essas premiações foram dissolvidas pela persistência e credibilidade que o Mérito Lojista conseguiu expressar. É como se fosse o único troféu “de verdade” que uma empresa pode ganhar em Sinop.
“No começo, uma sugestão de pauta disparada pela CDL não virava notícia. Então, passei a mandar textos prontos e eles eram publicados na imprensa local. Como a comunicação em Sinop era centrada nas televisões e rádios, passei a estabelecer um contato próximo com as equipes, de forma franca, mostrando nossa disponibilidade, de forma clara, transparente e sem favoritismos. Com o tempo, efetivamos essa relação e a CDL passou a ser um canal de informação, concretizado pelo site da entidade que fizemos com a Faça Web Sites”, explica Daniela.
Campanhas de Natal, concurso de vitrine country para Exponop, concursos de decoração natalina, feiras multissetoriais, liquidações, campanhas de dia das mães, namorados, pais e dia das crianças e até a participação em campanhas contra a violência e panelaços de apoio aos madeireiros e ao agronegócio foram ações que partiram do departamento que Daniela implantou na CDL. Tudo isso enquanto esperava seu segundo filho, Henrique, que nasceu em outubro de 2005. “Tirei dois meses de licença maternidade porque não conseguia ficar longe da CDL. Eu vivi essa entidade de corpo e alma”, pontua Daniela.
No ano de 2008, a CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas) apontou Daniela como a melhor assessora de imprensa das CDLs do Brasil em uma das Convenções Nacionais da entidade. Depois disso em 2014 recebe o reconhecimento em Sinop como Melhor Assessora de Imprensa da cidade pelo PRECOMPE - Prêmio de Comunicação da Fasipe (troféu Ângela Cavalcanti).
Em 2013, a CDL tinha força suficiente para ser uma grande geradora de notícias, mas Daniela queria mais e buscou as parcerias necessárias com o departamento de Economia da UNEMAT, comandado pelo economista Feliciano Azuaga, para fornecer também as estatísticas econômicas de Sinop.
Desta parceria ganhou força e visibilidade o Centro de Informações Socioeconômicas (CISE) da universidade. Com isso, a entidade passou a monitorar a inflação local e Cesta Básica através da variação dos preços, bem como as expectativas da classe empresarial e do consumidor. O fato é que, há 11 anos, Sinop tem através da CDL seu próprio medidor da economia local, sendo o único município do estado com esse tipo de levantamento, excetuando apenas a capital. “Através das estatísticas econômicas, criamos uma data mensal para a imprensa. Sempre que os dados eram divulgados, uma coletiva era convocada com todos os veículos. Isso ajudou a solidificar a credibilidade da entidade e prestar um serviço para a sociedade e empresariado”, avalia Daniela.
Foi neste mesmo período que Daniela colocou em pratica um antigo sonho, o Prêmio CDL Sinop de Jornalismo, em que um grupo de conceituados jornalistas de fora da cidade avaliava os trabalhos dos profissionais inscritos em sete categorias (Impresso, Radio, Site, TV Jornalista, TV Cinegrafista, Fotografia e Estudante). O prêmio valorizou, homenageou e incentivou os jornalistas de Sinop nos anos de 2013, 2014 e 2015.
A força que a CDL obteve através da forma como se posicionou diante da sociedade deu legitimidade para a entidade inferir em questões que extravasavam a representação do varejo. Em 2014, quando a Prefeitura de Sinop se preparava para implementar um novo código tributário, o contador Acir de Lima Pinto reportou a entidade o impacto que a nova legislação traria para cidade como um todo. Com o aval do presidente Afonso Teschima, Daniela reúne as demais entidades do município para provocar uma mobilização. Com faixas e cartazes, eles lotam a Câmara de Vereadores de Sinop, retirando o projeto de lei da pauta de votação. Com isso, abrem uma janela para discutir, em conjunto com o Executivo municipal, o novo código tributário.
Um grupo de trabalho foi formado com todas as entidades mobilizadas. Esses representantes fizeram apontamentos no projeto de lei, que foi reformulado e então aprovado pelos vereadores. No ano seguinte, quando o executivo municipal deturpou o acordo, as entidades voltaram a se mobilizar, tendo como sede a CDL e também OAB, Sindusmad, ACES e Sindicato Rural.
“Na sequência, no ano de 2017, as entidades se unem para iniciar uma campanha para a estruturação do aeroporto. A causa era boa, mas a mensagem era confusa. Eram muitas vozes. Então sugeri que o grupo tivesse um porta-voz”, conta Daniela lembrando a semente plantada para a criação de uma nova entidade.
E foi no dia 8 de março de 2017, no Movimento Pró Aeroporto que esse aglomerado de 25 entidades ganhou um nome: Unesin (União das Entidades de Sinop). O nome virou CNPJ em 2019, oficializando a União que agrupava as mais importantes e sólidas entidades de classe de Sinop. “A Unesin é a mobilização de todas as entidades que entenderam a importância de trabalharem unidas e participarem das principais discussões do nosso município e isso iniciou dentro da CDL, onde eu trabalhava. Infelizmente em 2020, durante divergências de posições a respeito de como o comércio deveria se comportar durante a pandemia, associada a falta de diálogo, o então presidente da CDL decidiu desligar a entidade da Unesin. Senti como se fosse uma pancada quando a diretoria me mandou entregar a carta de desfiliação da CDL na Unesin”, revela Daniela.
Meses depois, o vice-presidente da Unesin, Klayton Gonçalves, encontra Daniela em um desses eventos que ambas as entidades frequentavam. Klayton diz que a União precisava de alguém como Daniela, e a jornalista ‘flerta’ com a ideia.
Assim, em janeiro de 2021, após passar por 5 presidentes em 9 gestões e 17 anos servindo a CDL, Daniela deixa a entidade para compor com o agrupamento que ajudou a provocar. Ao invés de jornalista, ela assume o posto de diretora-executiva da entidade então comandada pelo presidente Carlos Henrique Soares da Fonseca. “A Unesin é feita por voluntários. Eu senti que nesse lugar poderia ajudar mais a sociedade, por ser uma entidade plural, que promove grandes discussões de interesse da cidade. Embora amasse a CDL, encontrei para mim um novo lugar”, avalia Daniela.
Concomitantemente a chegada de Daniela, a Unesin estabelece as comissões de trabalho. Atualmente são 12 no total, tratando de forma periódica de assuntos considerados basilares. Muitas leis e normas da cidade brotam ou são refinadas nestas comissões, e cabe a Daniela ajudar no funcionamento desses comitês. “Nesse pequeno intervalo de existência da Unesin, a entidade já participou ativamente da discussão do Plano Diretor de Sinop, do Código de Obras, na estruturação da Central de Regulação da Saúde, na elaboração dos projetos para a Politec e Centro Socioeducativo, na implantação da Escola Tiradentes, estruturação do Corpo de Bombeiros e Policia Militar e de muitas outras discussões de questões importantes para Sinop que ainda estão em fase de implementação, como as obras da BR-163 e a Ferrogrão. O papel que a Unesin faz é de um conselho consultivo, técnico e empenhado em contribuir com o poder público, em prol da sociedade”, avalia Daniela.
Até a publicação desse livro, em 2024, Daniela continua como diretora-executiva da Unesin e, assim como foi ao longo dos seus 20 anos em Sinop, essa não é a única tarefa que ela desempenha.
Tudo em todo lugar, ao mesmo tempo
Além de jornalista Daniela também passeou pelo mundo do empreendedorismo, em julho de 2017, quando, ao lado do marido Tom, inaugurou a Sorveteria e Fast Food Cristal, tendo como sócia a irmã Tatiana, que veio para Sinop com o marido Jorge e os filhos Melissa e Theo. Foi nessa época também que a matriarca da família, Nivia, decide mudar-se para a Capital do Nortão. A aventura empresarial durou até o início da pandemia, quando o grupo decidiu vender a sorveteria, mas o saldo de reunir a família foi mais do que positivo e embelezou este capítulo da história. “Foi uma experiência valorosa para todos nós, mas o melhor foi poder reunir minha família, agora só falta aqui meu irmão Cadu com a esposa Rosane e os filhos Leticia e Gabriel”, detalha Daniela.
Voltando ao jornalismo, embora por 17 anos tenha sido reconhecidamente o ponto de acesso com a CDL e nos últimos 4 anos o mesmo na Unesin, Daniela sempre está fazendo uma assessoria a mais. Se uma sugestão de pauta aleatória chega até o departamento de um veículo de comunicação em Sinop, há 80% de chances que tenha sido disparada por Daniela. É óbvio que o percentual é impreciso e talvez até exagerado, mas a hipérbole é útil para explicar o volume de coisas que Daniela já fez como assessora de imprensa.
Só em Sinop ela já assessorou, em algum momento, a Sinop Show House, o Núcleo de Decoração e Arquitetura Norte Mato-Grossense, o Sebrae, Sesi, Senai, SINDUSMAD (Pró-Madeira), a Exponop, OAB, Sindicato Rural, Mostra Iluminare e diversas campanhas eleitorais para vereador, deputado, senador, prefeito e governador, com destaque a quatro anos na assessoria de gabinete do vereador Luciano Chitolina, além de várias empresas privadas da cidade, desde a rede de Supermercados Machado até a artista plástica Mari Bueno.
Essa lista acima é o que soma no holerite, mas ainda tem uma extensa relação de assessorias que ela faz de forma voluntária. Daniela foi a primeira pessoa a arrastar um braço do Sindicato dos Jornalistas para Sinop, promovendo o registro provisionado de muitos profissionais não graduados que trabalhavam há anos na área. Sua ação, juntamente com outros profissionais: Christiane Machiavelli, Daniel Coutinho, Ana Paula Ribeiro, Flávia Fernandes, Juliana Borges, Oliveira Marques, Janice Ribas, Maria da Paz Sabino, Miguel Rodrigues Neto e Cleide Dantas, acabou provocando a mobilização para implantação do primeiro curso de jornalismo em Sinop, no ano de 2005, na Facenop, posteriormente adquirido pela Fasipe e mantido até hoje.
No rol de assessorias voluntárias que Daniela faz estão a Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, APAE, Lions, Rotary, Casa da Amizade, Igreja Católica, Centro Espírita, Projeto Luz do Amanhã, Projeto Formação de Plateia do Ballet Regina Pacis, Associação de Apoio aos Idosos e Obesos, Projeto Unidos Pelas Crianças, Rede de Enfrentamento à Violência Contra Mulher, Projeto Árvore Cidade, Leilão Hospital de Câncer, BPW Sinop, Filhas de Jó do Bethel 06 da Maçonaria e Grupo de Escoteiros Canindé.
Nem do McDonald’s ela largou. Desde 2013, Daniela ajuda a promover em Sinop o McDia Feliz, quando as vendas do lanche Big Mac são repassadas para a AACC-MT (Associação de Amigos das Crianças com Câncer). Mesmo Sinop não tendo McDonald’s, a ex-garçonete comemorou em 2023, com a madrinha da campanha, Marcella Valadares, a venda de 5.400 lanches felizes.
O resultado do trabalho profissional e voluntário de Daniela é sentido pela cidade e resulta também em honrarias e homenagens que constantemente ela recebe. Entre elas destaque para o Título de Cidadã Mato-Grossense pela resolução Nº 4.546, de 06 de julho de 2016 e o Título de Cidadã Sinopense pelo decreto legislativo Nº 003/2021 de 04 de Maio de 2021.
“O que me move, o que me encanta, o que me apaixona é a união de pessoas, empresas e entidades trabalhando por uma causa, por uma cidade, um estado, um país e um mundo melhor. Por isso me dedico a tantas ações sociais e a tantos movimentos”, reflete Daniela que tem como sua frase favorita o slogan da UNESIN, “Nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos”.
E é assim que se pauta um lugar melhor.
2003
XVII Noite Cultural de Sinop

CULTURA E MAIS OBRAS
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No ano de 2003, é realizada a 17ª Noite Cultural de Sinop, nas dependências do SESI Clube
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O Parque Florestal de Sinop passa por nova revitalização e melhorias
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28º aniversário de fundação de Sinop é celebrado com desfile cívico, Jogos Olímpicos de Sinop, Festa das Nações e Noite Cultural
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